Portugueses de ouro pelo Mundo: Abel Ferreira suplanta Jorge Jesus no Brasil
Recorde as principais incidências da partida
Um empate 1-1 na visita ao terreno do Cruzeiro, na 38.ª e última jornada, bastou para o verdão reforçar a liderança do palmarés do Brasileirão, com 12 cetros, quatro acima do Santos, e alcançar o nono troféu, e terceiro em 2023, sob orientação do ex-defesa luso.
O bicampeonato foi vencido de forma dramática pelo Palmeiras, que estava em terceiro lugar, a 13 pontos do então líder isolado Botafogo, no final da primeira volta, mas acabou a prova com seis de vantagem sobre o fogão, quinto classificado, ao totalizar 70 pontos, contra 68 do Grêmio, segundo, e 66 do Flamengo, terceiro, e do Atlético Mineiro, quarto.
No comando do verdão desde outubro de 2020, Abel Ferreira passa a ostentar no seu currículo dois êxitos consecutivos no Brasileirão (2022 e 2023), duas Taças Libertadores (2020 e 2021), uma Supertaça sul-americana (2022), uma Taça do Brasil (2020), uma Supertaça brasileira (2023) e dois campeonatos estaduais paulistas (2022 e 2023), sem esquecer uma final perdida frente aos ingleses do Chelsea no Mundial de clubes (2021).
O penafidelense, de 44 anos, já se tinha tornado na última temporada o terceiro treinador português a ser campeão nacional na América do Sul, na senda de Jorge Jesus, com o Flamengo (2019), ou de Renato Paiva, pelo Independiente del Valle, do Equador (2021).
O sucesso português pelo Mundo
Os técnicos lusos já prevaleceram nos escalões principais de 35 nações dispersas pelos quatro cantos do planeta, com destaque para os 36 êxitos verificados em nove países de África, onde Moçambique vai dominando, com 11 conquistas, seguido do Egito, com 10.
Nesse continente, distinguiram-se Manuel José, com seis cetros egípcios pelo Al-Ahly, e Bernardino Pedroto, com três no ASA e dois no Petro Luanda, todos em Angola, à parte das conquistas em Cabo Verde, Líbia, Marrocos, Tunísia, Sudão ou Argélia, onde Carlos Gomes foi o primeiro lusitano a ser campeão no estrangeiro, em 1970/71, pelo MC Oran.
Na Europa, e para além de Portugal, os treinadores nacionais granjearam sucesso em 13 países, tais como Bulgária, Chipre, Grécia, Israel, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Suíça ou Ucrânia, faltando a Alemanha para fechar a senda nos cinco principais campeonatos.
O principal protagonista desse cenário é José Mourinho, que ainda é o único a vencer em Espanha, pelo Real Madrid (2011/12), em Inglaterra, onde foi tricampeão com o Chelsea (2004/05, 2005/06 e 2014/15), e em Itália, bisando pelo Inter Milão (2008/09 e 2009/10).
O atual treinador dos transalpinos da Roma nunca trabalhou na Alemanha ou em França, nação onde já foram felizes o rei Artur Jorge, graças ao bicampeonato pelo Paris Saint-Germain, em 1993/94 e 1994/95, e Leonardo Jardim, triunfador no Mónaco, em 2016/17.
Esse foi o segundo de quatro títulos do madeirense, que atualmente orienta o Al-Rayyan, do Qatar, após já ter sido campeão nacional na Grécia (pelo Olympiacos, em 2012/13), Arábia Saudita (Al-Hilal, 2021/22) e Emirados Árabes Unidos (Shabab Al-Ahli, 2022/23).
Na Ásia, terceiro continente com mais sucessos de técnicos portugueses, observam-se bandeiras na China, Coreia do Sul, Hong Kong, Indonésia, Macau, Malásia, Maldivas, Qatar e Vietname, emergindo Bernardo Tavares e José Morais, cada um com três títulos.
Se não há qualquer êxito na Oceânia, o historial na América do Norte resume-se ao bis de Guilherme Farinha na Costa Rica, em representação do Alajuelense, em 1999/00 e 2000/01, e ao triunfo de Pedro Caixinha no México, com o Santos Laguna, em 2014/15.