Rúben Dias e a época 2022/2023: "É um ano que dificilmente vou esquecer"
"Se será o meu melhor ou não, não sei. Ninguém sabe. Mas sem dúvida é um ano muito especial e é um ano que dificilmente vou esquecer. Aqueles 30 segundos (após acabar a final da Champions). O momento entre o apito final, até correr para o outro lado e desfalecer no chão porque gastaste toda a energia que tu tinhas. E nem sabes se hás de chorar, se hás de sorrir, se hás de abraçar, se hás de cair no chão. Se eu tenho que escolher é o momento que eu não sei e que eu gostaria que toda a gente pudesse viver uma vez na vida", afirmou Rúben Dias, no podcast 1 para 1, onde lembrou os tempos em que jogava no Benfica B e ambicionava chegar à equipa principal dos encarnados.
"Um treinador, com o qual me dou bem, perguntou-me quando estava na equipa B: 'então Rúben, como é no próximo ano? Quais são as tuas expectativas? Tens alguns clubes em mente para o caso disto aqui não correr bem e eles não contarem contigo na equipa principal?' Foi a primeira vez que fui confrontado com isso. Embora soubesse que tinha de tomar decisões, a minha convicção era tão cega que nunca tinha pensado em ir para onde quer que fosse. Só pensava em ficar onde estava e seguir em frente", confessou o central português, recordando o que sentiu quando ouviu falar da possibilidade de sair do Benfica.
"Ouvi, mas disse para mim 'pensas que estás a falar com quem? Vou para a equipa principal, amigo'. Foi a primeira vez que realmente me apercebi do quão convicto estava na intenção de ir para a equipa principal. Se tivesse de esperar na B ficaria ali, mas mais tarde ou mais cedo... Era uma parede que queria mandar abaixo", acrescentou Rúben Dias, que se estreou pela formação principal a 16 de setembro de 2017, diante do Boavista, pela mão de Rui Vitória.
No Manchester City, Rúben Dias partilha o balneário com outro produto da formação do Benfica, Bernardo Silva.
"Estou muito contente por ele ter sido pai, está muito entusiasmado. Acho que acaba por ser um dos meus melhores amigos, se não mesmo o melhor. Temos 'backgrounds' diferentes, mas a conclusão de tudo é que vemos a vida de forma muito parecida. Dá-me prazer ter alguém assim por perto, ainda por cima português, para desfrutar do dia a dia. Temos visões muito similares, é um conforto. Sou o segurança dele, um segurança às vezes um bocado abusivo", brinca o defesa, que partilha com o médio o sentimento de clubismo com o médio.
"Não diria constantemente, até porque os nossos jogos não param e, no pouco tempo que temos para estar em casa tranquilos, aproveitamos para cada um ir para o seu espaço. Mas víamos alguns jogos do Benfica quando estava o João (Cancelo). Agora veio o Matheus (Nunes, ex-Sporting) vamos ver como vai funcionar, tem de ser 50/50... Mas acabamos sempre por ver jogos do Benfica", conta Rúben Dias.