Olhando para a classificação da Serie A, é evidente que a Lazio e a Roma estão numa posição mais baixa do que seria de esperar após 11 jogos do campeonato. Os Giallorossi tiveram um mau começo, ou melhor, um começo muito mau, mas conseguiram compensar vencendo quatro dos seus últimos cinco jogos. A única derrota foi contra o Inter, mas perder contra os nerazzurri é algo bastante normal neste momento, tanto em Itália como na Europa.
Por isso, pelo menos no papel, deverão ser os homens de José Mourinho a sair-se melhor no jogo de grande importância na capital italiana. Para decidir quem foi a melhor equipa de Roma no final do ano, não se olha para a tabela classificativa, mas sim para os resultados dos dois (ou mais) dérbis durante a época.
E a verdade é que, na época passada, foi a Lazio que dominou em todos os aspectos. O clube aproveitou os triunfos contra o seu eterno rival para se ajudar a alcançar o segundo lugar, atrás do Nápoles, o campeão italiano. A Roma vai deslocar-se ao Estádio Olímpico com um grande desejo de vingança, consciente da importância do dérbi para os adeptos e do seu estado de espírito. Mourinho já atiçou a fogueira nos meios de comunicação social, embora desta vez não tenha começado.
Para trás e para a frente
Na euforia desencadeada pela vitória sobre o Feyenoord, Maurizio Sarri achou por bem provocar o colega português: "Nós chegamos ao dérbi depois de uma guerra, eles chegam depois de um amigável". Foi uma piada a que o Special One, na véspera do jogo da Liga Europa contra o Slavia Praga, respondeu de bom grado.
"A diferença entre um treinador que ganhou 26 títulos e um treinador que ganhou apenas alguns é a mentalidade de pensar que todos os jogos são sérios". Uma réplica legítima, embora a resposta tenha sido claramente menos subtil do que as palavras de Sarri.
Os líderes
No final, tudo isto faz parte do jogo. A clássica batalha entre dois senhores que se divertem e, em última análise, os adeptos também. Por isso, Sarri e Mourinho são muito mais parecidos do que se possa pensar. Ambos são mal-humorados, têm um carácter forte, são respeitados e seguidos pelos seus jogadores e têm uma dialética muito acima da média da maioria dos seus colegas.
Longe vão os tempos em que os símbolos das duas equipas eram Paolo Di Canio e Francesco Totti. Hoje, estamos a falar da Roma de Mourinho e da Lazio de Sarri. E será precisamente em nome dos seus líderes que os jogadores das duas equipas entrarão em campo para ganhar, para relançar a sua época, mas também e sobretudo para ganhar o direito de gozar com o seu rival até ao próximo clássico.