Entrevista Flashscore a Tomané: "Podia escrever um livro com o que aconteceu na Turquia"
"O Vitória é um clube especial"
- Como foi o início no futebol?
- Sempre gostei muito de jogar futebol em miúdo e a minha madrinha inscreveu-me numa escolinha que tinha ligação ao Fafe. Começou como uma brincadeira. Acabámos por ir à final de um torneio onde estava um olheiro do Boavista e vou para o Boavista. O clube tinha um protocolo com uma equipa de Amarante, portanto treinava a meio da semana em Amarante e depois ia jogar ao Porto ao fim de semana. Nessa altura mudei-me para o colégio de São Gonçalo (Amarante) para continuar os meus estudos.
- Uma passagem de apenas dois anos...
- Verdade. Entretanto tinha de ir viver para o Porto, pois não dava para continuar em Amarante e o meu pai não aceitou. Foi muito difícil... Depois apareceu o Vitória (de Guimarães) e a partir daí foi até à minha estreia como profissional.
- Podemos assumir que o Vitória é o seu primeiro grande amor no futebol?
- Sim. É a equipa que eu gosto, não tenho problema de dizê-lo. Estive 13 anos no Vitória e foi a equipa que me deu a oportunidade, onde cresci com muitos colegas que hoje são profissionais. É normal ter um carinho. Tenho a certeza que irei ver muitos jogos quando terminar eu terminar a minha carreira no futebol. É um clube especial.
- Durante esse percurso na formação do Vitória, alguns amigos ficaram pelo caminho, pois nem todos conseguiram atingir o patamar profissional. Como foi lidar com essas dispensas ao longo do tempo?
- É a parte mais difícil do futebol de formação. Diziam-nos que era uma pirâmide, que ia encurtar e ficar cada mais mais difícil. Não é fácil ver amigos a perder o sonho. Não é fácil ver jogadores que até têm mais qualidade do que nós a ir embora. Mas as decisões não eram nossas e tínhamos de respeitar.
- Pensava que um dia podia ser o Tomané a sair?
- Eu olhava para o futebol como a minha única saída. Não gostava de estudar e o meu sonho era ser jogador profissional. Não tinha outra alternativa. Não pensava em ir embora, apenas em conseguir conquistar mais e mais. Depois eram tempos diferentes. Não sentia pressão nenhuma por parte dos meus pais, como hoje vemos em muitos miúdos. Por exemplo, a minha mãe nunca foi ver um jogo meu, por não se identificar com o futebol, e não tinha mal nenhum. Hoje em dia há muita pressão em casa e isso causa ainda mais frustração nos miúdos quando são dispensados.
- A verdade é que acaba por estrear-se na equipa principal do Vitória aos 17 anos, ainda com idade de júnior...
- A chamada foi do nada. Nunca tinha treinado na equipa principal e vou direto ao jogo, quase sem saber o que se passava, ao lado de jogadores muito experientes como o Flávio Meireles, o Custódio, que me deixaram à vontade. Lá vou eu a Olhão e do nada o professor Manuel Machado chama-me para ir aquecer. Joguei 25 minutos.
- Depois é o passar do sonho ao pesadelo: a lesão.
- Ainda vou ao segundo jogo e tenho uma fratura de stress no pé direito. Foi de estar no céu a passar para uma lesão. Diziam-me que não podia ser operado por estar em crescimento e que a recuperação ia para dois meses e meio. O que é certo é que foi quase um ano em que não conseguia recuperar e começou a aparecer alguma desconfiança. Pensava muitas vezes em desistir do futebol e acabar tudo. Quando recupero e como não havia equipas "bês" na altura, acabo por ir para o Limianos, uma realidade completamente diferente, com o Kaká que estava comigo nos juniores. Não joguei muito, mas foi uma aprendizagem muito grande. Depois tive a sorte de aparecer a equipa B do Vitória. Se não tivesse aparecido, possivelmente, não teria chegado ao futebol profissional.
