Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Entrevista Flashscore a Martim Maia: "Este ano estou a divertir-me mais a jogar futebol"

Pedro Fernandes
Martim Maia está emprestado pelo Santa Clara ao Noah, da Arménia
Martim Maia está emprestado pelo Santa Clara ao Noah, da ArméniaArquivo Pessoal
Após um ano em que viveu o sonho de assinar contrato com um clube da Liga e o pesadelo de descer de divisão na Liga 2, Martim Maia tem sido muito feliz na Arménia, onde está emprestado pelo Santa Clara ao FC Noah. Numa altura em que se goza a paragem de inverno no campeonato local, Martim Maia conversou com o Flashscore sobre a sua nova experiência, sem esquecer o passado.
Martim Maia representa o Noah
Martim Maia representa o NoahArquivo Pessoal

"Podia ter sido diferente, mas não me agarro a isso"

- O facto de o seu pai ter sido jogador de futebol influenciou a sua entrada para este mundo?

- Não entrei por ele, entrei pelo meu padrinho, que insistiu bastante com o meu pai e eu, aos 8/9 anos, entrei para as escolas do FC Porto.

- Passa um ano no FC Porto, depois Leixões e Rio Ave. O que se passou para haver estas mudanças?

- No caso do FC Porto, quando troquei pelo Leixões, foi porque me dispensaram. Entretanto no Leixões eles (FC Porto) contactaram duas-três vezes para voltar, mas eu disse sempre que não queria ao meu pai, nem sei bem porquê. Fico no Leixões até aos sub-16 e nos sub-17 surge a oportunidade de ir para o Rio Ave, que estava a evoluir em termos de academia, e eu achei que era bom para mim.

- Pensa como teria sido a sua carreira se tivesse ficado no FC Porto?

- Acredito que a minha carreira podia ter sido diferente, mas não gosto de agarrar-me a isso. Na altura foi o que eu escolhi e agora estou a usufruir dessa minha escolha.

Martim Maia está a desfrutar da aventura na Arménia
Martim Maia está a desfrutar da aventura na ArméniaFC Noah/Opta by Stats Perform

- Em 2018/19 dá o salto para a equipa B do Rio Ave, mas com a oportunidade de trabalhar com a equipa principal. Como foi?

- O meu primeiro ano de sénior foi na equipa B, então na primeira divisão distrital, mas tive essa oportunidade de trabalhar com a equipa principal, com o mister Miguel Cardoso. O Rio Ave tinha excelentes jogadores e foi um ano muito bom para mim em termos de evolução. Depois no ano seguinte formam a equipa sub-23...

- Que vai à final da Taça Revelação e termina o campeonato na 3.ª posição.

- Exatamente. 3.º na última jornada, porque até então estávamos em primeiro. No final dessa época consegui uma oportunidade naquilo que desejava, que era ir para uma equipa da Liga 2.

- Dá-se então a mundaça para o Casa Pia.

- Foi uma experiência diferente, a primeira vez fora de casa, e os primeiros tempos foram difíceis. Mas tínhamos um grupo fantástico e a adaptação foi um pouco mais fácil. Depois o campeonato parou e viemos todos para casa, devido à Covid, e não retomou. Senti que podia ter dado mais, ter mais minutos e jogos nesse ano, mas foi igual para toda a gente.

- Notou a diferença nos campeonatos profissionais?

- Sim, principalmente em termos físicos. Toda a gente sabe que não é um campeonato fácil e passar dos sub-23 para a segunda liga, não é nada fácil. Temos mais espaço nos sub-23 e as equipas tentam jogar todas à bola, enquanto na Liga 2 é mais confuso, mais físico e temos de adaptar-nos o mais rapidamente possível.

Martim Maia vestiu as cores do Trofense
Martim Maia vestiu as cores do TrofenseArquivo Pessoal

"Às vezes temos de dar um passo atrás"

- Em 2020/21 acontece a primeira experiência no estrangeiro ao serviço do Sosnowiec. Como correu?

- Uma experiência bastante boa. Se não tivesse passado por ela, não era o jogador que sou hoje. Na altura, foi uma mudança um pouco radical, mas senti que era o ideal.

