Onze metros de felicidade: Estoril vence Benfica e segue para a final de Leiria (1-1, 4-5)
Recorde as principais incidências da partida
Vinte e quatros horas depois de abrir as portas para a grande festa da Taça da Liga, numa cerimónia que viria a coroar o SC Braga como primeiro finalista e a despedir o Sporting, o tapete verde do Municipal de Leiria voltou a receber duas equipas com aspirações de agarrar o último passaporte para o encontro que irá decidir o "campeão de inverno".
Momentos diferentes? Só no papel
Benfica e Estoril chegavam à cidade do Lis em fases de forma completamente distintas na Liga, embora a especificidade desta prova deixasse no ar a ideia de que era possível o menos favorito no papel contrariar o que estava previamente escrito e fazer a diferença. Essa era, pelo menos, a ideia do treinador do conjunto estorilista, que não teve problema em entregar o favoritismo e responsabilidade do jogo aos campeões nacionais.
Liberto dessa pressão, a equipa muito jovem do Estoril entrou em campo de peito aberto, sem olhar a cores ou nomes, e fixou o adversário olhos nos olhos. Ainda que tenha revelado algumas decisões precipitadas, perfeitamente justificadas pela dimensão da partida, o conjunto da Linha solicitou muito Guitane e Rodrigo Gomes pelos corredores e foi por aí que encontrou o caminho para o fundo das redes da baliza à guarda de Trubin.
Rodrigo Gomes trabalhou muito bem pelo corredor esquerdo, curiosamente numa posição que não tem sido sua na maioria das vezes esta época, e o esférico parecia perdido quando o criativo Rafik Guitane foi ao seu encontro e rematou forte junto ao primeiro poste. Aos 16 minutos, chegava um prémio merecido para a ousadia dos homens de Vasco Seabra.
Ser ou não ser eficaz
O golo mudou a história do jogo no primeiro tempo. Em vantagem, o Estoril viu-se forçado a baixar linhas perante a constante pressão do adversário e passou a jogar muito mais com o relógio do que com as armas que tinha ao seu dispor. Uma postura arriscada, mas a verdade é que pouco podia fazer perante a pressão constante das águias. A última meia-hora foi de retenção defensiva e resposta em contra-ataque.
Logo aos 20 minutos, apenas quatro depois do golo sofrido, os campeões nacionais potagonizaram a primeira grande oportunidade para restabelecer a igualdade, por intermédio de Rafa Silva, no entanto Dani Figueira disse "presente" e fechou a sua baliza a sete chaves. Mas o Benfica não se ficou por aí.
Com a equipa completamente instalada no meio campo do adversário, o conjunto de Roger Schmidt criou aproximações à baliza contrária em catadupa e, depois de Wagner Pina e Mangala evitarem remates de Morato e Musa, respetivamente, eis que as águias voltaram a encontrar uma oportunidade na cara de Dani Figueira, mas, mais uma vez, o guarda-redes estorilista levou a melhor, desta feita sobre Di María.
O grito do capitão
O intervalo chegou na melhor altura para o Estoril, que pôde, finalmente, respirar, mas por pouco tempo. O Benfica entrou com a mesma dinâmica da reta final do primeiro tempo e não foi por falta de aviso que os canarinhos viram o adversário a chegar ao golo do empate.
O emblema da Luz insistiu, insistiu, insistiu e conseguiu o tão desejado 1-1. Aos 59 minutos, João Mário fez o cruzamento em jeito de convite no flanco direito e quem aproveitou foi o capitão Otamendi que, depois de Musa abrir as pernas e deixar passar a bola, ficou no cara a cara com Dani Figueira e mostrou aos companheiros de equipa como se faz. Sem espinhas!
Após a igualdade, o Benfica não tirou o pé do acelerador e continuou em busca do golo, neste caso um golo que pudesse evitar a decisão através da marca dos onzes metros. Sem sucesso. Rafa (68 minutos), Marcos Leonardo (81) e Di María (85) deram cor ao maior domínio das águias com oportunidades claras, antes do campeão do mundo Di María fazer estremecer o poste da baliza canarinha, ao sexto minuto do tempo de descontos, com Dani Figueira ainda a tocar na bola. Uma palmada para a... história!
Sorriso amarelo
Com tudo para decidir nas grandes penalidades, o Estoril sorriu. Marcos Leonardo e Tomás Araújo desperdiçaram as suas penalidades, enquanto que no lado do Estoril só João Marques falhou, dando assim aos canarinhos o acesso histórico à final da prova, onde defrontam, no próximo sábado, dia 27, o SC Braga.
Melhor em campo Flashscore: Dani Figueira (Estoril)