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O golo decisivo foi marcado por Matteo Gabbia, talvez o jogador menos esperado - mas que representa exatamente o que o treinador português está a tentar alcançar. Não é o nome que importa, mas o desempenho.
O golo de Gabbia simboliza a nova filosofia de Paulo Fonseca: não foi uma estrela ou um "grande nome" que fez a diferença, mas um jogador que contribui discretamente para a equipa. Sem fazer barulho ou procurar as luzes da ribalta, coloca-se à disposição do treinador e intervém quando é necessário.
Todos estavam prontos para se despedir de Paulo Fonseca. No AC Milan, é provável que alguns até o antecipassem, em parte porque o treinador português não é particularmente carismático e em parte porque o desempenho da sua equipa tem sido inconsistente desde o início da época.
O AC Milan já andava à procura há algum tempo, com o nome de Edin Terzic (e outros) já a circular. Mas a vitória no dérbi mudou as coisas, e agora a posição de Paulo Fonseca parece um pouco mais segura. Não para sempre, é claro, porque no futebol atual é preciso muito pouco para ser mandado embora. Daniele De Rossi sabe bem disso. No entanto, vencer um clássico depois de seis tentativas fracassadas deve valer alguma coisa.
Nem todos os jogos são iguais, alguns são mais importantes do que outros. Os adeptos do AC Milan, bem como os jogadores que festejaram a vitória, como se tivessem ganho um troféu, compreendem-no muito bem. Eles mereceram esta vitória.
O primeiro golo foi marcado por Christian Pulisic, um dos jogadores mais importantes da equipa e um talento muitas vezes subestimado em comparação com o seu verdadeiro valor. Na Serie A, tem sido decisivo, embora o resto da equipa tenha de fazer o seu trabalho. O empate, no entanto, foi da autoria por Fede Dimarco, com um golo perfeito de pé esquerdo, assistido por Lautaro Martinez - uma das estrelas mais dececionantes do clássico.
Entre os destaques que mantiveram o AC Milan vivo até o fim esteve Mike Maignan. O guarda-redes francês fez várias defesas cruciais para manter os rossoneri no jogo. Depois de resistir à tempestade, o AC Milan lançou um último ataque aos 88 minutos: um cruzamento perfeito de Tijjani Reijnders encontrou Gabbia - que cresceu nas camadas jovens do AC Milan e sabe exatamente o significado deste golo - a cabecear a bola para a baliza.
Paulo Fonseca compreendeu a importância deste jogo. De facto, revelou que a equipa passou uma hora e meia durante o treino a analisar a situação e a discutir este jogo, entre outros assuntos. Claramente, Paulo Fonseca conseguiu conquistar toda a gente, e a equipa parece estar a apoiá-lo totalmente. Ou, pelo menos, é o que esperam os adeptos do AC Milan.
Para já, o treinador português ganhou alguma paz e sossego. Talvez seja apenas temporário, mas é assim para treinadores como Paulo Fonseca, que sabem que o futebol não é um jogo justo. Um jogo de cada vez, uma vitória de cada vez - esse é o caminho para se manter no comando do AC Milan, apesar dos murmúrios e das conversas.