Será o primeiro verdadeiro título da época? Pelo menos um título menor? Ou apenas uma irritante "taça de feira"? É este o tipo de questões que, mais uma vez, estão a ser debatidas no debate recorrente sobre o sentido ou o absurdo da Supertaça. Uma grande parte dos adeptos duvida do valor da competição, mas os responsáveis voltam a sublinhar, quase em tom de obediência, a importância do duelo entre o Bayer Leverkusen, duplo vencedor, e o Estugarda, segundo classificado.
"Não se trata de um jogo de teste, mas sim de um jogo oficial de competição. Além disso, será atribuída uma taça oficial e um título oficial", sublinhou o treinador Sebastian Hoeneß antes do jogo do em Leverkusen, no sábado. É "também o último jogo antes do início da Bundesliga, o que é, naturalmente, mais importante. Mas continuamos a disputar um título e estamos a levá-lo muito a sério".
Uma coisa é certa: a Supertaça poderá dar as primeiras pistas para saber se a equipa do técnico Xabi Alonso, do Bayer, conseguirá dar continuidade à incrível campanha na temporada. Ou se o Estugarda conseguirá lidar com a saída de grandes nomes como Serhou Guirassy, Waldemar Anton e Hiroki Ito. E se as equipas mais fortes da época anterior conseguirem igualar os seus duelos recentes, os adeptos podem esperar um confronto emocionante.
Até aqui, tudo bem. O problema? Todas essas questões desportivas também não estão a desempenhar um papel importante na preparação deste ano. Em Leverkusen, o debate em torno da agressão do diretor administrativo Fernando Carro ao colega de Munique Max Eberl ficou aceso durante dias. A raiva do Estugarda em relação ao jogo fora de casa em Leverkusen tardou a desaparecer. E os adeptos não estão verdadeiramente interessados no jogo.
"Do nosso ponto de vista, a Supertaça não tem qualquer interesse desportivo enquanto competição e, por isso, não tem qualquer relevância para nós que justifique uma presença organizada", escreveram os grupos Stuttgart Ultra no seu site. O grupo de adeptos do Leverkusen também apelou ao boicote."Taça de feira em vez de fim de semana de taça - connosco não", foi o lema da organização de cúpula "Nordkurve12 Leverkusen".
Bola ECG e milhões
Mas o que para alguns adeptos pode ser um acontecimento puramente comercial, para a Liga Alemã de Futebol (DFL) é também um campo de jogos para inovações técnicas. Pela primeira vez, o chamado "Ball ECG" está a ser utilizado numa competição nacional. Também haverá câmaras nos autocarros das equipas e no corredor de acesso aos balneários, bem como entrevistas à chegada. Estas são apenas algumas das coisas que serão uma caraterística permanente da Bundesliga a partir de 2025/26.
A Supertaça tem algumas inovações, mas os adeptos continuam a ser críticos. Isso contrasta fortemente com a atitude dos dois clubes, que ganham três milhões de euros se vencerem e dois milhões de euros mesmo se perderem. E, de qualquer forma, ganhar a Supertaça significaria "muito", disse o novo atacante do Estugarda, Ermedin Demirovic, na Sky: "Para mim, seria o primeiro título da minha carreira. O primeiro título no primeiro jogo pelo Estugarda, não me iria queixar disso".