Čögley (Al-Adalh) e a chegada de Ronaldo: "Querem fazer desta Liga uma das melhores do mundo"
Em novembro, inesperadamente e durante a temporada, anunciou o fim sua carreira enquanto jogador de futebol. O seu antigo treinador, com o qual alcançou uma dobradinha no AS Trenčín, Martin Ševela, fez-lhe uma oferta irresistível.
"Claro que a oferta era tão tentadora e excelente que na minha idade e com os problemas de saúde que tinha, era impossível dizer não. Isto é a Arábia Saudita, não se recusa essas ofertas. Não sei se alguém seria capaz de dizer não quando, como jogador profissional, se pode transitar sem problemas para a equipa técnica. Eu e o Martin somos muito próximos, é meu amigo. É inacreditável o que aconteceu e estou grato por esta oportunidade", explicou Cogley, que recentemente tem sido atormentado por problemas nos joelhos. O agora ex-jogador despediu-se do futebol após 17 anos e partiu para o Médio Oriente.
O experiente lateral direito, que disputou 297 jogos na Liga eslovaca (marcou quatro golos e fez 21 assistências), despediu-se das suas funções em campo com a camisola do Skalica. Nas temporadas anteriores, em que esteve ao serviço do Zlaté Moravce, concluiu o curso de treinador, a fim de prosseguir a carreira no futebol.
- Juntou-se ao Al-Adalh durante um estágio na Turquia. Aconteceu tudo rapidamente?
- Muito rapidamente. Um telefonema do Martin mudou absolutamente tudo. Disse-lhe sem hesitar que desistiria da minha carreira e que o ia acompanhar até à Arábia Saudita.
- Como avalia a sua prestação até agora?
- Não posso dizer outra coisa que não seja excelente. Tive algumas reuniões com o Martin antes de me juntar a eles. Disse-me muitas vezes qual seria o meu papel. Tudo funciona em termos profissionais.
- O mundo árabe é um mundo distante do nosso em vários aspetos. Já se adaptou às suas especificidades?
- É verdade que eles têm as suas regras. Por outro lado, o país é incrível. O que conseguiram construir, infraestruturas modernas a cada passo... Do meu ponto de vista, o estilo de vida aqui é mais elevado do que na Eslováquia. Vivo bem aqui. Não tenho tido quaisquer problemas. As pessoas não estão com pressa, não são stressadas.
- Boris Godal revelou em entrevista após ter chegado que teve de se habituar aos atrasos dos colegas de equipa. A equipa técnica respeita isso?
- Em cada equipa há diferentes tipos de jogadores. Aqui estão habituados a funcionar de forma diferente, mas quando chegam atrasados, são multados. Tal como nos acontecia nos nossos clubes.
- A língua local não o incomoda?
- Já aprendi um pouco dela. Estou a melhorar o meu inglês. Algumas pessoas, para além do árabe, também me ensinam francês (risos). Aprende-se a vida toda. É positivo quando se pode aprender novas línguas. Tentamos usar palavras básicas da língua materna. Respeitamos o país em que nos encontramos. Os jogadores apreciam muito isso.
- Em catorze jogos, o Al-Adalh somou três vitórias, cinco empates e sete derrotas. Encontra-se em zona de despromoção. A direção exerce muita pressão sobre si?
- Em todos os clubes os treinadores estão sob pressão. Não importa se está a jogar para ser campeão ou, como nós, pela manutenção. Assumimos a equipa em determinado estado. Felizmente, as transferências resultaram. Estamos gradualmente a conquistar pontos importantes.
- Restam sete jogos. Na última jornada, conseguiu um ponto em casa do Damac. Como vê a situação atual?
- Um ponto é muito importante. O Damac é um adversário forte e difícil. Não se ganham pontos contra eles sem mais nem menos. Vai ajudar-nos. Duas equipas estão fora. Podemos ter uma ligeira vantagem no final da época em termos de confrotos direto com o Al-Khaleej. Claro, só em caso de empate. Agora temos uma paragem de duas semanas devido ao Ramadão. Depois temos um calendário preenchido pela frente.
- Relativamente ao processo de treino, prefere o modo europeu, com análise de vídeo?
- Nesse aspeto, aqui é igual. Todos os jogos são televisionados. O VAR está disponível em todos eles. Temos muitas câmaras, o que é ótimo, porque podemos preparar uma análise detalhada para os jogadores e de todos os ângulos. Não perdemos nada.
- Um dos melhores jogadores de futebol do mundo - Cristiano Ronaldo - chegou recentemente ao campeonato. Sente que o interesse pelo futebol aumentou?
- E de que maneira. O país inteiro está em euforia. Talvez, em todo o lado, tenha ganhado vida após a sua chegada. Há alguns dias, o Al-Hilal anunciou que tinha feito uma oferta concreta a Messi. São inacreditáveis as possibilidades que têm.
- Não só Messi, mas as últimas informações falam também do interesse em José Mourinho. Isso indica que podem pagar o que quiserem?
- Se o fizerem, porque outros nomes de classe mundial são mencionados quase diariamente, o país será extremamente forte. Eles querem trazer o futebol para a ribalta. Querem fazer desta Liga uma das melhores do mundo.
- Jogou contra Ronaldo há alguns dias. Gostou de o defrontar?
- É um futebolista fantástico. Marcou dois golos contra nós (risos). Esperou pela sua oportunidade. É extremamente eficaz. Está habituado a tudo, ao timing, a pedir a bola... Demos-lhe duas oportunidades e marcou dois golos. É uma alegria ver um jogador assim.
- Frente ao Al Nassr perdeu em casa por 0-5. A diferença entre a primeira metade do campeonato e a segunda é significativa?
Sim, especialmente porque o Al Nassr e o Al-Hilal têm uma qualidade tremenda. Isso não significa que não possam ser derrotados. Confirmamos isso contra o Al-Shabab. Conseguimos três pontos no seu estádio. São um grande clube, uma equipa de qualidade. Podem dar-se ao luxo de assinar com jogadores de grande qualidade. Cada jogo é diferente e extremamente difícil.
- Como vai ser a próxima época? Tem uma opção ou vai negociar uma extensão do contrato?
- Temos contrato até ao final desta época. Tudo dependerá de como terminarmos. Foi-nos dado um objetivo claro: manter a equipa na Primeira Liga. Estamos a trabalhar arduamente todos os dias para o cumprir. Depois veremos o que acontece.