Mourinho: "Não aceito que a minha dignidade seja posta em causa, sou exemplo de profissionalismo"
"Não aceito de forma alguma que o meu profissionalismo, a minha dignidade e o meu coração para este trabalho estejam a ser postos em causa. Se há um exemplo perfeito de profissionalismo sou eu", atirou José Mourinho na conferência de imprensa da véspera do jogo contra o AC Milan, referindo-se ao dia de licença que pediu na quinta-feira e em que não conduziu o treino em Trigoria.
"Nunca faltei a um jogo em mais de 20 anos de carreira, nem a um treino. Para mim, não há doenças, nem mau humor", acrescentou.
"Por razões que não vou explicar aqui, precisava de um dia e disse ao diretor Pinto e à direção e definimos que o dia a seguir ao dérbi seria um bom dia. Estive fora de Roma durante 15 horas. Parece-me ridículo justificar isto", prosseguiu.
"Há pessoas que, do ponto de vista individual, têm de dar mais. Mas nós somos um grupo de pessoas sérias que sofrem. A reunião de ontem com os jogadores foi dura, sobretudo para alguém. Coletivamente e defensivamente, a equipa esteve perfeita contra a Lazio, sofrendo um golo como sofreu. Mas na reunião de ontem (quinta-feira) não poupei nada, até mencionei um jogo em que fui eu que cometi um erro. Também faço autocrítica", acrescentou.
Questionado sobre a razão pela qual ninguém do clube, para além dele, falou após o dérbi, respondeu: "Não sou diretor-geral, mas continuo a ser o clube. As minhas palavras são as que as pessoas lá fora querem ouvir. Quero ser sempre justo e correto com a sociedade. Os dérbis que ganhamos são de humilhação, os que perdemos, pelo contrário, perdemo-los sempre por um pormenor, um erro, do árbitro ou pessoal, mas fizemo-lo sempre com a dignidade de quem dá tudo. Saímos sempre com a cabeça limpa", atirou.
Dybala está fora
Depois do dérbi, inevitavelmente, haverá algumas mudanças na equipa, a começar por Paulo Dybala: "Não vai ser a mesma coisa. O Paulo (Dybala) não vai jogar, vou certamente fazer algumas alterações. Mas não há intenção de punir ou focar em certos indivíduos, mas sim de construir um puzzle do ponto de vista tático e mental que nos permita competir lá", explicou Mou, referindo-se a San Siro.
"Jogar sem Dybala não é exatamente o mesmo que para Guardiola quando falta Haaland porque tem Alvarez. Do ponto de vista do fair play financeiro, a Roma tem grandes limitações. E isso vê-se em campo e durante a época, quando as dificuldades chegam: não há como escondê-las. A Roma fez um esforço financeiro para ter Smalling, não o tem (está lesionador, ndr) e não pode ter outro e o mesmo se passa com Renato Sanches. Dybala é um jogador muito especial que nos últimos anos jogou numa equipa que tinha outros jogadores especiais como ele e quando ele não podia jogar havia outro. Aqui não há mais ninguém com as mesmas características", explicou.