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Tiago Pinto abre o jogo após saída da Roma: "Fui sempre leal com Mourinho"

André Guerra c/ANSA
Tiago Pinto e José Mourinho
Tiago Pinto e José Mourinho Federico Proietti / DPPI via AFP
O antigo diretor-geral da Roma falou aos microfones da Sky Sport sobre o novo treinador, mas também o anterior, José Mourinho: "Na nossa relação, durante o mercado, houve sempre um pouco de confusão, mas ele sabe perfeitamente que até ao fim fui leal a ele, ao clube e ao projeto.

O antigo diretor-geral da Roma, Tiago Pinto, que se demitiu após a última janela de transferências de inverno ao fim de três anos no clube giallorossi, falou em exclusivo à Sky Sport.

Com a Roma atualmente a lutar por um lugar na Liga dos Campeões e nos quartos de final da Liga Europa, foi questionado sobre se está arrependido de não ter escolhido mais cedo De Rossi para o cargo então ocupado por Mourinho, mas afastou qualquer polémica: "Estou contente com os resultados. Estou contente pelo Daniele e pelos jogadores. Estou satisfeito por a equipa estar a obter resultados".

Já sobre o seu trabalho no mercado foi um pouco mais incisivo depois das críticas recebidas.

"Penso que hoje, com estes resultados e com o volume de negócios, todos estão convencidos de que a Roma tem valor, que é uma boa equipa com bons jogadores, mas não gostaria de aproveitar o momento positivo para dizer que fiz tudo bem", apontou.

Revelou ainda que De Rossi pediu-lhe para ficar no cargo.

"Sim, temos uma boa relação, mesmo antes da sua chegada. Penso que ele, no tempo em que trabalhou comigo, compreendeu o que sou como treinador, para além de ser bom ou mau, sou uma pessoa leal, que ajuda os treinadores, que trabalha muito. Para ele, teria sido bom que eu ficasse para ter mais estabilidade, expliquei-lhe desde o início que podia contar comigo até ao fim, mas também que a minha decisão não mudaria", disse.

Nesse dia, Mourinho despediu-se de si e da equipa? "Foi um dia muito difícil para todos, ainda sou jovem e não sei se os diretores desportivos mais velhos lidam com isso de forma diferente. No momento em que se tem de despedir um treinador, estou morto, porque significa que também fiz algo de errado. Tudo o que aconteceu nesse dia conta pouco para mim. Esse dia conta pouco. As emoções eram demasiado fortes, a ansiedade era enorme e depois há coisas que fazemos ou dizemos de ambos os lados que não representam o trabalho ou uma relação de dois anos e meio".

Durante esta última época, falou-se muito de um suposto conflito entre o diretor desportivo e o treinador português. No entanto, o dirigente, segundo a imprensa italiana, segurou o trabalho do Special One depois de uma pesada derrota com o Génova (4-1).

 "Mou sabe muito bem que em dois anos e meio com ele fui um soldado. Com toda a pressão que o mundo do futebol implica. Também é verdade que na nossa relação, durante o mercado, houve sempre um pouco de confusão, mas ele sabe perfeitamente que até ao fim fui fiel a ele, ao clube e ao projeto. Depois, as nossas opiniões podem divergir, mas podemos trabalhar juntos", revelou.

Mas depois do Génova, salvou Mou de ser despedido? "Obviamente, quando as coisas não correm bem, há avaliações que têm de ser feitas, mas todas as decisões que foram tomadas não foram decisões do Tiago ou de outros, mas sim decisões coletivas. Por isso, ele continuou a treinar a equipa depois do Génova e depois também ganhámos três ou quatro jogos consecutivos".