Os melhores jovens talentos a observar na Serie A do Brasil
Matheus França (19 anos, Flamengo)
Apesar das estrelas Gabrie Barbosa e Pedro serem o núcleo do ataque do Flamengo na próxima época, o jovem avançado ou médio ofensivo Matheus França pode ser um dos pilares da equipa já desde o arranque. Tem apenas 670 minutos no Brasileirão, mas apesar do pouco tempo já conseguiu mostrar o que vale.
Impressiona, particularmente, com o excelente movimento na grande área adversária. Nenhum outro jogador conseguiu mais toques por jogo e só o seu companheiro de equipa Pedro criou mais oportunidades de remate de qualidade, segundo a métrica de dados.
Dos 18 remates à baliza, França fez cinco deles a partir da pequena área e 11 no total no coração da área, onde as hipóteses de golo são maiores. Foi muito inconsistente na finalização, mas isso não é invulgar para jovens futebolistas. Além disso, demonstrou que consegue rematar com os dois pés e o jogo aéreo também não é um problema.
É um dos dribladores mais ativos no Brasil e as fugas nas costas da defesa aumentou consideravelmente as hipóteses de golo da equipa. Numa métrica que mede o perigo dos dribles, está entre os primeiros 5% de jogadores na sua posição.
Victor Hugo (18, Flamengo)
Este médio centro de espírito ofensivo chamou à atenção na época de estreia na Serie A. Com apenas 18 anos, o jogador fez quase 1.200 minutos e foi uma ameaça constante para os adversários.
Em modelos de dados avançados, que registam a contribuição global dos dribles e passes de um jogador no último terço do campo, ficou classificado entre os 20% de melhores médios e, acima de tudo, demonstrou a grande capacidade de último passe.
Conseguiu uma média de 20% de probabilidade de assistência por jogo, o melhor da Liga na sua posição. E há apenas um outro médio na Serie A que criou um maior volume de ações ofensivadas para a sua equipa, o veterano Arturo Vidal, curiosamente companheiro de equipa e mentor de Hugo.
Para além de ajudar os outros a criar golos, ele consegue chegar a posições muitos boas para finalizar. Na métrica dos golos esperados por jogo (xG), ficou em segundo lugar entre os melhores médios centro.
Ângelo Gabriel (18, Santos)
Apesar de ter apenas 18 anos, Ângelo já fez três épocas na Serie A. Na última, com 1.700 minutos jogados, foi um dos jogadores mais importantes do Santos, apesar de, como extremo, só espordicamente conseguiu finalizar a partir de posições de qualidade.
Durante a sua carreira na Serie A até agora, registou 34 remates (média de 1,2 por jogo), dos quais converteu apenas um. Isto deve-se principalmente ao facto de a grande maioria das suas tentativas serem a partir de ângulos complicados ou de fora da área. No total, acumulou apenas 2,4 xG (golos esperados). No entanto, as suas especialidades são a criatividade e a gestão de posse de bola.
Num sistema métrico que rastreia como a quantidade de toques na bola de um jogador aumenta as hipóteses de uma equipa marcar, Ângelo Gabriel está entre os melhores da Liga. Está constantemente a tentar levar a bola para a frente e faz um grande número de passes criativos e de penetração por jogo. Tem uma média de 22% de hipóteses de marcar em cada jogo, que o deixa imediatamente atrás de Everton, do Flamengo.
Pode colocar-se em boas posições para o último passe graças aos seus excelentes dribles, que usa com muita frequência. Entre os alas, apenas o já mencionado Everton faz mais desarmes.
Vítor Roque (18, Athletico Paranaense)
Outra grande esperança para o futebol brasileiro é o avançado Vítor Roque, de 18 anos, que jogou 1.500 minutos da Liga pelo Athletico Paranaense na época passada e foi também uma figura importante na caminhada da equipa até à final da Taça Libertadores. Ao todo, marcou 14 golos e fez 5 assistências em 2.542 minutos em todas as competições. Os desempenhos valeram-lhe uma estreia na seleção principal do Brasil.
Roque é um atacante com bom movimento e posicionamento dentro da grande área. Dos 37 remates (2,3 por jogo), 24 foram direcionados à baliza a partir da zona central da área e, na métrica de golos esperados (xG), apenas seis outros jogadores foram melhores, no que toca a avançados com mais de 1.000 minutos de jogo.
É também um dos jogadores da Série A que mais faltas sofre. É travado de forma ilegal, em média, 2,7 vezes por jogo, ou seja, mais vezes do que 92% dos restantes jogadores. Os adversários têm problemas em travar especialmente os seus cruzamentos e mudanças de direção, que só Hulk, do Atlético Mineiro, faz mais por jogo.