Um ano de Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita: Recordes, visibilidade, mas sem títulos
O choque inicial já tinha passado (a oficialização aconteceu a 30 de janeiro) quando Cristiano Ronaldo desfilou no até então desconhecido Mrsool Park para gáudio de milhares de adeptos que preenchiam as bancadas. Era a confirmação, um dos maiores nomes da história do futebol mundial mudou-se para Arábia Saudita.
Um ano passou desde 3 de janeiro de 2023, o primeiro dia em que vimos Cristiano Ronaldo com a camisola do Al Nassr e muito mudou desde então. O avançado de 38 anos revitalizou uma carreira que parecia em fase descendente com questões no Manchester United e Portugal (tinha perdido a titularidade em ambas as equipas) e a Arábia Saudita deixou de ser um campeonato periférico.
A chegada de Cristiano Ronaldo foi o abrir da porta a Neymar, Karim Benzena, Sadio Mané, Kanté, Fabinho, Mahrez ou Rúben Neves. As estrelas do futebol europeu deixaram-se seduzir pelo reino do Oriente os muitos milhões de investimento proporcionados pela entrada em cena do governo sob o disfarce do famoso Fundo de Investimento Público (PIF). "Eu abri o caminho para a liga saudita e agora todos os jogadores vêm para cá", frisou.
Os jogos do campeonato da Arábia Saudita passaram a ser acompanhados em vários países (Portugal incluído). Al Nassr, Al-Ittihad, Al Hilal ou Al Ahli passaram a fazer parte do léxico dos adeptos do futebol e até a Liga dos Campeões Asiática passou a merecer uma atenção especial com a curiosidade de ver Neymar a jogar em Mumbai, ou Cristiano Ronaldo em Dushanbe, palcos muito diferentes do Camp Nou ou Old Trafford.
Dentro do relvado, o saldo para Cristiano Ronaldo não se pode deiar de considerar francamente positivo. Em 50 jogos marcou 54 golos (o melhor registo do ano civil de 2023) e fez 13 assistências. Só esta temporada vai com um registo de quase um golo por jogo (30 em 31 partidas). E na Seleção manteve a preponderância com Roberto Martínez, alcançado as 200 internacionalizações, uma barreira inimaginável no futebol masculino.
Aos 38 anos, Cristiano Ronaldo ganhou uma nova vida no Médio Oriente. Faltam apenas os títulos (que conseguiu em todas as equipas que representou) que teimam em escapar ao Al Nassr. Na época passada ficou no segundo lugar e foi eliminado nas meias-finais da Taça da Arábia Saudita e Supertaça. Este ano continua atrás do Al Hilal, mas nada está perdido e a coroa árabe ainda pode chegar para CR7.