Newcastle 1-2 Liverpool
O duelo de cartaz desta jornada da Premier League prometia emoção, golos e espetáculo entre duas equipas bem oleadas e com expetativas bem altas para a presente temporada. A última campanha não podia ter sido mais diferente entre ambas, com os Magpies a surpreenderem e a garantirem um lugar na Liga dos Campeões, enquanto os Reds desiludiram e ficaram longe dos quatro primeiros.
O St. James Park encheu-se para apoiar a equipa que goleou na estreia e caiu no terreno do campeão City (1-0) na última jornada, perante um Liverpool que vinha de um empate com o Chelsea (1-1) e uma vitória sobre o Bournemouth (3-1).
Depois de um primeiro aviso de Joelinton, Luis Díaz entrou em ação para recordar os tempos em que vestiu a camisola do FC Porto com um slalom fantástico que só não deu golo graças a uma excelente defesa de Pope. O Liverpool estava melhor, mas num espaço de três minutos, os planos de Klopp foram por água abaixo.
Trent Alexander-Arnold tinha a bota furada e não dominou o passe atrasado de Salah, Anthony Gordon estava atento, fugiu isolado para a baliza e, perante Alisson, rematou rasteiro por baixo do corpo do guarda-redes para soltar a festa nas bancadas.
Logo a seguir, Van Dijk viu o cartão vermelho por travar Isak à entrada da área quando este se preparava para se isolar. O sacrificado foi, inexplicavelmente, Luis Díaz que deu lugar a Joe Gomez.
As coisas podiam ter ficado ainda piores para os Reds, mas Alisson brilhou ao fazer uma defesa magnífica a uma bomba de Almíron que levava selo de golo, naquele que acabou por ser o último lance digno de registo da primeira parte.
Klopp ainda resistiu a fazer mudanças ao descanso, acabando por mexer apenas aos 58 minutos e a diferença foi notória. Diogo Jota e Harvey Elliot entraram para os lugares de Endo e uma apagado Cody Gakpo. Por outro lado, o paraguaio Almíron vai ter pesadelos com este jogo devido à sua falta - ou excesso - de pontaria.
Aos 50 minutos desperdiçou uma jogada bem trabalhada por Joelinton e, aos 76, foi ele dono e senhor de uma incursão fantástica que terminou com um remate em arco em cheio no poste. Ameaçou o Newcastle... e marcou o Liverpool.
Se já com Jota e Elliot a atitude foi diferente, então a cartada certa foi mesmo a entrada de Darwín Nuñez que só precisou de quatro minutos para igualar o encontro, apesar da desvantagem numérica. Num ataque rápido das três setas do ataque, Salah deu para Jota, que lançou o uruguaio para a área que, com alguma sorte à mistura na receção, rematou forte e cruzado, sem hipóteses para Pope.
Se o empate sofrido a menos de 10 minutos do fim já era surpreendente, então os descontos foram um escândalo. Numa jogada tirada a papel químico, desta vez foi Salah a solicitar a desmarcação de Darwín na área para o bis do avançado.
Com menos um, mas não com menos espírito, o Liverpool remontou para a vitória com ligação a Portugal.
Sheffield United 1-2 Manchester City
À procura de aproveitar os deslizes de Brighton e Arsenal, o Manchester City, com Bernardo Silva e Rúben dias a titulares, foi ao terreno de um recém-promovido Sheffield United para se isolar na liderança da Premier League. Pep Guardiola não viajou com a equipa porque continua a recuperar de uma operação às costas em Barcelona.
Como seria de esperar, o City entrou dominador e desde cedo montou um cerco à área dos Blades, embora os lances de perigo só tenham começado a surgir a partir dos 20 minutos, depois de um golo anulado a Aké por fora de jogo. Julian Álvarez teve uma boa oportunidade para inaugurar o marcador ao aproveitar um remate bloqueado de Haaland, mas foi negado por uma excelente intervenceção de Foderingham, muito rápido a fazer a mancha.
O norueguês teve uma bela oportunidade para inaugurar o marcador, depois de uma mão dentro da grande área de John Egan. Mas, na conversão do castigo máximo, o andróide provou que também é humano e acertou no poste, naquele que foi o último lance de perigo da primeira parte.
