Livres para começar o luto: Sporting vence Nacional e segue em frente na Taça da Liga (3-1)
Recorde as incidências da partida
As notícias das últimas horas antes da partida com o Nacional da Madeira marcaram o arranque da Taça da Liga para o Sporting e ditaram o tom da partida. Sem as claques, que estão a fazer boicote à competição, o Estádio de Alvalade começou a lidar com o aproximar do fim de uma era.
As comparações com um velório são quase inevitáveis. O Sporting-Nacional teve minutos de silêncio, caras que há muito não víamos em campo - Fresneda foi pela primeira vez titular - e até adeptos em lágrimas antes do apito inicial. Desde as bancadas, o estado de espírito era misto, ora assobios, ora aplausos. Formas diferentes de lidar com o luto.
Os primeiros 45 minutos não vão deixar saudades e ficam bem mais marcados pelas reações dos adeptos do Sporting à presença de Rúben Amorim do que pelo jogo em si. Geny Catamo ainda tentou agitar a partida, obrigando Lucas França a uma boa intervenção, mas os próprios jogadores do Sporting também pareciam estar a lidar com o próprio luto.
Fresneda teve dificuldades à esquerda, Maxi Araújo também não encontrou espaço e a partida caiu num ritmo cada vez menos interessante. Sem o apoio habitual das claques, houve quem tentasse puxar pelo jogo, mas o estado de espírito não era o ideal.
Sem relações emocionais com os motivos que deprimiam os sportinguistas, o Nacional veio a Alvalade para fazer o seu jogo. Lucas França destacou-se com boas intervenções, mas também nas constantes perdas de tempo que fizeram com que visse um cartão amarelo ainda na primeira parte. Sem ser claramente perigosa, a equipa insular ameaçou a baliza de Kovacevic em jogadas de contra-ataque que não incomodaram particularmente o guardião bósnio, também ele de volta ao onze.
Nem a máscara fez esconder o sorriso
Depois de lamentar a perda de um ente querido, o Sporting procurou recordar os melhores momentos com Rúben Amorim e foi o próprio, claro, a lançar os habituais titulares na partida após o intervalo. Gyökeres, Debast e Trincão foram a jogo e os adeptos voltaram a sorrir.
Após primeira ameaça do avançado sueco, que cabeceou por cima um cruzamento de Maxi Araújo, o golo que acabou por desbloquear o marcador acabou por ser poético. Morten Hjulmand, escolhido pelo próprio Amorim para ser capitão após a saída de Coates, mostrou que a vida continua e aproveitou uma jogada entre Morita e Geny para fazer o 1-0, após corte incompleto de Ulisses, para devolver o sorriso no rosto dos sportinguistas.
Além da vitória e consequente apuramento para a final four, Rúben Amorim queria voltar ao sentir o espírito que conseguiu devolver ao clube nos últimos anos e para isso nada melhor do que ter Viktor Gyökeres, que a cada semana vai mostrando novos atributos que quase fazem esquecer outras desgraças para os adeptos leoninos.
O avançado sueco fez o 2-0 (65') depois de um penálti sofrido por si próprio, na sequência de uma boa jogada individual de Trincão e nem o golo de Rúben Macedo (66') logo a seguir, num desvio feliz após remate de Luís Esteves, conseguiu estragar ainda mais o dia para os lados de Alvalade, até porque ainda havia mais história para escrever.
Quatro anos depois, o Sporting voltou a marcar (70') um golo de livre direto. O autor do golo? Viktor Gyökeres, claro! O sueco voltou a colocar a máscara e, por momentos, só houve sorrisos em Alvalade. Apuramento consumado, foco no mais importante depois daquele comunicado da CMVM, a conferência de imprensa de Rúben Amorim. Que dia!
Homem do jogo Flashscore: Viktor Gyökeres (Sporting)