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Itália aposta em Erasmus para enriquecer a seleção numa altura em que a Serie A empobrece

Raffaele R. Riverso c/ André Guerra
Guglielmo Vicario
Guglielmo VicarioProfimedia
É verdade que a fuga de talentos nacionais é um duro golpe para o campeonato italiano, mas isso não significa necessariamente que seja também um golpe para a Itália de Mancini.

Os dois jogos da Liga das Nações mostraram como a Itália precisa de olhar em frente, libertando-se das dívidas de gratidão para com alguns dos campeões europeus e concentrando-se nas jovens promessas. Um sinal que vai precisamente nessa direção foi dado pelo excelente Campeonato do Mundo de sub-20, em que os rapazes de Carmine Nunziata chegaram à final na Argentina, apesar de a terem perdido com o Uruguai.

E a verdade é que as esperanças depositadas na turma de Paolo Nicolato, que iniciou a caminhada no Campeonato da Europa de sub-21 com uma derrota por 2-1 com a França, também não são baixas.

Dois dos principais símbolos destas duas equipas são Cesare Casadei e Sandro Tonali. O primeiro nunca chegou a vestir a camisa do Inter porque os olheiros do Chelsea deram-lhe mais valor do que os Nerazzurri.

Já o médio e um dos capitães do AC Milan está a negociar uma transferência para Inglaterra. Na verdade, os rossoneri estão dispostos a aceitar os avanços do Newcastle, que está pronto para apostar 70 milhões de euros em Tonali.

A pontuação do onze italiano diante da Espanha
A pontuação do onze italiano diante da EspanhaFlashscore

Se olharmos rapidamente para os dois onze iniciais utilizados por Mancini contra a Espanha e Países Baixos, é evidente que a equipa que deu algumas alegrias aos adeptos da Azzurra, entretendo também os adeptos neerlandeses, é notavalemnte mais jovem do que a que entrou em campo contra os espanhóis, que, como o próprio selecionador italiano admitiu, foi inferior à Roja.

A redenção italiana no jogo com os Países Baixos
A redenção italiana no jogo com os Países BaixosFlashscore

E, de resto, o valor dos jovens talentos da Azzurra está ficar claro para todos no velho continente. Veja-se, por exemplo, a última lista de convocados de Mancini.

Azzurra em Erasmus

Começamos pelos guarda-redes: Donnarumma (PSG) já fez as malas há algum tempo e Vicario também o fará em breve, tendo em conta o interesse do Tottenham.

Na defesa, Bastoni entrou no radar do Barcelona, tal como Dimarco, do Inter, enquanto Spinazzola regressou à Serie A mais forte depois de um pequeno Erasmus em Londres.

No meio-campo, o Sassuolo lamentou que Frattesi não tivesse aceitado "a importante oferta que chegou de Inglaterra porque quer ficar em Itália". Um discurso muito semelhante ao de Barella que, pelo menos para já, se revelou imune ao canto das sereias estrangeiras, ao contrário de Verratti, Jorginho e Zaniolo (uns por desejo, outros por necessidade...).

A última convocatória de Mancini
A última convocatória de Mancini@azzurri

E é precisamente à dupla de médios (Barella e Frattesi) - que em breve poderão também ser companheiros de equipa, se o Inter ultrapassar a concorrência do AC Milan -, que a Serie A se agarra. A eles e um pouco também ao ítalo-argentino Retegui, que atua na Argentina, cujo sonho passou a ser "jogar no campeonato italiano".

Dito isto, se é verdade que a fuga de talentos italianos - que em breve poderá também afetar Chiesa, alvo do Liverpool - é um duro golpe para o campeonato, isso não significa que o seja necessariamente para a Itália de Mancini.

Pelo contrário, competir na melhor liga do mundo e nos clubes mais fortes do velho continente só pode enriquecer os transalpinos no aspeto técnico-tático, mas também no aspeto do carácter.