Depois do descanso, o City voltou à carga e Haaland voltou a ser destaque por... perder nova grande oportunidade. Servido por Kyle Walker do lado direito, o avançado desviou de primeira ao lado do poste. Rodri, servido por Grealish, tentou ensinar o companheiro de equipa como se faz, mas também falhou o alvo.
O golo surgiu finalmente no fim de uma cascata de três oportunidades consecutivas, as duas primeiras negadas por Foderingham, primeiro ao impedir a picadinha de Haaland, depois muito atento a evitar o remate ao primeiro poste de Álvarez.
Já depois de Walker disparar por cima, no seguimento do pontapé de baliza, o City voltou ao ataque, Grealish tirou dois defesas da frente, picou ao segundo poste, onde estava sozinho o norueguês a dizer que sim à bola e a, finalmente, inaugurar o marcador, aos 63 minutos. Nos festejos, houve até direito a invasão de campo.
Já solto da pressão, Haaland voltou a introduzir a bola na baliza, mas em fora de jogo, até que o Sheffield deu os primeiros sinais de que estava vivo no jogo. O primeiro remate dos Blades surgiu apenas aos 73 minutos(!) e valeu Rúben Dias a dar o corpo ao manifesto depois de uma saída extemporânea de Ederson.
Os anfitriões começaram a acreditar e o improvável aconteceu, aos 83 minutos. Numa jogada de insistência, Jayden Bogle teve espaço dentro da grande área sobre a direita e disparou cruzado para empatar a partida... ao terceiro remate do Sheffield no encontro!
Os últimos minutos prometiam ser loucos e nem foi preciso esperar muito tempo para as redes voltarem a abanar. Apenas dois minutos volvidos e novo golo do City, após um erro infantil de Yasser Larouci que, ao tentar proteger a bola, deixou-se antecipar por Walker, o inglês serviu o compatriota Phoden na área e o mau domínio deste deixou o esférico à mercê de Rodri que, de primeira e pé esquerdo, fuzilou as redes de Foderingham.
Recomeço da partida e... quase surgia o empate novamente! O avançado McBurnie tirou um excelente cruzamento ao segundo poste, onde apareceu Anel Ahmedhodzic completamente sozinho e demonstrou o porquê de ser defesa, com uma péssima finalização. Tinha tudo para fazer melhor. O City meteu o jogo no congelador para somar os três pontos e subir à liderança isolada.
Burnley 1-3 Aston Villa
O Aston Villa está com a corda toda ao amealhar o terceiro triunfo no espaço de uma semana ao vencer o Burnley por 3-1.
Para equipas que chegam à Premier League, manter as portas bem trancadas na defesa é de máxima importância. O Burnley, no entanto, parece não ter recebido esse recado. Menos de 10 minutos estavam no relógio quando o Villa chegou à vantagem, com Ollie Watkins a servir o primeiro golo de Matty Cash esta época.
Os Villans não demoraram muito para fincar a sua autoridade no jogo, com uma belíssima jogada dos visitantes novamente finalizada por Matty Cash, após um passe atrasado de Moussa Diaby.
A turma de Kompany não criou nada de relevante durante o primeiro tempo, apesar de ainda ter ficado perto do empate em cima do intervalo num remate por cima de Zeki Amdouni. Com muito a pensar no descanso, o técnico mudou de estratégia e pessoa, lançando Gudmundsson com impacto imediato: o islandês conseguiu manter vivo o cruzamento de Connor Roberts e Lyle Foster teve a oportunidade para igualar o encontro e apontar, também ele, o primeiro golo na Premier League.
Mas as esperanças de uma reviravolta não duraram muito, pois, apesar da pressão constante dos anfitriões, o Villa conseguiu aplicar o golpe seguinte através de Diaby, que rematou para o terceiro à entrada da área.
Com a vantagem de dois golos, Emery deu-se ao luxo de fazer entrar Nicolò Zaniolo, que teria marcado a sua estreia com um golo, não fosse um bloqueio de emergência de Dara O'Shea. No fim das contas, foi mais um dia difícil para o Burnley, que continua sem pontuar no regresso à Premier League, enquanto o Villa marcha cada vez mais empolgado na tentativa de equilibrar as responsabilidades do futebol nacional e europeu.
Consulte a tabela da Premier League no final dos jogos deste domingo.
