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Opinião: Gasperini enfrenta um grande teste na Atalanta

Gian Piero Gasperini, treinador da Atalanta
Gian Piero Gasperini, treinador da AtalantaFlashscore/Profimedia
Gian Piero Gasperini está a enfrentar vários desafios, e o início desta temporada está longe de ser o ideal para a Atalanta.

As lesões acumularam-se, as atuações dececionaram e os resultados ficaram aquém do esperado: após seis jogos, a Atalanta conquistou apenas sete pontos, o último deles marcado por um golo no último minuto contra o Bolonha. Então, o que está a correr mal? Será que Gasperini perdeu o jeito? O seu tempo em Bergamo está a chegar ao fim?

Ainda é cedo, é claro, mas no passado, mesmo quando os pontos eram escassos, ou as atuações eram sólidas, ou os resultados conseguiam mascarar problemas subjacentes. Neste momento, não estamos a ver nem uma coisa nem outra.

A lesão de Gianluca Scamacca foi certamente um contratempo, especialmente durante a fase de construção do plantel, mas a equipa parece ter resolvido a questão ao trazer Mateo Retegui, que tem sido um dos jogadores em destaque até agora.

Gasperini também contratou vários talentos promissores, incluindo Raoul Bellanova (que pode não ter capacidade defensiva, mas é excelente a dar assistências), Marco Brescianini (depois de uma época fantástica no Frosinone) e Lazar Samardzic (que, a dada altura, esteve perto de se juntar ao Inter, o que prova a sua qualidade). É claro que o problema não está no plantel.

No entanto, algo parece estar errado - talvez seja a química, ou talvez Gasperini esteja a lutar para moldar esse grupo de indivíduos talentosos numa unidade coesa? Essa tem sido a sua marca: as suas equipas jogam como uma só, com tudo perfeitamente sincronizado.

No último sábado, foi preciso um momento de brilhantismo de Samardzic, uma das principais contratações de verão da Udinese, para garantir um ponto. O seu pé esquerdo fez uma trajetória perfeita, não dando qualquer hipótese a Skorupski.

Mas a Atalanta precisa de mais do que momentos de habilidade individual; precisa de jogar melhor como equipa e acelerar o processo de construção da coesão. A responsabilidade recai sobre Gasperini. Ele tem experiência em lidar com inícios lentos e sabe como misturar novos jogadores numa equipa capaz de competir com qualquer um, tal como fez na época passada, quando ganhou um importante troféu europeu - o segundo mais prestigiado.

O próximo jogo é contra o Génova, uma equipa que apresenta uma forma inconsistente, mas que é bem treinada por Alberto Gilardino, que está a provar ser um talento administrativo em ascensão. Não será um jogo fácil, e Gasperini certamente sabe que outro resultado negativo pode ser desastroso, tanto para a classificação como para a moral do plantel.

Apesar de os adeptos da Atalanta ainda estarem a viver o momento alto do sucesso recente, incluindo um triunfo na Liga Europa - algo inimaginável há quinze anos -, o futebol é um desporto exigente, em que as glórias do passado não oferecem garantias. Gasperini ainda tem muita boa vontade dos adeptos e da direção, mas o futebol, e especialmente a tabela do campeonato, tem pouco espaço para sentimentos. Todos os jogos são decisivos para que a Atalanta continue na competição europeia.

Agora, cabe a Gasperini estar à altura da ocasião, e todos estão atentos. Espera-se mais de Ademola Lookman e Charles De Ketelaere, dois dos líderes da equipa, mas a desilusão estende-se a todo o plantel. Agora, há um desafio difícil pela frente - mas é também uma oportunidade de ouro para voltar ao caminho certo e mudar a perceção atual da equipa, restaurando o medo que outrora incutia nos seus adversários.

Não será fácil, mas a Atalanta precisa de estar à altura da ocasião.