- Tinha assinado um contrato de dois anos, mas porque fica só um?

- Na altura o treinador mudou e eu não estava com os minutos que queria e decidi voltar para Portugal, que era onde eu queria jogar e queria voltar a mostrar-me para poder chegar a uma primeira liga.

Os próximos jogos do FC Noah
Os próximos jogos do FC NoahFlashscore

- Acaba por assinar com o Amora e é considerado o melhor jogador da Liga 3 para o CNID.

- Não foi um ano fácil, porque na altura quando assinei pelo Amora não era o projeto que eu desejava, porque vinha da 2.ª liga polaca e ir para uma Liga 3 não era o que queria, mas, por vezes, temos de dar um passo atrás para dar dois em frente. O treinador Bruno Dias ligou-me e apresentou-me o projeto e, então, decidi arriscar e correu bem. No início tive uma pequena lesão, mas a partir de novembro correu tudo bem, e fui cinco vezes considerado o homem do jogo e ganhei uma vez o prémio de jogador do mês. Foi um ano que acabou na perfeição.

- Seguiu-se o contrato com o Santa Clara, na Liga, mas não foi o que estava à espera, não é verdade?

- Sim. Assinei três anos pelo Santa Clara, nem pensei duas vezes, porque era o que queria: assinar por um clube de Liga. O Santa Clara tinha feito um campeonato bom no ano anterior. Assinei, mas a verdade é que as coisas mudaram no clube, com a direção a mudar depois de ter assinado e para mim não foi o melhor. Tive de rumar a outro sítio para jogar.

- Foi frustrante depois de todas as expectativas criadas?

- Claro que sim. Ainda por cima estava a fazer uma boa pré-época. Mas a uma semana de começar o campeonato, veio essa decisão do clube e acabei por ser emprestado ao Trofense.

- Como correu na Trofa?

- Foi uma experiência que não correu muito bem. Tivemos quatro treinadores e isso diz logo quase tudo. Ainda por cima descemos de divisão. No fundo, um conjunto de situações que não correu bem para o meu lado. Mas pronto, tive de passar por mais uma situação dessas para evoluir e dou graças a Deus por ter passado por isso. 

Martim Maia vive fase feliz na Arménia
Martim Maia vive fase feliz na ArméniaArquivo Pessoal

"Nunca pensei conhecer o Figo, muito menos na Arménia"

- O Santa Clara permite que seja emprestado este ano Noah. É o ponto mais alto da carreira?

- Há uns anos não pensava que podia estar a lutar por uma ida às eliminatórias das provas europeias, hoje estou a fazê-lo. Estou num país um pouco longe, mas este ano estou a divertir-me um pouco mais a jogar futebol e as coisas estão a correr muito bem. Tenho de agradecer às pessoas que confiaram em mim.

- Como é a experiência na Arménia?

- Os horários são complicados. São mais quatro horas na Arménia e é complicado para ligar aos pais, namorada e amigos. Mas está a correr bem a adaptação. Felizmente, sei cozinhar e esse não é um problema. Também contribuiu bastante para o meu inglês. 

FC Noah ocupa a 2.ª posição do campeonato da Arménia
FC Noah ocupa a 2.ª posição do campeonato da ArméniaFlashscore

- O vosso plantel conta com várias nacionalidades.

- É verdade. Está a ser uma experiência incrível, não pensei que seria tão bom, mas estes cinco meses têm sido bastate agradáveis e quem sabe se não fico mais tempo na Arménia.

- Esteve com o Luís Figo na Arménia.

- É verdade. Nunca pensei conhecer o Figo, muito menos na Arménia. Foi um ponto alto da minha ida para a Arménia. Eu e o meu colega Pedro (Farrim) estivemos bastante tempo a falar com ele, ele foi ao nosso centro de treinos.

- Quais as suas referências no futebol?

- Tenho bastantes. Alguns não me enquadro tanto, mas gosto muito de Modric, Xavi, Iniesta, Rúben Neves e Otávio.

Acompanhe o próximo jogo do Noah no Flashscore