Taça Asiática: Klinsmann pressionado após a eliminação contra a Jordânia
Os coreanos foram derrotados por 0-2 por uma equipa que está 64 posições abaixo na classificação mundial, sem terem feito um único remate à baliza, apesar da presença de Son Heung-min.
Antes do torneio, o selecionador Klinsmann tinha dito que iria ajudar a Coreia do Sul a conquistar a sua primeira Taça da Ásia em 64 anos. Após o desaire com a Jordânia, não quis saber de demitir-se. Alguns dos seus jogadores apoiaram-no publicamente, sobretudo o capitão Son, que afirmou que o alemão de 58 anos "voltará mais forte". Mas o veredito dos adeptos e dos meios de comunicação social foi mordaz. Segundo eles, o colapso é apenas mais um exemplo de tácticas e formações questionáveis. O que mais incomoda é o facto de Klinsmann ter voltado a ser visto a sorrir, mesmo depois da derrota.
Sorriso falso
"Os jogadores mostraram a sua desilusão e sorrisos falsos, mas Klinsmann não parava de sorrir", diz o site Sports Hankook, "uma imagem difícil de entender, tendo em conta que ele é o treinador da equipa coreana".
Como jogador, Klinsmann ganhou o Campeonato do Mundo com a Alemanha, mas como treinador da Coreia do Sul, não tem cumprido as expectativas desde a nomeação no ano passado. No entanto, não pensa em demitir-se, disse à agência noticiosa AFP: "Não tenho quaisquer planos".
Klinsmann disse que estava a analisar o torneio e a consultar as pessoas da federação, mas que não estava a pensar em nada. O alemão recebeu o apoio da estrela do Tottenham, Son, que pediu desculpa aos adeptos para indicar que sentia pena do seu treinador.
"Mesmo antes do torneio, a opinião era muito negativa, por isso acho que o técnico tem estado sob enorme pressão", disse Son: "Apesar das circunstâncias difíceis, ele saiu-se bem. Estou muito sensibilizado com a forma como ele cuidou dos seus jogadores, sem mostrar frustração e sem nunca desistir".
Zombies
A Coreia do Sul teve um torneio difícil, com golos tardios em quatro jogos até às meias-finais. De acordo com a imprensa coreana, foi um "futebol de zombies", uma vez que a equipa continuou a ressurgir dos mortos e acabou por ser enterrada por uma Jordânia simplesmente melhor.
De acordo com o site da MK Sports, a equipa de Klinsmann teve um "desempenho lamentável". "Fizeram a Jordânia parecer o Brasil", escreveu. "Nem sequer foi um jogo emocionante. A Coreia do Sul foi derrotada sem dar luta".
Klinsmann tem estado sob fogo na Coreia do Sul desde o primeiro dia por não querer viver no país. O desempenho anterior como treinador também foi alvo de críticas.
Carreira
Se olharmos para a carreira de Klinsmann, a maior parte do trabalho foi como selecionador nacional dos Estados Unidos. Aí, esteve no comando entre 2011 e 2016, tendo conquistado a Gold Cup em 2013. Antes de se tornar selecionador nacional da Coreia do Sul, trabalhou durante 10 semanas no Hertha Berlim.
Não é nada de especial e, depois de um início de carreira de treinador muito positivo - o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 2006 com a Alemanha - Klinsmann, outrora um avançado talentoso, parece não estar à altura do cargo de treinador principal. Durante a época 2008/09, foi treinador do Bayern de Munique. Segundo o então capitão bávaro, Philipp Lahm, a equipa costumava reunir-se antes dos jogos para discutir tácticas. Isso devia-se à falta de conhecimento tático de Klinsmann.
Positivo
Não faltava otimismo a Klinsmann. Tanto assim que os adeptos e os meios de comunicação social o ridicularizaram quando informou os jornalistas de que já podiam reservar um hotel no Catar para 10 de fevereiro - o dia da final.
Segundo Klinsmann, um treinador tem de ser positivo, mas depois da eliminação, as suas convicções serão postas à prova. "Vi muitas coisas boas", disse: "Esta é uma equipa que está a aprender para o Campeonato do Mundo nos Estados Unidos da América, México e Canadá dentro de dois anos e meio."
A Coreia do Sul vai jogar em casa e fora contra a Tailândia na qualificação para o Campeonato do Mundo no próximo mês. Os dois primeiros jogos do ciclo foram ganhos.