FC Porto antes da Supertaça: os aspetos que ficaram da pré-época
Siga as incidências da partida
O tempo para testes chegou ao fim, mas o Flashscore esteve atento à pré-época de leões e dragões. A poucos dias da Supertaça, eis o ponto de situação do FC Porto.
"Ouro da casa"
A expressão de Vítor Bruno foi feliz e no tempo certo. O novo treinador principal do FC Porto sabia o cenário que iria levar para a temporada 2024/25 quando aceitou o convite de André Villas-Boas, por isso começou a mimar os mais novos ainda antes do início da pré-epoca.
Numa altura em que o FC Porto precisa que a formação seja mesmo de ouro, não só pelo aspeto desportivo, mas também pelo aspeto financeiro, Vítor Bruno recrutou jovens que conhece bem e deu-lhes uma oportunidade para se mostrarem.
Sabendo-se que o FC Porto não tem condições de atacar o mercado com a força de outros tempos, os azuis e brancos olham para dentro e encontram motivos para sorrir.
Rodrigo Mora começou a sobressair desde cedo, mas outros nomes como Vasco Sousa, Gonçalo Sousa e Martim Fernandes, que já vem da reta final da época passada, prometem ser jogadores de futuro e de presente para um dragão à procura de organizar a casa com o ouro que já existia no Olival.
Médios com ordem para atacar
Em termos futebolísticos, esta é, para já, a grande diferença entre o FC Porto de Vítor Bruno e o de Sérgio Conceição. Para a época 2024/25, os médios portistas têm maior liberdade para aparecer em zonas de finalização e a preparação mostrou um FC Porto mais ofensivo e concretizador - 29 golos marcados em oito jogos.
O encontro com o Sporting será o maior teste a esta nova filosofia, mas os sinais que antecipam a Supertaça dificilmente podiam ser mais positivos.
Nico González, um construtor transformado num camisola 10 com apetência pelo golo, é, para já, o caso de maior sucesso desta transformação que faz com que o FC Porto também tenha maiores probabilidades de sucesso para atacar segundas bolas à entrada da área, uma vez que os dragões chegam a colocar seis jogadores em zonas de perigo.
A defender, porém, o sistema muda e o FC Porto passa a jogar num 4-4-2, com o médio mais solto (Nico González) a juntar-se ao avançado azul e branco na pressão aos defesas adversários.
O período pós-Pepe
A novela chegou a estender-se ao período do Europeu, mas a segunda passagem de Pepe pelo FC Porto chegou mesmo ao fim. O internacional português deixou os azuis e brancos depois de uma época complicada a nível físico e a defesa perdeu uma voz de comando que demonstrou, no próprio Euro-2024, capacidade para continuar a jogar a alto nível.
Tal como acontece com as restantes posições, Vítor Bruno tem de encontrar em casa as soluções para o período pós-Pepe. O regresso de um David Carmo mais motivado oferece uma nova opção para um setor carente desde a época passada, especialmente após a lesão grave de Marcano, que deverá funcionar como o substituto de Pepe no balneário.
Dentro das quatro linhas, a dupla parece estar já definida. Com estilos diferentes, Otávio e Zé Pedro agarram os respetivos lugares no eixo defensivo e começam a criar ligação. Comunicativo, o central português cumpriu o objetivo de afastar o rótulo de jogador da equipa B e cimentou-se na defesa azul e branca, dando soluções com bola e oferecendo ao FC Porto a possibilidade de jogar com uma linha mais subida, graças à sua forte capacidade de recuperação defensiva.
No entanto, o líder da defesa portista promete ser Otávio. No particular com o Al Nassr, o jogador brasileiro envolveu-se nos lances divididos, mas também foi a voz da linha defensiva no momento de colocar os adversários em posição de fora de jogo. Atendendo às opções para o setor, o ex-Famalicão apresenta-se como o jogador com maior capacidade para afirmação imediata e encaixe futuro.
Mercado dita as leis
O mês de agosto ainda agora começou, o que significa que muito pode acontecer no mercado de transferências, e não nos referimos apenas a entradas. No caso do FC Porto, até é mesmo o contrário.
Francisco Conceição, Galeno e Diogo Costa são jogadores com mercado que podem sair para dar alguma espécie de equilíbrio a uma balança financeira desnivelada para os lados do Dragão, mas tais saídas não significarão necessariamente uma ida ao mercado.
Tal como aconteceu durante a pré-época, Vítor Bruno vai ter de encontrar soluções dentro de casa para preencher possíveis espaços que fiquem no plantel e sobretudo no onze portista.
De Ivan Jaime a Toni Martínez, colocados a treinar à parte por Conceição e que estiveram em evidência na pré-época, sem esquecer os regressados Fran Navarro e David Carmo, as soluções de recurso podem muito bem ser os verdadeiros reforços deste FC Porto.