- Antes de irmos aí, o Limianos foi importante para perceber que o futebol era muito mais do que a realidade que tinha em Guimarães?
- Foi um choque de realidade. Tinha jogadores mais velhos, que trabalhavam, e que não tinham qualquer problema em dar-te um cachaço ou dar-te uma porrada e dizer: 'Acorda, miúdo... Não estás no Vitória'. Jogadores que se sentavam à mesa e bebiam um copo de vinho. Para mim era algo diferente (risos). Hoje em dia ainda falo muito com o Kaká sobre esses tempos.
- Dá-se então o regresso ao Vitória, primeiro pela equipa B e, depois, novo jogo na Primeira Liga, três anos depois da estreia.
- O mister Rui Vitória foi a pessoa que apostou em mim. Tínhamos uma equipa muito jovem. O Vitória passava por algumas dificuldades financeiras e foi a nossa sorte. Cinco ou seis dessa equipa (B) acabaram por chegar a profissional.
"Cheguei ao ponto de dizer que isto não era para mim"
- De Guimarães para a primeira experiência no estrangeiro (Duisburgo, na Alemanha). Era algo que ambicionava?
- O Vitória passava por um momento difícil. Depois, acertado ou não, somos jovens e vemos alguns jogadores a receberem salários que não são os mesmos e também tomas a decisão de querer ganhar mais dinheiro. Foi um choque grande. A Alemanha é um país espetacular, mas era um miúdo e nem falava inglês. Caí numa realidade em que lutava para não descer, na minha primeira vez fora do país. Mas cresci muito. Queria continuar na Alemanha, mas não surgiu a oportunidade.
- Aparece a Grécia (Panetolikos). Muitos problemas, não é verdade?
- Para esquecer! Não encontrei nada do que me falaram. Diziam que era uma equipa que ia lutar pela Liga Europa e, por ser jovem e acreditar cegamente nas pessoas, fui e as coisas eram difíceis. O clube lutava para não descer, faltavam condições de trabalho e depois havia salários em atraso. Para ser sincero, passados dois meses só queria vir embora, até que chega janeiro e acabo por sair. Tinha três anos de contrato, mas só pensava em vir embora. Entretanto, surge o Arouca do mister Lito, uma oportunidade de voltar a Portugal e relançar a minha carreira, e tenho meia época difícil.
- Vem à procura de estabilidade, mas o Lito acaba despedido e o Arouca passa de um 5.º lugar para a descida de divisão. Como se explica?
- O Lito sai passado duas semanas de eu ter chegado... As conversas eram de que íamos lutar pela Europa, tínhamos muito boa equipa e não sei o que se passou. Correu tudo mal e acabamos por descer de divisão por um golo. Toda a gente ficou meia abananada e no dia em que descemos nunca tinha sentido algo assim. Foi uma coisa desesperante. Cheguei ao ponto de dizer que 'isto não é para mim'. Depois de tudo o que tinha acontecido na Grécia, vou descer no Arouca... Começas a desconfiar de ti próprio. Foi muito difícil. Mas quando achamos que estamos no fundo do poço, o futebol...
- Eis que aparece o Tondela, precisamente a equipa que condenou o Arouca à descida. Como é que estava a sua cabeça quando recebe a chamada?
- Estou de uma maneira que não acredito em mim, não acredito que posso fazer golos. Depois o Carlos Carneiro (diretor desportivo) e o mister Pepa ligam-me e passam-me muita confiança. Querem muito que eu vá para lá, mas o Arouca não me queria deixar sair. Então o Tondela acaba por fazer um esforço e paga 100 mil euros. Acreditaram em mim e ainda bem. Senti-me muito bem em Tondela e acabei premiado com duas boas épocas.
- O Tondela foi a sua reabilitação?
- Foi, foi... E devo muito ao mister Pepa, a quem vou estar sempre muito grato. Acabámos for fazer a melhor época do Tondela na Primeira Liga, com um grupo fantástico. Ricardo Costa, Cláudio Ramos, Joãozinho... Os astros alinharam-se nesse ano. Logo no final dessa época, estava para sair para o Estrela (Vermelha), mas o Tondela não deixou. Confesso que não olhei com bons olhos, mas prometeram que me deixavam sair no ano seguinte.
