Chegado à pressa e depois de um mercado bizarro, Romelu Lukaku chegou esta terça-feira a Roma com o entusiasmo de quem parece ter voltado à mesa depois de um período de pausa.
Afinal de contas, tanto ele como a própria equipa Giallorossi precisam desesperadamente de recuperar a cabeça em termos emocionais. Até há dois anos, o belga era um colosso imparável, que, no auge da sua forma, conseguia deslocar qualquer adversário à sua frente e criar uma superioridade devastadora no ataque. Agora, as coisas são diferentes, mas o valor do jogador continua a ser importante.
Depois do "não" de Duvan Zapata, que permaneceu na Atalanta, Tiago Pinto, o português que é diretor desportivo da Roma, foi à procura do descontente Romelu, que depois de dias entre Inter e Juventus, e sabendo que o casamento com o Chelsea estava agora terminado, a pedido de ambas as partes, aceitou de bom grado a proposta dos Giallorossi.
Sem Liga dos Campeões, mas com um salário de quase 8 milhões de euros e, sobretudo, com a possibilidade de ser um titular indiscutível num ataque que sente a necessidade de um peso-pesado. Um avançado capaz de carregar o peso de uma equipa ainda insegura no seu jogo e nas suas movimentações, e que possa garantir a fisicalidade certa nos últimos metros do adversário, aqueles que contam.
Em baixo na classificação e em baixo moralmente pelos dois primeiros resultados do campeonato, a Roma vai apostar em Lukaku precisamente para poder subir, tanto em termos de pontos como em termos de campo, onde uma referência sólida e bem posicionada como o belga pode representar um ponto de apoio sólido para o jogo de José Mourinho, muitas vezes defensor da bola longa para o avançado centro.
Grandes expectativas
Juntamente com Paulo Dybala, Lukaku forma uma dupla de primeira linha. No papel. Dois craques com um passado ilustre e uma capacidade acima da média para jogar como segundo e primeiro avançados. Ambos nascidos em 1993, poderiam criar uma parceria muito respeitável se forem bem ajudados pelos seus companheiros de equipa e, acima de tudo, se forem respeitados pelo seu físico.
Quanto ao belga, a dúvida também diz respeito ao seu estado psicológico. De facto, na época passada, teve um desempenho intermitente. Mentalmente abatido por um Mundial desastroso, o belga tentou recuperar no Inter, onde, no entanto, nunca conseguiu ser um titular indiscutível, revelando-se nefasto na final da Liga dos Campeões contra o City, onde, em algumas ocasiões, desempenhou o papel de defesa extra para a equipa de Guardiola.
A grande expetativa para o belga em Roma, no entanto, é justificada pelo seu currículo, que se estiver em forma pode realmente representar um diferencial absoluto. O campo, como de costume, será o juiz supremo, mas na capital já há um novo ar, bem mais respirável. E o mesmo acontecerá com Lukaku, em busca talvez da última grande redenção da carreira. Sob as ordens daquele José Mourinho, com quem viveu momentos de máxima felicidade e de absoluta incompreensão entre Chelsea e Manchester United.