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Opinião: O caos no AC Milan - o egoísmo de Theo e a falta de pulso de Paulo Fonseca

Jogadores do AC Milan desesperam com mais uma oportunidade desperdiçada
Jogadores do AC Milan desesperam com mais uma oportunidade desperdiçadaGABRIELE MALTINTI / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP
Das palavras de Fabio Capello à situação no balneário: o AC Milan está cada vez mais caótico.

As acusações de Capello

"Mais um comportamento que não é digno do AC Milan. Aquele que usa a braçadeira deve ser um líder, o símbolo da equipa. Lembramo-nos de Baresi e Maldini, não é verdade? Hernandez, por outro lado, só trouxe negatividade ao grupo com as suas atitudes", afirmou Fabio Capello sobre Theo Hernández, protagonista de uma prestação pouco brilhante na derrota no terreno da Fiorentina, onde os rossoneri mostraram mais uma vez que não são uma equipa.

O antigo jogador e treinador do clube milanês voltou aos episódios no Franchi, apontando a falta de pulso do técnico Paulo Fonseca, que não assumiu o controlo da situação por ocasião dos dois penáltis conquistados.

"O que aconteceu é simplesmente inaceitável. Quando se prepara um jogo, faz-se e comunica-se escolhas precisas. Isso aplica-se aos cantos, aos penáltis e, claro, aos penáltis", afirmou.

"Nunca deve acontecer que os futebolistas façam o que querem. Mas depois vemos o capitão de equipa, aquele que é suposto levar para o campo as indicações do treinador, pegar na bola e decidir praticamente sozinho que o primeiro penálti deve ser cobrado por ele. Isso não é bom", acrescentou Capello.

Onde está o respeito por Paulo Fonseca?

O jogo de Florença é apenas o último de uma série de actuações criticáveis por parte do AC Milan, que conta sempre com a habitual linha da esquerda comandada por Theo Hernández e Rafael Leão. Depois da queda em grande estilo em Roma, onde foram protagonistas de um episódio polémico, com a sua recusa em participar na pausa para arrefecimento com os colegas de equipa, as duas estrelas rossoneri continuam a desrespeitar o clube.

Apesar de usarem a braçadeira de capitão, o 19 e o 10 não parecem querer realmente levar a equipa às costas, continuando a produzir gestos questionáveis e certamente não os de líderes maduros. O extremo português continua a criticar as escolhas do treinador, confrontando-o de cada vez (ou quase) que este decide tirá-lo de campo, enquanto o lateral francês se mostra errático e, por vezes, até egoísta.

Contra os Viola, Theo Hernández provocou ingenuamente um penálti ao pontapear o pé de Dodò, arriscando-se depois a sofrer um segundo num choque com Colpani. Como se isso não bastasse, o capitão do AC Milan decidiu cobrar o primeiro dos dois penáltis atribuídos aos rossoneri, ignorando a hierarquia e impedindo Christian Pulisic, o penalizador designado, de rematar dos 11 metros.

Resultado? Penálti falhado, nervosismo entre treinador e jogadores, e derrota no final do jogo, onde o antigo jogador do Real Madrid decidiu mesmo insurgir-se contra o árbitro, terminando a noite com um cartão vermelho.

Uma sociedade inexistente

Comportamento grosseiro e pouco respeito pelas decisões de Paulo Fonseca: mas onde está o clube? A má noite de Theo Hernández provou mais uma vez que existem formas de egoísmo no AC Milan que ultrapassam a ideia de coletivo. E se o clube, confrontado com mais um desempenho vergonhoso a nível individual e em termos de atitude, optar por uma simples multa ao francês e pelo silêncio total, não se pode certamente dizer que as coisas vão melhorar de um dia para o outro em Milão.

A culpa é de todos, desde o treinador, demasiado concessivo, até aos jogadores, demasiado anárquicos, sem saberem que fazem parte de um grupo e de uma equipa emblemática, na qual o respeito e a disciplina deveriam ser um dado adquirido. No entanto, tudo começa no topo, onde Zlatan Ibrahimovic e companhia não parecem estar verdadeiramente interessados no bem do clube, deixando-o cair cada vez mais.

Sem fazer escolhas firmes, o clube milanês nunca poderá assumir verdadeiramente o comando da equipa, que se rege pelo silêncio e por uma total falta de regras e de seriedade.