Dean Huijsen: a tulipa da Velha Senhora está pronta a florescer
Quando se faz a estreia na Serie A aos 18 anos, em San Siro, contra o AC Milan, com a equipa a vencer por apenas um golo, e como primeira bola se dá ao luxo de se antecipar a Rafael Leão, parar elegantemente a bola com o peito e passá-la ao companheiro, significa que tem alguma confiança nas suas capacidades.
Se, depois, com a bola nos pés, se empata, dando amplas indicações aos seus companheiros com os braços sobre onde devem estar para receber o passe, isso significa também que, além de atrevimento juvenil, tem também uma boa dose de personalidade.
Tudo isto é Dean Huijsen, que ontem se estreou no principal campeonato italiano, aos 78 minutos do AC Milan-Juventus, mais um filho da Next Gen da Vecchia Signora. E uma das pérolas mais promissoras, se não a mais promissora de todas. Quem também pensa assim é Massimiliano Allegri, que nunca escondeu a sua admiração por este neerlandês, alto e magro. Ontem, um afago no cabelo, uma palmadinha nas costas e a entrada em campo para substituir o companheiro Gatti, apesar do resultado em jogo com um AC Milan que - embora reduzido a dez - tinha de tentar o assalto final.
Tranquilidade, técnica e elegância
O neerlandês impressiona pela tranquilidade com que se mantém em campo, um dom confirmado pelos companheiros e pelo treinador, além de um alto nível técnico e uma elegância inata nos movimentos.
Com 1,93 metros de altura, é também dotado de uma excelente altura de execução, o que o levou muitas vezes a marcar golos de cabeça nas seleções jovens. Porém, graças à sua técnica, é também bom a marcar penaltis. Desde os seus dias no Málaga, está habituado a saltar alguns anos nas categorias, o que também diz muito sobre a sua maturidade.
A Juventus foi buscá-lo ao clube andaluz em 2021 porque, apesar de ter nascido em Amesterdão, Huijsen cresceu em Espanha, seguindo o seu pai, Donny, que jogou no Ajax, Go Ahead Eagles, Haarlem, AZ e MVV, antes de se mudar para Marbella.
Em Turim, apesar das grandes expectativas decorrentes do seu talento evidente, o caminho não foi todo cor-de-rosa. Este deveria ser o ano da sua consagração, confirmando o acerto da decisão de mandar embora alguém como Bonucci para lhe dar lugar, mas na Nova Geração algumas incertezas atrasaram a sua integração, como também confirmou Allegri no pré-jogo, em Milão: "Huijsen teve um momento um pouco difícil, mas agora está pronto para jogar."
Mais vermelho do que laranja
Agora, Hujsen está pronto para vestir a camisola da Velha Senhora. Uma transferência que, devido ao mercado e a desempenhos que nem sempre estiveram à altura, não foi bem sucedida para outra grande promessa laranja, paga prodigamente pela Juventus, que queria fazer dele o defesa do futuro: Matthijs De Ligt.
Um colega laranja com quem talvez nunca venha a jogar, pelo menos na seleção nacional, já que, apesar de fazer parte da equipa neerlandesa de sub-19, os meios de comunicação social espanhóis escrevem que poderá aspirar a participar no Campeonato do Mundo de 2030 com a Espanha.
De facto, Hujsen frequentou a academia de jovens do Málaga e gostaria de jogar pela seleção ibérica, um pouco como Aymeric Laporte e Robin Le Normand, que a preferiram à transalpina. Veremos o que acontece, o caminho que o seu destino irá tomar ainda está por escrever.