Aitana: "Todos os momentos difíceis por que passei tornaram-me melhor"

Aitana Bonmatí atendeu os fãs ao lado do prémio que recebeu na segunda-feira em Paris. Tirou fotografias, deu autógrafos e um abraço ocasional durante uma tarde muito especial para as centenas de fãs (alguns deles estrangeiros) que estiveram presentes. O evento foi anunciado no dia e mesmo assim atraiu uma boa multidão de fãs. A chuva também não impediu que se formasse uma longa fila à porta do estabelecimento.

A média falou aos meios de comunicação oficiais do clube: "É um orgulho ganhar este troféu com o Barça. No final, 12 anos passaram muito rápido. Neste momento, nem me apercebo de que estou no clube há tanto tempo. Lembro-me de quando comecei na categoria de base, com 13 anos, e agora tenho 25. Ganhámos muitas coisas: duas Ligas dos Campeões, muitas Ligas, Taças, Supertaças... e a nível individual também cresci muito. Por isso, para mim é uma honra fazer parte da La Masia e ser reconhecida como uma jogadora que passou pelas camadas jovens".

"Sou a mesma, mas conquistei muitas coisas. Sempre me considerei uma pessoa ambiciosa e é verdade que quando era pequena tinha pouca paciência. Por isso, talvez eu lhe dissesse que é muito bom ter ambição, o desejo de melhorar ou de ser o melhor, mas talvez devesse ter um pouco mais de paciência. Para aqueles que trabalham arduamente e sabem esperar pelo seu tempo, tudo chega. E, sobretudo, que a perseverança e a exigência valeram a pena e que todos os momentos difíceis por que passei me tornaram melhor porque me fizeram ver que ainda há um longo caminho a percorrer e que, no final, tudo pode mudar", afirmou.

"Pioneira e referência"

Aitana, que definiu como "lindo" o novo mural em Sant Pere de Ribes que elogia a sua figura, elogiou Barcelona: "Foi pioneira e agora é uma referência mundial. Estou 100% grata. Quando dizemos que é 'Més que un Club', é por causa de coisas como esta. Tenta incluir toda a gente, como por exemplo a equipa Genuine, e deu-nos a oportunidade de sermos futebolistas profissionais. E penso que nós respondemos. Todos nós lutámos por este brasão e continuamos a lutar como se não houvesse amanhã. Orgulhamo-nos de o usar em todo o mundo".

"Os momentos em que tive a oportunidade de jogar no Spotify Camp Nou foram os mais importantes da minha vida. Foram momentos únicos, porque o estádio estava cheio e realizámos um sonho. Sempre tivemos uma harmonia muito boa entre jogadores e adeptos, e penso que eles nos ajudaram a ganhar. Mas também não podemos esquecer o estádio Johan Cruyff, que é a nossa fortaleza. Ainda não perdemos um jogo em casa e estamos sempre muito gratos aos adeptos, que nos vêm ajudar e torcer por nós", explicou o melhor jogador do mundo durante a entrevista.

Ela também comentou que ainda não conseguiu digerir o prémio e que não sabe "quanto tempo" vai precisar porque "é tudo muito grande". O prémio, acredita, é positivo no sentido de "gerar igualdade". Depois de o ter recebido no início da semana, ainda não conseguiu "olhar para nada", embora tenha mencionado as felicitações de Xavi, Iniesta e Puyol, que são "ídolos de infância". Em suma, está "muito orgulhoso" de tal distinção e, claro, de ver que há "raparigas, rapazes e adultos" que a seguem.

"Equipa vencedora"

"Há três anos que chegamos à final da Liga dos Campeões, o que é muito complicado, e ganhámos duas. Se a equipa ganha, depois vêm os prémios individuais. Mas tudo isto acontece depois de muito esforço e muito trabalho. Há alguns anos, tínhamos o talento, mas agora temos uma equipa que nos ajuda a ganhar. Esta mentalidade é muito forte e sempre que começamos a época sabemos quais são os nossos objectivos e porque trabalhamos e treinamos todos os dias. Isto é muito importante. As melhorias físicas que fizemos nos últimos anos também são, naturalmente, importantes", afirmou.

"É preciso estar muito atento ao trabalho e ser melhor a cada dia. E quando estamos ao lado de jogadores deste nível, também crescemos e melhoramos. Tenho muita sorte. Consegui alcançar muitas coisas a nível coletivo e individual, mas no dia em que deixar de ser ambicioso, talvez seja altura de deixar o futebol. Continuo a ter esta vontade de melhorar e de ganhar e, felizmente, no Barça temos todos a mesma mentalidade. Isso faz de nós uma equipa vencedora e competitiva".