Jurgen Klinsmann aposta tudo na glória da Taça Asiática com a Coreia do Sul
É uma meta ousada para um técnico que não venceu nenhum dos cinco primeiros jogos no comando da seleção e nunca atingiu o mesmo nível de euforia que alcançou como jogador.
Os adeptos sul-coreanos estavam céticos quanto à contratação do lendário avançado alemão há 11 meses, que sucedeu a Paulo Bento, tendo em conta o seu historial como treinador.
O antigo selecionador dos Estados Unidos, de 59 anos, também foi alvo de críticas por parte dos meios de comunicação social e dos adeptos, que afirmaram que o alemão passa mais tempo em casa, na Califórnia, do que na Coreia do Sul.
Os resultados melhoraram, mas o fracasso na Taça Asiática, no próximo mês, no Catar, pode significar o fim de uma carreira irregular como treinador, que estava em suspenso até ter assumido o cargo de selecionador da Coreia do Sul. Antes, o técnico contou com uma passagem de apenas 10 semanas pelo Hertha Berlim em 2019/2020.
Klinsmann considera, no entanto, que é "justo" que os adeptos sul-coreanos esperem que uma equipa liderada por Son Heung-min vença a Taça Asiática pela primeira vez em mais de 60 anos.
"Temos de procurar o objetivo mais alto e, se não o alcançarmos, a culpa é do treinador - não há problema", afirmou.
Klinsmann tem uma das equipas mais fortes do torneio, liderado mais uma vez pelo atacante e capitão do Tottenham Hotspur, Son, que é, há muito tempo, o ponto focal da Coreia do Sul, mas vários dos seus companheiros de equipa entraram em forma nos seus clubes na altura certa.
O companheiro de ataque Hwang Hee-chan impressionou no Wolverhampton nesta temporada, marcando 10 golos em 20 jogos na Premier League.
O médio Lee Kang-in, que não foi muito utilizado por Paulo Bento, entrou na equipa do Paris Saint-Germain e pode ser uma das estrelas da Taça Asiática. Na defesa, o central Kim Min-jae é titular do Bayern de Munique depois de conquistar o título italiano com o Nápoles.
Histórico desanimador
A Coreia do Sul chegou aos oitavos de final do Mundial do Catar sob o comando de Paulo Bento, antes de ser derrotada por 4-1 pelo Brasil, mas a sua equipa foi mais funcional do que emocionante.
Klinsmann é um treinador mais ofensivo e encorajou os jogadores mais jovens a "serem mais corajosos, a expressarem-se e a crescerem mais depressa".
"Acho que o melhor exemplo é Kang-in", disse ele sobre o jogador do PSG.
"Com o Kang-in agora, em comparação com há seis meses, temos um ritmo de jogo completamente diferente com as suas qualidades", acrescentou.
A Coreia do Sul venceu os seus últimos seis jogos, marcando 20 golos e ficou com a baliza a zero, mas Klinsmann continua a ser criticado por passar demasiado tempo no estrangeiro e ignorar o campeonato sul-coreano.
Klinsmann argumenta que é "um técnico internacional" e tem resistido aos apelos para que mude sua abordagem.
O péssimo registo da Coreia do Sul na Taça Asiática é um mistério para uma equipa que participou nos últimos 10 Mundiais. Perderam para a anfitriã Austrália na final de 2015 e foram eliminados pelo Catar nos quartos de final quatro anos mais tarde.
A equipa começa a sua campanha contra o Bahrein na segunda-feira. Malásia e Jordânia também fazem parte de um grupo que deve ser superado com facilidade.
Seja qual for o adversário, a mensagem de Klinsmann para os seus jogadores será a mesma - trazer a Taça Asiática para casa.
"Acredito que esta equipa coreana pode fazer isso acontecer, porque temos muita qualidade, com muitos bons jogadores em boa forma. Somos capazes de vencer este torneio. É preciso muito trabalho, é preciso muitos momentos especiais, mas é absolutamente possível", afirmou Klismann.