Clube de futebol do líder do Turquemenistão perde ao fim de 61 vitórias seguidas
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"Desde que foi fundada (na primavera de 2023), a equipa disputou 62 jogos e ontem (sexta-feira) perdeu pela primeira vez", disse à AFP um representante da Associação de Futebol do Turquemenistão, no sábado, acrescentando que a equipa "não empatou um único jogo".
O Arkadag foi derrotado por 3-2 na sexta-feira pelo clube do Kuwait Al Arabi na Challenge League, o equivalente asiático da Liga Conferência na Europa.
Batizada com o nome do antigo presidente Gurbanguly Berdymukhamedov, que ostentava os títulos de "herói-protetor" ou "chefe da nação turquemena", a equipa teve uma ascensão meteórica, conquistando dois títulos consecutivos da liga e a Taça do Turquemenistão.
Em 26 jogos da liga esta época, o clube já marcou 126 golos, uma média de quase cinco por jogo. Em meados de outubro, um porta-voz dos Recordes do Guinness disse à AFP que o clube saudita Al Hilal continuaria a ser o detentor oficial do recorde de vitórias consecutivas (34), marco estabelecido pelo treinador português Jorge Jesus.
"Há relativamente poucos detalhes disponíveis sobre a liga turcomena, menos do que gostaríamos de ver para verificar corretamente este tipo de recorde", disse o representante do Guinness.
Segundo a mesma fonte, esta incrível série de vitórias "pode também indicar um nível de governação e de competição inferior ao que normalmente procuramos".
No poder desde 2006 até à sua surpreendente demissão em 2022, quando entregou a presidência ao filho Serdar, Gurbanguly Berdymukhamedov continua a ser objeto de um culto de personalidade estabelecido durante os 15 anos de mandato e governa na sombra, em conjunto com o filho.
O clube, que só perdeu dois jogos amigáveis no ano passado, representa uma cidade homónima que continua inacabada, apesar de uma inauguração parcial em junho de 2023, e cuja construção já custou cinco mil milhões de dólares.
No centro de Arkadag está um monumento dourado de 43 metros de altura a Gurbanguly Berdymukhamedov, enquanto o Turquemenistão, um dos países mais reclusos do mundo, não tem pluralismo político, com as organizações não-governamentais a denunciarem um regime repressivo.