Com contrato até 31 de julho de 2026, é visto como um dos grandes nomes do emergente mercado brasileiro, que tem atraído muitos estrangeiros, de treinadores a atletas, a cada nova temporada. Memphis é o segundo melhor marcador da seleção neerlandesa, tendo apontado 46 golos, ficando atrás apenas de Robin Van Persie, com 50 tentos.
Esta quinta-feira, foi apresentado na sala de imprensa da Neo Química Arena, em São Paulo, e recebeu a camisola de número 94 das mãos do presidente Augusto Mello. A numeração é alusiva ao ano de seu nascimento. Na Taça Sul-Americana, devido às restrições de números, utilizará a camisola 7.
Na conferência de imprensa, foi questionado sobre a decisão de deixar o futebol europeu e rumar para o Brasil. Antes de defender o Corinthians, Memphis estava no Atlético de Madrid após passagem pelo Barcelona.
"É uma pergunta interessante. Por que eu cruzei o mundo para jogar futebol em um país onde nós na Europa não conhecemos muito sobre as competições? Eu cresci nos Países Baixos, sou de raízes africanas, conheço as competições na Europa. Agora, com 30 anos, perguntei-me sobre o que posso fazer para ficar mais feliz. Fico próximo dos meus pensamentos e sentimentos", contou o camisola 94.
"Acredito que tudo na minha vida tem um propósito. A razão pela qual estou aqui, honestamente, é pelo Corinthians. Eles propuseram e a energia que senti, através do presidente (Augusto Mello), do Fabinho (diretor de futebol do Corinthians), da claque, de todos por trás de tudo isso, eu nunca tinha experienciado antes. O meu coração não conhecia isso", acrescentou Depay.
"A razão pela qual estou aqui não é só futebol. Já joguei contra essas equipas e é sempre muito difícil. Acho que muitos se seguem para experimentar esta jornada como jogador. No momento, acredito que é uma decisão. Vai além da minha compreensão. Não consigo explicar. Movo-me por propósito e isso é maior do que a minha mudança. Os meus amigos brasileiros estão felizes. Deus tem um propósito, vamos ver como isto funciona", salientou o novo avançado do Timão.
Nos braços da Fiel
Memphis também elogiou a claque do Corinthians e destacou a receção calorosa dos fanáticos do clube paulista na chegada ao Brasil.
"Foi uma experiência incrível. Não esperava, não tinha expectativas em vir para cá. Foi algo único para mim vir para a liga brasileira com 30 anos. Para um jogador como eu, isso não acontece sempre. Quando cheguei ao Brasil e vi os adeptos, aquilo aqueceu meu coração. Compreendi o que significava para aquelas pessoas eu estar aqui. Senti-me em casa", declarou à imprensa.
"A cultura brasileira é bastante conhecida, muito parecida com as culturas africanas. Meu pai é do Gana e senti essa similaridade. Assim que entrei no estádio, nunca tinha experimentado aquilo na vida, algo completamente diferente. Eu não tinha percebido, estou aqui tem 30 horas, está passando rápido. Quero aproveitar, isso vai me levar adiante, quero colocar meu coração nesse campo", completou o neerlandês.
Momento do Corinthians
Qualificado para a meia-final da Taça do Brasil, o Corinthians vive um momento difícil no Brasileirão. A equipe está na 17.ª posição, ou seja, a primeira fora da zona de despromção, com apenas 25 pontos. Apesar da fase, que ainda inspira preocupações, Memphis conseguiu perceber o potencial para muitas noites como as de quarta-feira, quando eliminou o Juventude num grande jogo.
"Sei da situação, mas acredito que noites como as de ontem demonstram que a equipa tem a habilidade de lutar. É uma equipa de lutadores. No dia de ontem, por exemplo, olhando o jogo vi o que significa jogar pelo Corinthians. Embora eu não tenha colocado a camisola, eu senti a energia, o espírito de luta. Ontem foi muito importante, vamos ter que construir e ganhar um jogo após o outro. Em momentos difíceis, quando encontramos jogos difíceis, temos de lutar. Sei da situação, mas temos que ganhar, lutar e competir", sublinhouMemphis.