Opinião: Por que razão o futuro de Van Nistelrooy não deve ser discussão para Rúben Amorim
Como teste, Van Nistelrooy foi um sucesso. Não tanto para o cargo de adjunto do novo treinador do Manchester United, mas para qualquer presidente da Premier League. Invicto desde que assumiu o comando do clube, após a demissão de Erik ten Hag, Van Nistelrooy atingiu todas as marcas.
O antigo avançado-centro do Manchester United tem sido um verdadeiro treinador da Premier League nas últimas três semanas. De facto, para esta coluna, se o United não tivesse agido tão rapidamente para fechar um acordo com Rúben Amorim e o Sporting, poderia facilmente ter tido outra situação semelhante à de Ole Gunnar Solskjaer.
É certo que os jogadores estão impressionados. Tanto em privado como em público, os jogadores manifestaram a sua esperança de que Amorim faça a coisa certa e mantenha Van Nistelrooy.
"100%", declarou o guarda-redes André Onana, após a vitória sobre o PAOK, na quinta-feira, para a Liga Europa.
"É uma grande pessoa e um grande treinador. Tem muita experiência e tem feito grandes coisas desde que está aqui. Há alguns dias que o temos como treinador principal e os jogadores estão satisfeitos, mas não é algo que possamos decidir. O clube tomou uma decisão e nós temos de a aceitar, porque a decisão final é deles", afirmou Onana.
Para o atual treinador, o sentimento é mútuo. O regresso de Van Nistelrooy tem sido fácil. Sem problemas. O ex-treinador do PSV Eindhoven desenvolveu-se muito bem no seu papel de apoio fundamental a Ten Hag. Não houve qualquer tipo de desvalorização. Não houve malabarismos. Isso não passa de especulação da imprensa local. Na verdade, Van Nistelrooy só se colocou à disposição para entrevistas depois de assumir o cargo de técnico interino. O neerlandês recusou todos os pedidos da imprensa antes disso, sabendo do risco de que qualquer tipo de declaração pública pudesse ser usada por uma imprensa orientada por uma agenda para corroer o seu relacionamento com Ten Hag e a moral dentro do balneário.
Para esta coluna, a manutenção de Van Nistelrooy nem sequer deve ser debatida. A equipa de apoio de Rúben Amorim será mais forte com a presença de Van Nistelrooy. Não serão apenas os jogadores que continuarão a beneficiar da sua influência, mas também o novo treinador e a sua equipa portuguesa. No Sporting, a intensidade é grande, sem dúvida, mas a situação em que Rúben Amorim e a sua equipa se encontram é de outro nível. É, de facto, um abismo. E a experiência de Van Nistelrooy só pode ser benéfica.
"É o outro lado de ser um jogador de futebol, um treinador ou um assistente", disse Van Nistelrooy na semana passada.
"São lados completamente opostos. Na minha conversa de equipa, estou à frente da equipa a dizer-lhes o que é o Manchester United e o que é jogar em Old Trafford. Digo-lhes que canções estão a ser cantadas pelos adeptos e porquê. Por isso, tentamos transmitir esse sentimento, essa sensação maravilhosa de jogar por este clube", acrescentou.
Van Nistelrooy não foi para o United com o objetivo de suceder a Ten Hag. Foi Ten Hag quem cortejou Van Nistelrooy - incansavelmente. A sua relutância inicial não se prendia com o facto de voltar a ser o número dois. Nem em trabalhar com Ten Hag. Foi mais por causa da forma como a parceria iria funcionar, sabendo como a imprensa inglesa se comportava. O seu voto público de silêncio antes da partida de Ten Hag é prova suficiente disso.
"Vim para cá como adjunto para ajudar o clube", declarou Van Nistelrooy.
"Agora, nesta função, estou a ajudar enquanto for necessário. No futuro, em qualquer função, estou aqui para ajudar o clube a construir o futuro, é para isso que estou aqui", assumiu o neerlandês.
Esta coluna argumentou que Ten Hag deixa ao seu sucessor muito trabalho pela frente. É uma equipa jovem. A equipa é inconsistente. Mas a estrutura. A coluna vertebral. O talento e o potencial... está tudo lá. De facto, é significativo que, durante o processo de entrevista, Rúben Amorim tenha discutido a projeção de Ramus Hojlund e Joshua Zirkzee. São jovens. São crus. Mas, tal como muitos dos seus colegas de equipa, Rúben Amorim tem muito com que trabalhar. E os dirigentes do Manchester United concordam, convencidos de que o que ele fez com Viktor Gyokeres, um ex-jogador do Brighton, pode fazer sobressair a sua jovem dupla de ataque.
E para além da equipa e do talento em campo. Ten Hag também deve ser autorizado a refletir sobre a sensatez da sua decisão de trazer Van Nistelrooy de volta. No campo de treinos. No banco de suplentes. E simplesmente dentro e fora do clube. Van Nistelrooy atingiu todos os objetivos. O Manchester United é mais forte com o neerlandês na equipa. Não deveria ser um debate para Rúben Amorim...