- Numa época em que a manutenção foi alcançada apenas na última jornada (vitória 5-2 na receção ao Chaves).
- As coisas não correram tão bem com a equipa, mas foi uma luta até ao fim. Só pensava no que tinha acontecido com o Arouca, parecia que tinha um camião em cima de mim. Eu sabia que ia sair, até porque do ponto de vista individual vinha de duas boas épcoas, mas não queria deixar o Tondela com uma descida. Gostei muito, gosto muito de Tondela. É um clube diferente e espero que, em breve, possa voltar à normalidade.
"Passámos na Liga dos Campeões e saímos à rua de tanque"
- Passa de lutar pela manutenção para jogar a Liga dos Campeões. Mais um sonho concretizado?
- O clube insistiu muito na minha contratação e também olhei muito para isso. O clube ainda não tinha alcançado a fase de grupos, mas acreditei que podíamos alcançar esse objetivo. É curioso que nesse jogo (Young Boys) entro, levo dois amarelos e sou expulso. Felizmente, conseguimos o apuramento e concretizei mais um sonho. Já o campeonato era uma obrigação. (...) Tínhamos alguns estrangeiros para sair e o Estrela não conseguiu vender. Ficámos oito estrangeiros, quando só podiam jogar quatro. O treinador foi muito correto, chamou-nos e explicou a situação. Uns jogavam numa semana, outros noutra.
- Como era a pressão dos adeptos? E os jogos com o Partizan?
- O Estrela é um clube grande e tínhamos de ganhar sempre e jogar bem. Mas a pressão para ganhar é melhor, acredita. Olha, em relação à rivalidade, tenho uma história muito curiosa logo à chegada. O Ricardo Gomes estava no Partizan e antes de eu ir perguntei ao Ricardo como eram as coisas. Tivemos uma conversa normal e eu cometo o erro de na minha conferência de apresentação dizer que tinha falado com o Ricardo e que ele disse que o Estrela era o melhor clube do país. O que eu fui dizer... Saímos da conferência e o tradutor: 'espetáculo, correu mesmo bem'. Fui meter o Ricardo numa confusão (risos). Mandei logo mensagem a pedir desculpa e o Ricardo disse que não havia problema.
- ...
- Nos jogos contra o Partizan parece que vais para a guerra. É o mesmo que um Vitória-SC Braga, mas ali é levado ao extremo. A semana é diferente, se for preciso as claques vão ao balneário falar com os jogadores e o ambiente é uma coisa. Sentes a bancada a tremer naquele mítico túnel do estádio. Nunca vi tanta polícia, cavalos e cães... É um ambiente muito hostil e isso também explica o facto de ser muito difícil os adversários vencerem naquele estádio (n.d.r. não perdem em casa para o campeonato desde 2017). Para teres uma ideia do quão é tudo muito diferente, quando passámos à Liga dos Campeões saímos à rua de tanque e com aqueles capacetes de guerra, no meio da cidade, no meio de foguetes e petardos.
- Sentia essa pressão dos adeptos no dia-a-dia?
- Eu estava mais por casa e também apanhei aquela fase Covid. Mas quando ia à rua sabia que tinha de ter cuidado. O clube sabia de tudo e controlava tudo. Belgrado é uma cidade muito bonita, as pessoas falavam, mas nunca tive nenhum problema. Aliás, falhei um penálti contra o Olympiacos, era o José Sá na baliza... O Marin não quis bater, eu assumi e atirei à barra. Depois do jogo foi difícil. Recebi muitas mensagens.
De capitão a encostado: "Tive mais de 80 colegas novos"
- Começa a segunda época no Estrela, mas acaba por ir para a Turquia (Samsunspor). Decisão pessoal?
