Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Números finais do mercado: Serie A fecha no verde, Premier League continua a dominar

Raffaele R. Riverso
Radu Dragusin, o último jogador da Serie A a aterrar em Inglaterra
Radu Dragusin, o último jogador da Serie A a aterrar em InglaterraProfimedia
Os melhores "clientes" dos clubes da Serie A, LaLiga, Bundesliga e Ligue 1 são os clubes ingleses. E assim, os melhores campeonatos do mundo transformaram-se inexoravelmente numa espécie de viveiro da Premier League.

Quase 130 milhões de euros arrecadados. Dir-se-ia que, em janeiro, os negócios não foram nada maus para os clubes da Serie A que, contra 101,25 milhões de despesas, registaram um saldo positivo de 25,98 milhões de euros. E atenção: os clubes italianos não se limitaram a vender. Só a Ligue 1 gastou mais (190,93). A Premier League, de facto, investiu um pouco mais do que Itália (121,32), enquanto a LaLiga (86,25) e a Bundesliga (82,5) foram mais poupadas.

A Serie A, aliás, é o único sinal mais registado, no inverno, pelos orçamentos das cinco principais ligas do mundo. E sim, porque tal como é verdade que os clubes do campeonato francês investiram mais do dobro do montante arrecadado (orçamento no vermelho de -96,83), é igualmente verdade que até os de Inglaterra (-98,65), Alemanha (-71,13) e Espanha (-42) preferiram pôr as mãos na carteira com o objetivo de corrigir os erros de avaliação cometidos no verão e, assim, melhorar.

E este é um aspeto que deve ser seriamente tido em conta, porque se, por um lado, é certamente louvável que a Serie A esteja a tentar de todas as formas possíveis controlar as suas despesas, por outro lado, não se pode deixar de notar que, mercado após mercado, a liga italiana - e como veremos também a LaLiga, a Bundesliga e a Ligue 1 - continua a perder talentos.

Prova disso é que, mesmo tendo em conta o número total de transferências efetuadas durante a época, só a Bundesliga (227,36) tem um saldo melhor do que a Serie A (160,45), que precede a LaLiga (115,15). Os sinais positivos terminam aqui porque a Ligue 1 também termina "ligeiramente" abaixo do limiar zero: -57,72.

Premier League

Foram, no entanto, a Premier League (-1.368,41) e a Saudi Pro League (-904,29) que ultrapassaram, e não por pouco, a marca dos dois mil milhões negativos. E, embora ainda não possamos dizer se a liga saudita é uma variável louca ou, pelo contrário, uma constante que terá de ser vigiada no futuro, podemos dizer com certeza que a Premier continua a fazer o melhor e o pior de cada vez que o mercado abre as suas portas.

E quando falamos de talento, referimo-nos ao talento de alto nível - incluindo os melhores jogadores - porque em termos de campeões e aspirantes, a Serie A e as restantes ligas europeias de topo não se podem queixar. No entanto, o copo fica dramaticamente meio vazio quando nos apercebemos de que os melhores campeonatos do mundo se transformaram inexoravelmente numa espécie de cantera da liga inglesa. E não estamos a pensar apenas na quantidade de transferências, mas também, e sobretudo, na qualidade.

Viveiro dos ingleses

A prova é que os melhores clientes dos clubes italianos, espanhóis, alemães e franceses são - sempre e para sempre - os da Premier. Assim, no que diz respeito à Serie A, para levar 16 jogadores para Inglaterra - Hojlund e Tonali à cabeça - os clubes ingleses pagaram quase 360 milhões (os últimos 25 há poucos dias, por Radu Dragusin). Mais 15 do que o investido por outros clubes italianos para completar as 116 transferências internas registadas esta temporada.

Um fenómeno que não diz respeito apenas à Serie A, mas também à LaLiga (137,50 milhões recebidos pela Premier League por 12 jogadores), à Bundesliga (449 milhões por 15 jogadores) e, claro, à Ligue 1 (208 milhões por 12 atletas). E o mais preocupante é que não há nada que indique que esta condição de subalternidade vá acabar no futuro. Pelo contrário, a sensação é de que o fenómeno descrito até agora está destinado a agravar-se ainda mais.