O sorriso do Dragão: FC Porto dá a volta ao Sporting e conquista a Supertaça
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Que espetáculo!
A pré-temporada tinha dado para medir o pulso a leões e dragões, mas nada como um (bom) jogo oficial para perceber o ponto real em que as equipas de Rúben Amorim e Vítor Bruno, respetivamente, se encontrariam para este início de época. E com um troféu em cima da mesa, não havia margem para grandes erros em Aveiro, novamente a capital da Supertaça Cândido de Oliveira.
A expectativa era enorme para perceber a forma como é que Vítor Bruno, o novo timoneiro do FC Porto, iria apresentar as peças do seu onze, ainda muito refém da chegada a conta-gotas dos internacionais, e no lado do Sporting a grande dúvida era perceber quem iria ocupar a vaga na ala esquerda, perante as ausências de Matheus Reis e Nuno Santos.
Dúvidas desfeitas: o treinador portista mudou apenas duas peças em relação ao último teste da pré-época, com a inclusão de Diogo Costa na baliza e de Galeno no ataque, e o técnico sportinguista deslocou Geny Catamo para o corredor esquerdo e apostou no miúdo Quenda, que tornou-se o mais jovem a alinhar de início num clássico.
(Des)confiança é tão importante
A incerteza do futebol é o que dá beleza a este jogo que apaixona milhões em todo o Mundo. Depressa se vai de bestial a besta. Depressa se está por cima como se passa a estar por baixo. É assim, e assim foi no Municipal de Aveiro.
O FC Porto foi a equipa que dispôs da primeira grande oportunidade de golo, logo aos cinco minutos, quando Debast complicou na primeira fase de construção - muito arriscada em vários momentos - e permitiu a Namaso tentar o chapéu a Kovacevic. Valeu o desacerto do avançado inglês.
Logo a seguir, no outro lado do campo, um canto estudado resultou no golo de Gonçalo Inácio, a subir no meio da muralha portista e a cabecear a bola para o fundo da baliza azul e branca. E como é o futebol... O Sporting não só conseguiu o primeiro, como conseguiu chegar ao 2-0 pouco depois, através de Pedro Gonçalves.
Os leões aproveitaram a desorganização dos homens portistas e lançaram-se em transição ofensiva, por intermédio de Viktor Gyökeres, com o avançado sueco a levar a melhor sobre Zé Pedro e a servir Pedro Gonçalves na medida certa para o segundo.
Em desvantagem, o FC Porto mostrava uma incapacidade gritante para ligar setores e isso era visível nas constantes trocas de argumentos entre os jogadores portistas. Aproveitou o eficaz Sporting.
Já depois de Gyökeres desperdiçar uma ocasião soberana para o terceiro, ainda antes da meia hora o Sporting conseguiu mesmo anotar o 3-0, através de Quenda. O internacional jovem português aproveitou da melhor forma um cruzamento de Gyökeres para bater Diogo Costa.
O início da revolta portista
Os adeptos do FC Porto nem queriam acreditar. Três golos sofridos em 24 minutos e poucas perspetivas de melhoria. O caminho era sinuoso, mas o golo de Galeno (28'), que aproveitou um corte defeituoso de Debast, pouco antes da meia hora, era uma luzinha de esperança para os azuis e brancos. Mas era preciso mais, muito mais.
No regresso para o segundo tempo, Vítor Bruno decidiu mexer apenas aos 63 minutos e, curiosamente (ou não), a equipa melhorou de forma significativa a partir desse momento. Nico González (65') reduziu a diferença para um golo, reforçando a ideia de que rende muito mais na sua nova função - posicionado à frente do duplo pivot defensivo.
O 3-2 galvanizou os homens de Vítor Bruno e o 3-3 apareceu dois minutos depois, com Eustaquio a servir Galeno para o golo do empate. Estavam invertidos os papéis: o FC Porto passou de muitas dificuldades para ter o domínio do jogo e o Sporting passou de dominante a dominado.
Os dragões ainda tiveram duas boas oportunidades para dar a volta em tempo útil - remate de Alan Varela (87') para defesa gigante de Kovacevic e golo anulado a Fran Navarro (88') -, mas ninguém conseguiu evitar o prolongamento.
A fotografia do jogo
O FC Porto terminou a segunda parte por cima e entrou para o prolongamento com a mesma dinâmica, perante um Sporting cada vez mais descrente. A equipa de Rúben Amorim não fez um único remate enquadrado com a baliza de Diogo Costa nos segundos 45 minutos.
102 minutos. É a marca do jogo. Iván Jaime, um dos proscritos por Sérgio Conceição na temporada passada, viu o seu remate desviar em Mateus Fernandes e surpreender Kovacevic, que ficou muito mal na fotografia. O guarda-redes internacional bósnio mediu mal o tempo de salto e deixou escapar a bola para o 3-4. Estava consumada a reviravolta no marcador!
Pela primeira vez em vantagem, o FC Porto jogou com o cronómetro e caminhou feliz até ao final. Depois de um 3-0 aos 25 minutos, quem diria? É verdade, os dragões mostraram que era possível reescrever a história desta Supertaça.
Homem do jogo Flashscore: Galeno (FC Porto)