- É engraçado porque saio do Estrela a marcar no play-off da Champions. Alguns dias antes desse jogo, sou chamado ao gabinete e dizem-me que tinham aceitado uma proposta da Turquia e que podia ir se aceitasse. Pensei: 'não sei de nada, não acertei nada e eles dizem que eu já estou vendido?' Levei a peito. Estava a jogar com o novo treinador (Dejan Stankovic) e vou para esse jogo a saber que estava vendido. O clube da Turquia era de segunda liga, mas a proposta era muito boa. O meu empresário disse-me para eu fazer a contra-proposta que achasse aceitável para sair e nessa semana do jogo eles aceitam.
- Apresentou a proposta a achar que eles iam aceitar?
- Não, não... E não podia dizer que não. A determinado momento da carreira também temos de olhar para a parte mais financeira e o projeto do clube era diferente. Vou então para o jogo na Albânia com tudo acordado na Turquia e marco o golo da vitória (ver vídeo acima). Na semana seguinte disse ao meu empresário que não jogava mais. O Stankovic queria que eu jogasse, mas eu tinha levado aquela situação toda muito a peito e não queria ir ao jogo. Infelizmente, acabaram eliminados no segundo play-off pelo Omonia.
- Como era a proposta na Turquia?
- Era um contrato de três anos, mais um de opção, e tínhamos a subida praticamente garantida. Falei com o Hélder (Tavares) e ele disse-me que, se pudesse, não hesitasse. Não sabia nada sobre a segunda liga da Turquia. O presidente (do Samsunspor) é bilionário e tinha um projeto enorme para o clube. Acabei por confirmar tudo: condições incríveis, estádio e complexo desportivo novos... Começo por marcar logo no primeiro jogo, mas ao terceiro jogo lesiono-me e passo por uma fase difícil.
- ...
- Não subimos com 70 pontos e aconteceram várias coisas. Treinador, diretor desportivo e jogadores vão embora... O presidente queria baixar o meu salário, com o argumento de ser um jogador lesionado, mas eu não aceitava. Falei com o meu empresário para sair, mas passado um mês ele (presidente) coloca-me como capitão de equipa. É um clube que podia ser top na Turquia, mas o presidente tem muito dinheiro e aquilo é um brinquedo para ele. Em três anos tive mais de 80 colegas novos. Como capitão, eu disse o que achava do clube e acabei por me prejudicar no ano seguinte. Aconteceram coisas que não são futebol... Deixou-me sem licença e limitava-me a ver os outros a jogar.
- Mas treinava?
- Comecei por treinar à parte, depois tirou-me a braçadeira e o número... O Giresunspor, da primeira liga, apresentou uma proposta, mas o presidente não aceitou. Podia escrever um livro com o que aconteceu. Depois, em janeiro, podia sair para o APOEL, com eles a pagar e tudo, mas o presidente metia sempre problemas.
- A verdade é que depois de um período parado, acaba por regressar à competição em janeiro. Como se explica?
- Chega janeiro e eu quero ir para o APOEL e ele (presidente) continua a colocar entraves. Como não tem problemas em pagar o salário... De filme. Depois passava por mim como se nada fosse. Acabo por ficar e o novo treinador conta comigo. Então entrava apenas quando a equipa estava a perder e no momento em que fomos campeões nunca mais joguei. Deixaram-me de fora.
- Como foi manter a cabeça tranquila nessa fase?
- Aquilo já era tão normal para mim, ao ver tantos colegas a sair, que sabia que não era um problema meu. Sabia que tinha condições para jogar, mas não jogava por birras ou coisas que nao fazem parte do futebol. O Samsunspor é um clube com condições enormes, mas o presidente precisa de alguém que lhe diga as verdades. Prejudicou-me mesmo muito e agora estou a pagar por isso. O mais difícil é perceber o porquê disso acontecer quando és profissional e capitão de equipa.
- Ainda não tem todas as respostas?
