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Opinião: Está a acontecer uma das maiores mudanças de gerações na Premier League

Hubert Nowicki
Algo está a chegar ao fim na Premier League
Algo está a chegar ao fim na Premier LeagueProfimedia
Vamos aproveitar para apreciar os grandes treinadores e jogadores enquanto ainda estão no ativo, porque afinal de contas, eles não vão continuar a encantar-nos para sempre. Nos próximos meses, poderemos assistir a uma das maiores mudanças geracionais da história da Premier League, com uma série de lendas vivas de toda a liga e das suas equipas a abandonarem Inglaterra.

Nos primeiros anos da Premier League, criada em 1992, assistimos ao reinado do Manchester United sob o comando de Sir Alex Ferguson, admirando Ryan Giggs, Eric Cantona, Andy Cole ou David Beckham no jogo. Na viragem do século, o Arsenal entrou no jogo com Arsene Wenger no banco do treinador e Thierry Henry, Dennis Bergkamp e Patrick Vieira em campo. Nessa altura, os Canários eram muito competitivos com os Red Devils.

Depois de uma época sem derrotas da equipa de Highbury, em 2003/04, o lugar do Arsenal foi ocupado pelo Chelsea, com um José Mourinho jovem e desejoso de vencer ao leme. Nessa altura, os Blues, com John Terry, Frank Lampard e Didier Drogba, lutavam contra a nova geração de estrelas de Old Trafford, onde Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Rio Ferdinand tinham jogado sob o comando do mesmo Sir Alex Ferguson.

Com a saída do escocês após a temporada 2012/13, houve um certo interregno na Premier League - daí os títulos do Manchester City de Manuel Pellegrini, o sensacional campeonato do Leicester City de Claudio Ranieri ou a grande campanha do Chelsea com Antonio Conte. Depois, porém, começou uma nova era na Premier League, cujo início podemos datar por volta de 2016, cujo fim está iminente ou que já aconteceu há alguns dias.

Arsene Wenger com Alex Ferguson
Arsene Wenger com Alex FergusonProfimedia

De facto, os últimos anos da Premier League tiveram dois rostos principais - Pep Guardiola e Jurgen Klopp, os treinadores do Manchester City e do Liverpool. O rosto dos Citizens, por outro lado, era Kevin De Bruyne, enquanto nós associámos momentaneamente Mohamed Salah ou Vrigil Van Dijk aos Reds. No entanto, estamos lentamente a chegar a um ponto no futebol inglês em que nenhum deles, e muitos dos outros jogadores a quem associamos as últimas épocas da melhor liga do mundo, vão desaparecer.

Klopp anunciou a sua saída há alguns meses e, no último domingo, diante de um Anfield lotado, fez um discurso emocionado ao despedir-se do clube. Jogadores como Salah, Van Dijk, bem como Alisson, Trent Alexander-Arnold e Andrew Robertson assistiram com emoção nos olhos. São eles, além de Joel Matip e Joe Gomez, os que têm atualmente mais antiguidade no clube.

O camaronês já assinou contrato, pois Anfield despediu-se dele no mesmo dia em que o seu contrato expirou. Os contratos do egípcio, do neerlandês e do inglês terminam no próximo verão e, pelas palavras dos dois primeiros, pode ficar claro que estão a ponderar uma saída do Liverpool. Salah terá então 33 anos e Van Dijk será um ano mais velho. É de supor que esta será a oportunidade perfeita para se despedirem, depois de uma época de "apresentação" ao clube pelo novo treinador, Arne Slot.

Quem sabe se um cenário semelhante não nos espera no Estádio Etihad. Pep Guardiola tem contrato com o clube por mais um ano e, no último dia da época, afirmou que, nesta altura, está mais perto de sair do que de ficar. De resto, o contrato de De Bruyne também termina no próximo verão, altura em que já terá passado o seu 34.º aniversário. É ele que faz a ponte entre várias épocas no Manchester City, pois ainda jogou com Sergio Aguero, David Silva ou Vincent Kompany e agora corre em campo com Jeremy Dock, Julian Alvarez ou Josko Gvardiol.

Klopp e Guardiola já devem estar a sentir a necessidade de descansar, com as carreiras das grandes estrelas a caminharem inevitavelmente para o fim. Entretanto, no horizonte da Premier League, alguns dos nomes mais sonantes são Bukayo Saka, do Arsenal, Cole Palmer, do Chelsea, ou Phil Foden e Erling Haaland - um deles ainda não estava no clube há alguns anos e o outro não jogava na equipa principal do Manchester City.

Pep Guardiola com Kevin De Bruyne
Pep Guardiola com Kevin De BruyneProfimedia

A direção do Arsenal está a ser decidida pelo jovem e ambicioso Mikel Arteta, e o poder em Anfield está a ser conquistado por uma pessoa completamente nova na Premier League - Arne Slot. Tudo isto mostra que a Premier League está a passar por uma das maiores transformações da sua história. É muito provável que, no próximo mês, nos despeçamos das pessoas responsáveis, nos bancos de suplentes ou no relvado, pelos últimos sete triunfos na Premier League, duas Ligas dos Campeões e uma série de taças nacionais.

Ainda não sabemos o que vai acontecer nas próximas épocas, mas certamente que daqui a três anos o campeonato não será conquistado pelas mesmas caras que o fizeram há apenas dois anos. Não sabemos se haverá uma hegemonia semelhante, como a do Manchester City, ou talvez uma rivalidade entre duas potências, como nos tempos dos duelos entre Ferguson e Wenger. Uma coisa que sabemos, no entanto, é que coisas novas estão a chegar à Premier League.