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Supertaça na Arábia Saudita: uma injeção de euros para o futebol espanhol

AFP
A Supertaça de Espanha na Arábia Saudita.
A Supertaça de Espanha na Arábia Saudita.Getty Images vía AFP
A Supertaça espanhola volta a disputar-se no Médio Oriente, onde se realiza desde 2020, um ano depois de o seu formato ter sido reformulado e de ter sido decidida a sua deslocação com o objetivo de conseguir um impulso financeiro.

Há quatro anos, o então presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFE), Luis Rubiales, decidiu revolucionar o tradicional jogo entre o campeão da LaLiga e o vencedor da Taça do Rei.

O dirigente transformou a partida num torneio quadrangular com o campeão e o vice-campeão da Taça do Rei e o primeiro e o segundo classificados do campeonato espanhol para dar mais emoção ao título, além de enviar a competição para a Arábia, em busca de fôlego para os cofres da entidade.

A RFEF acordou um primeiro contrato por três anos, mas uma renegociação posterior confirmou a sua continuação até 2029.

400 milhões de euros

"O futebol espanhol arrecadou 400 milhões de euros; 200 são para as equipas participantes e outros 200 para o futebol de base", disse Rubiales numa conferência de imprensa em 2022.

O novo contrato significa "que a Arábia vai pagar (por edição) 40 milhões de euros sem sequer ir jogar lá e metade desse dinheiro vai para as equipas modestas", explicou Rubiales, que se demitiu em setembro na sequência do escândalo do beijo não consentido à internacional Jenni Hermoso após a final do Mundial feminino.

O antigo presidente referia-se à Supertaça de 2021, ganha pelo Athletic Bilbao e a única a ser disputada em Espanha desde a assinatura do contrato com a Arábia devido à pandemia da covid-19.

As três edições seguintes realizaram-se em Riade, depois de a primeira ter sido disputada na cidade costeira de Jeddah.

A Supertaça da Arábia tem o selo de Rubiales
A Supertaça da Arábia tem o selo de RubialesAFP

"Jogando aqui, a RFEF recebeu 120.000 euros. Agora recebe 40 milhões", insistiu o dirigente durante uma assembleia.

A este valor juntam-se cerca de 6 milhões de euros que, segundo a imprensa espanhola, a Federação recebe anualmente pelos direitos televisivos do torneio, que é detido pela plataforma Movistar+ até 2025.

A instituição que rege o futebol espanhol sempre defendeu a mudança como uma forma de aumentar o seu apoio às equipas com menos poder financeiro, para as quais, segundo o próprio Rubiales, vai metade das receitas.

"Desde que a Supertaça passou a ser disputada na Arábia, os clubes receberam 400% mais do que recebíamos historicamente", disse há meses Luis Daza, presidente do Huétor Tajar, da Tercera Federación, o equivalente ao quinto escalão do futebol espanhol.

Distribuição desigual

A outra parte é distribuída entre as equipas participantes, embora nem todas recebam o mesmo, mas a divisão é feita de acordo com critérios como os títulos conquistados ou a audiência televisiva.

Desta forma, o Real Madrid e o Barcelona receberiam cerca de seis milhões de euros, o Atlético de Madrid cerca de três milhões de euros e o Osasuna pouco mais de um milhão de euros, segundo vários meios de comunicação social.

As meias-finais da Supertaça espanhola
As meias-finais da Supertaça espanholaFlashscore

A estes valores juntam-se mais um milhão para as duas equipas que chegarem à final - Real Madrid e Barcelona - e mais um para o vencedor do torneio, no próximo domingo, no estádio Al-Awwal.

Os participantes recebem ainda 300.000 euros adicionais para despesas de deslocação. Uma contribuição financeira que é bem recebida por clubes como o Barcelona, para quem esta receita pode ajudar a reforçar as suas finanças em dificuldades.