- Eu via o que acontecia com vários jogadores. Gosto muito do clube e tenho pena. É o futebol. Ainda apresentaram proposta para renovar em janeiro, mas não tinha condições para continuar depois de tudo o que aconteceu e agora estou noutra realidade. Precisava de um clube para relançar um pouco a minha carreira e mostrar que posso continuar a jogar.
"Tenho muito orgulho no que conquistei"
- Como estão a correr as coisas no APOEL?
- Tenho contrato de um ano, mais um de opção. Neste momento estou parado devido a uma rotura, mas estou a recuperar e a tentar voltar à minha forma. O APOEL é um clube que luta por títulos e que já me queria em janeiro. O fundamental para mim é deixar os problemas para trás e jogar futebol. Quero recuperar a minha confiança.
- Está prestes a completar 31 anos. Como olha para a sua carreira?
- Espero ainda jogar mais alguns anos (risos). Em relação à minha carreira, tenho orgulho no que conquistei. Algumas escolhas que hoje talvez não as tivesse, mas o futebol é isso. O sucesso no futebol é mínimo, passamos mais fases difíceis. (...) Não me arrependo de nada e agora é olhar em frente.
- Durante o percurso houve possibilidade de chegar a um grande?
- Quando acabo no Tondela houve muito coisa. Houve abordagem de um ou outro grande, mas na altura não era a melhor opção. O Estrela era o que mais queria e indo para um grande ia ser mais um. Tomei essa decisão, é o que é... Talvez fosse mais fácil chegar à Seleção Nacional, que era outro sonho que tinha, mas a vida é assim e não me arrependo. Estou muito contente com o que vivi e espero jogar até me sentir bem. Mesmo se for numa segunda liga...
- Na altura não se percebeu muito bem como é que o Tomané ia jogar para uma segunda divisão, mas estamos perante uma diferença (de valores) gigante, certo?
- Na altura diziam muito isso, mas para mim o que importa é o projeto. Em determinado momento da carreira, o jogador tem de olhar também para a parte financeira. Agora estou numa fase em que quero jogar e olhar mais para a parte familiar.
- Quando se sai de Portugal, sente-se que depois é mais difícil regressar?
- É difícil. A parte financeira é incomparável...
- A segunda divisão na Turquia é muito melhor que em muitos clubes da Primeira Liga portugues?
- Posso dizer que foi onde eu ganhei mais dinheiro. Joguei Liga dos Campeões, mas foi na segunda liga turca que ganhei mais dinheiro.
- Passa pela cabeça regressar a Portugal?
- É um objetivo. Chega um momento da vida em que não podemos olhar só para a parte financeira. Não quero levar tudo para o caixão (risos). Podia ter regressado este ano, não aconteceu e não sei se regresso no próximo ano. Não defini isso. Depende do que for o projeto e situação que o clube apresenta.
- O Tomané teve vários treinadores, ente os quais Pepa, Rui Vitória, Sérgio Conceição... Quem marcou mais?
- Tenho de agradecer ao mister Pepa por ter acreditado muito em mim numa fase difícil. Ao mister Manuel Machado também por me ter dado a estreia. Ao Rui Vitória também por ter acreditado em mim e permitir que me afirmasse na Primeira. Tive também o Sérgio (Conceição), que era incrível a nível de treino e tenho a certeza que ainda vai chegar a patamares ainda mais altos.
- Muitos amigos no futebol?
- Tenho uma amizade muito grande com o Kaká (UD Leiria). Tiago Rodrigues (Gençlerbirligi), nascemos quase juntos no Vitória. Josué (Rio Ave), Joãozinho (Torreense), Ricardo Costa, João Pedro (Chaves)... Criei muitas amizades no Tondela.
- Quando decidir terminar a sua carreira, como gostaria de ser recordado?
- Não penso muito nisso, mas a imagem que procuro deixar é a de respeito, dedicação e de ser profissional: dar tudo em campo, humilde, trabalhador e que não tenham nada a apontar. Consegui fazer uma carreira a partir de baixo e o meu percurso foi sempre muito vincado no trabalho e dedicação.