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AC Milan: Theo e Rafael Leão no olho do furacão, Paulo Fonseca em dúvida e Ibrahimovic de férias

Matteo Caccia
Jogadores do AC Milan de cabeça baixa após mais uma exibição negativa
Jogadores do AC Milan de cabeça baixa após mais uma exibição negativaAFP / DANILO DI GIOVANNI / NurPhoto / NurPhoto via AFP
Uma situação surreal para o AC Milan de Paulo Fonseca, que começou com o pé esquerdo esta época, com vários episódios que dão que pensar.

72.º minuto do Lazio-AC Milan, pausa para hidratação para as duas equipas no Olimpico: os jogadores rossoneri aproximaram-se do banco para matar a sede e receber instruções de Paulo Fonseca. Todos menos dois, porque Rafael Leão e Theo Hernández decidiram ficar no lado oposto do campo, ignorando, entre outras coisas, o convite do recém-contratado Tammy Abraham para se juntar ao grupo.

Um gesto que certamente não faz bem ao mundo milanês e, apesar de terem acabado de entrar em campo, tornando-se, entre outras coisas, protagonistas de uma esplêndida ação coletiva que culminou com o golo do empate, nada pode desculpar o comportamento infantil dos dois jogadores, que não custaram nada a juntar-se à equipa para se carregarem e darem um novo empurrão para procurarem uma tão esperada vitória para os adeptos milaneses.

"Não há problemas e não devemos criá-los. Sou uma pessoa honesta e digo a verdade. Não me escondo. Desta vez, digo-vos que não há problemas. Falei com eles durante a semana e eles aceitaram bem a escolha", explicou Paulo Fonseca no pós-jogo, para apagar o debate.

"Estávamos a dois minutos do fim, não precisávamos da pausa para hidratação. Não foi nada contra a equipa e o treinador. Agora temos de continuar a trabalhar para ganharmos todos juntos", justificou Theo Hernández.

Nada está a correr como planeado para os rossoneri, que começaram com o pé esquerdo em todos os sentidos.

Três jogos e zero vitórias, dificuldade em encontrar o sistema de jogo certo e uma facilidade desarmante em sofrer golos. E dizer que Paulo Fonseca era a escolha número dois absoluta do clube milanês, que deixou de lado treinadores como Antonio Conte, Thiago Motta e De Zerbi, para apostar primeiro em Julien Lopetegui, rejeitado em massa pelos adeptos, e depois no treinador português, ex-Roma.

É difícil imaginar um cenário pior para os adeptos do Diabo, com uma equipa em desagregação e um treinador já em risco, depois de ter somado apenas dois pontos e sofrido tantos golos (seis, a par do Lecce).

AC Milan é 14.º classificado na Serie A
AC Milan é 14.º classificado na Serie AFlashscore

Um equilíbrio agora difícil de reencontrar, causado não só pelo impacto negativo do treinador na equipa, mas também pelo comportamento daqueles que deveriam ser dois dos senadores (e capitães) do AC Milan.

Atitudes pouco profissionais, confusão administrativa e... Ibrahimovic de férias.

Após o jogo de ontem, no Estádio Olímpico, houve também uma série de assobios para os jogadores rossoneri, salvos por vários aplausos, para a única nota positiva neste início de temporada, que é Strahinja Pavlović.

Um peão sozinho, no entanto, certamente não pode fazer a diferença num grupo que parece não ter sido testado, e se a harmonia entre o treinador e os senadores do clube já se quebrou, não há muito mais para fazer.

Se, no entanto, este último não se manifesta publicamente em apoio da equipa e deixa passar episódios como os de Theo Hernández e Rafael Leão, não podemos deixar de pensar que é incapaz de gerir corretamente um clube tão emblemático e histórico, deixando-o ao púlpito mediático sem intervir e sem seriedade e fiabilidade.