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Mike Maignan aponta o dedo às instituições: "Se não fizerem nada, também são cúmplices"

Antonio Moschella
Mike Maignan foi alvo de insultos racistas em Udine
Mike Maignan foi alvo de insultos racistas em UdineProfimedia
O guarda-redes do AC Milan, alvo de cânticos racistas, também atacou a Udinese e o Ministério Público este domingo, um dia depois do episódio que o levou a querer abandonar o relvado.

"Não foi o jogador que foi atacado. Foi o homem. Ele é o homem da família. Não é a primeira vez que isto me acontece. E eu não sou a primeira pessoa a quem isto acontece", afirmou Mike Maignan, guarda-redes do AC Milan, no Instagram, depois de ter sido alvo de insultos racistas grosseiros ontem à noite, na Dacia Arena, em Udine.

O guarda-redes francês, que tinha falado aos meios de comunicação social após o jogo, para manifestar o seu descontentamento pelo que tinha acontecido, voltou a defender a sua posição esta manhã, com uma mensagem nas redes sociais, para reiterar a importância de uma mudança.

A mensagem na íntegra

"Houve comunicados de imprensa, campanhas publicitárias, protocolos e nada mudou. Hoje, todo o sistema deve assumir a responsabilidade:

- Os autores, porque é fácil agir em grupo no anonimato de uma bancada.

- Os espectadores que estavam nas bancadas, que viram e ouviram tudo, mas que preferiram manter o silêncio, são cúmplices.

- O clube Udinese, que apenas falou em interromper o jogo, como se nada tivesse acontecido, sois cúmplices.

- As autoridades e o Ministério Público, com tudo o que está a acontecer, se não fizerem nada, também serão cúmplices.

Já vos disse, e se tiver de o repetir, não sou uma VÍTIMA. E quero agradecer ao meu clube, o Milan, aos meus colegas de equipa, ao árbitro, aos jogadores da Udinese e a todos aqueles que me enviaram mensagens, que me telefonaram, que me apoiaram em privado e publicamente. Não posso responder a todos, mas vejo-vos e estamos juntos.

É uma batalha difícil, que vai exigir tempo e coragem. Mas é uma batalha que vamos vencer".