"Temos de ganhar", disse aos jornalistas o treinador de 49 anos, que está a cumprir a sua segunda passagem pelo comando da seleção ganesa, depois de a equipa ter ficado empatada (0-0) em casa com o Sudão, num jogo da terceira jornada do Grupo F.
O Gana, tetracampeão africano, desperdiçou várias oportunidades claras para desempatar a partida em Accra e está a sete pontos do líder Angola e a dois do Sudão, a meio da fase de qualificação.
Os dois primeiros classificados da sexta jornada, em novembro, garantem um lugar na fase final de 24 equipas de uma competição que o Gana venceu pela última vez em 1982, em Tripoli. A última vez que o país não se classificou foi há 21 anos.
O Gana enfrenta uma luta desesperada pela sobrevivência na cidade líbia de Benghazi, onde o Sudão está temporariamente instalado, uma vez que não pode jogar em casa devido à guerra civil que assola o vasto país do nordeste africano.
"O resultado está nas nossas mãos", acrescentou Otto, referindo-se à equipa capitaneada por Mohammed Kudus, do West Ham, mas que não conta com outro médio da Premier League, o lesionado Thomas Partey, do Arsenal.
A AFP Sport destaca aqui cinco outros jogos da quarta jornada da fase de qualificação, agendados para segunda e terça-feira, incluindo a Tunísia, antiga campeã, que procura vingar-se da surpreendente derrota em casa frente às Comores.
Quénia - Camarões
O guarda-redes do Manchester United, André Onana, foi assediado pelos adeptos do Uganda no mês passado, após o jogo do Grupo J com o Zimbabué, que não pôde jogar em casa por falta de um local adequado. Mas os adeptos quenianos do clube de Old Trafford não vão poder vê-lo jogar em Kampala na segunda-feira, porque o Quénia, derrotado por 4-1 em Yaoundé, vai receber o jogo de volta à porta fechada.
O Quénia não pode jogar em casa devido a obras no estádio e as razões para impedir a presença dos espectadores incluem a redução de custos, a garantia da segurança de Onana e a prevenção do apoio dos ugandeses aos Camarões.
Líbia - Nigéria
O técnico interino Augustine Eguavoen deve ter ficado preocupado com o facto de a Nigéria ter precisado de 86 minutos em Uyo para que Fisayo Dele-Bashiru marcasse o único golo da vitória sobre a Líbia no Grupo D.
O treinador não teve muitas opções de atacantes, já que os sete escolhidos para a ausência do astro Victor Osimhen, lesionado, jogam em clubes das cinco principais ligas europeias.
Mas Ademola Lookman, o único candidato africano à Bola de Ouro de 2024, e os seus companheiros de equipa das Super Águias falharam, e agora enfrentam os Cavaleiros do Mediterrâneo num local intimidante em Benghazi.
Mauritânia - Egito
O treinador da Mauritânia, Amir Abdou, está perplexo depois de a sua equipa ter sido descrita pelo homólogo egípcio, Hossam Hassan, como "um conjunto que joga duro e com faltas violentas".
"Cometemos menos faltas do que o Egito e recebemos o mesmo número de cartões amarelos (três)", disse Abdou aos jornalistas após a derrota por 2-0 no Grupo C, no Cairo, frente aos líderes.
O craque do Liverpool, Mohamed Salah, autor do segundo golo dos faraós, vai falhar o jogo da segunda volta num campo sintético em Nouakchott, porque Hassan não quer correr o risco de o seu capitão se lesionar.
Congo - África do Sul
O técnico da África do Sul, Hugo Broos, advertiu a sua seleção de que o Congo Brazzaville pode ser uma proposta muito diferente em casa, depois de sofrer uma goleada de 5-0 na terceira rodada do Grupo K.
"Os congoleses são tecnicamente bons e muito perigosos quando jogam em casa", disse o belga de 72 anos, que treinou Camarões no título da CAN de 2017.
Broos espera outra exibição de cinco estrelas do médio Teboho Mokoena, que afastou os temores de ferrugem devido à falta de tempo de jogo no clube ao marcar dois golos.
Comores - Tunísia
A maior surpresa da terceira jornada foi a derrota da Tunísia por 1-0 com as Ilhas Comores, que viu cair uma série de 16 jogos em casa sem perder.
Rafiki Said, do Troyes, clube da segunda divisão francesa, completou um contra-ataque a meio da segunda parte com um remate rasteiro de dentro da área para o ângulo.
As Ilhas Comores estão 82 posições abaixo da Tunísia no ranking mundial e não têm um estádio de nível internacional, pelo que vão receber o jogo de volta na capital comercial da Costa do Marfim, Abidjan.