A tão necessária vitória do Manchester United em Turf Moor (1-0) pôs fim a uma série de três derrotas consecutivas. Além dos três pontos, o novo guarda-redes André Onana também não sofreu golos - o primeiro jogo desde a vitória sobre o Wolves na jornada inaugural.
Uma partida que não será recordada pela primeira vez em que o guarda-redes não sofreu em Old Trafford, mas sim pelo facto de muitos considerarem que deveria ter sido penalizado por um choque com o avançado Sasa Kalajdzic no final da partida.
Ele, de alguma forma, foi poupado da punição naquela noite, apesar de uma revisão do VAR, mas não evitou o intenso escrutínio nas semanas seguintes, depois de um início pouco inspirado na sua carreira no Manchester United.
Antes do triunfo de sábado em Lancashire, o United tinha sofrido 14 golos em apenas cinco jogos com Onana como guarda-redes, e o antigo astro do Inter tem assumido uma grande parte da culpa pelo seu papel nessa corrida.
Por um lado, é compreensível, considerando o péssimo recuo e o tropeço que permitiram que Taiwo Awoniyi, do Forest, abrisse o marcador na vitória pouco convincente por 3-2 no mês passado. Depois, houve as fracas tentativas de defender remates de jogadores como Declan Rice, do Arsenal, e João Pedro, do Brighton, que deveriam ter sido evitados.
No entanto, o ponto mais baixo aconteceu na partida contra o Bayern de Munique, na semana passada, quando Onana permitiu que Leroy Sane chutasse por baixo dele, o que acabou custando ao United um resultado crucial na Liga dos Campeões fora de casa.
"Tenho muito a provar", disse Onana na semana passada, ao refletir sobre os seus primeiros meses no clube. "O meu início em Manchester não foi bom nem como eu queria."
Poucas pessoas discordariam. É óbvio que erros individuais como o de Munique precisam de ser corrigidos rapidamente. Mas o seu início no clube tem sido prejudicado pelo desempenho coletivo dos que estão à sua frente.
Afinal, com base nos dados do Post-shot xG (PSxG) da Premier League, que é uma métrica de "golos esperados" baseada na qualidade de um remate à baliza, Onana tem tido um desempenho praticamente ao mesmo nível até agora nesta época, apesar de um erro ocasional, tendo sofrido 10 golos na liga (um dos quais foi um autogolo) com um PSxG de 9,4, de acordo com a Fbref.
Na verdade, se abrirmos ainda mais o tamanho da amostra de jogo usando o mesmo modelo, Onana é pintado como um guarda-redes mais do que adequado. Em 107 jogos nas cinco temporadas domésticas de 2018-23, com o Ajax e o Inter, ele evitou seis golos a mais do que se espera de um guarda-redes médio.
O papel de Onana em ajudar o Inter de Milão a garantir oito golos sem sofrer golos na Liga dos Campeões na época passada, estabelecendo um novo recorde no clube e na competição, também não deve ser esquecido.
A realidade é que, independentemente dos erros individuais de Onana, o United tem sido demasiado fácil de passar e não lhe tem proporcionado o tipo de proteção que se espera de um clube com aspirações à Liga dos Campeões.
Apenas cinco equipas da Premier League - Fulham, West Ham, Sheffield United, Wolves e Bournemouth - sofreram mais remates à baliza do que o Manchester United esta época (33). Como consequência, Onana fez o quarto maior número de defesas (24).
Erik ten Hag não conseguiu encontrar o equilíbrio certo na sua equipa durante grande parte da temporada até agora, e por isso tem de assumir alguma responsabilidade. A tarefa do neerlandês não foi ajudada por uma série de lesões de jogadores importantes.
Sofyan Amrabat, trazido para ajudar a solidificar o meio-campo do United, ainda não deu um pontapé na bola. Raphael Varane, Luke Shaw e Tyrell Malacia também passaram longos períodos fora, enfraquecendo a defesa.
Os seus regressos deverão ajudar, e o desempenho de sábado foi definitivamente um passo na direção certa. Contra o Burnley, o xG contra do United de 1,1 foi o mais baixo até agora nesta temporada, enquanto os quatro remates à baliza enfrentados também foram os mais baixos da campanha.
Desempenhos mais robustos como esse podem dar a Onana a plataforma para encontrar seu ritmo em Old Trafford e começar a mostrar por que o United fez dele seu alvo número 1 no verão passado.
