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12 países do Médio Oriente pediram a exclusão de Israel da FIFA

Israel joga atualmente na UEFA
Israel joga atualmente na UEFAAFP
Ali bin Al Hussein, meio-irmão do rei da Jordânia e presidente da Federação de Futebol da Ásia Ocidental lidera o protesto. Israel pede à política para ficar fora do desporto.

Um grupo de 12 países, incluído a Palestina, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos enviaram uma carta às 211 federações da FIFA bem como as seis confederações (UEFA, CONMEBOL, CONCACAF, AFC, CAF e OFC) para excluir Israel das competições internacionais.

Pedimos que se juntem a nós contra as atrocidades cometidas na Palestina e os crimes de guerra em Gaza, condenando a morte de civis inocentes, incluindo jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes, bem como a destruição das infraestruturas futebolísticas. Temos de formar uma frente unida, isolando a Associação de Futebol de Israel de todas as atividades futebolísticas até que cessem os atos de agressão”, pode ler-se na carta escrita por Ali bin Al Hussein.

Niv Goldstein, em conversa com a Sky Sports mostrou-se tranquilo. “Confio que a FIFA não vai envolver a política no futebol”, disse, desejando inclusive boa sorte à vizinha Jordânia na final da Taça Asiática.

Esta quinta-feira, à margem do congresso da UEFA em Paris, Thedore Theodoridis, secretário-geral do organismo, revelou que não está a ser pensada nenhuma sanção.

Não existiu discussão, nem há qualquer intenção por parte da UEFA. São duas situações completamente diferentes. Convém não esquecermos o início da guerra da Ucrânia, com o início do conflito daquilo que está a acontecer, e que lamentamos, no Médio Oriente”, explicou.

Recorde-se que a guerra arrancou com o massacre de 7 de outubro, em que membros do Hamas mataram centenas de israelitas (130 ainda estão feitos reféns), naquele que é considerado o maior atentado contra judeus desde o Holocausto. Desde então, as forças israelitas deram início a operações militares em Gaza que resultaram nas mortes de 27 mil pessoas, muitas delas civis, de acordo com os números avançados pela autoridade local.

O caso russo

Este pedido da Jordânia baseia-se na decisão tomada pela FIFA após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A Rússia ficou banida de participar em todas as competições internacionais de futebol, quer a nível de seleções, quer a nível de clubes.

Castigos semelhantes foram aplicados noutros desportos, sendo que nos Jogos Olímpicos os atletas russos e bielorrussos podem competir apenas sob bandeira neutra e sem qualquer alusão a um dos países.

A segunda expulsão de Israel

Esta seria a segunda vez que Israel sofria um castigo desportivo pelas ações contra a Palestina. Em 1954 a federação israelista começou a competir na Confederação Asiática de Futebol (AFC) e chegou mesmo a vencer a Taça Asiática em 1964, quando acolheu a competição, sendo finalista vencido em 1956 e 1960.

Em 1974, 20 anos depois de ter iniciado atividade, a federação israelita acabou por ser expulsa da AFC devido à falta de reconhecimento dos vizinhos árabes. Numa forma de retaliação pelo tratamento da Palestina, muitos dos habituais participantes da Taça Asiática não tinham qualquer relação diplomática, económica ou militar com Israel. A epítome dessa tensão chegou com a guerra israelo-árabe, em 1967, que levou o exército israelita a capturar os Montes Golã, na parte egípcia da península do Sinai.

Em 1974, o Kuwait deu início a uma moção para expulsar Israel, com os países árabes e a Coreia do Norte a recusarem-se a defrontar o país. 17 nações votaram a favor (13 contra e seis abstiveram-se), Israel foi expulso e só em 1994 é que integrou a UEFA, onde se mantém desde então.