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CAN: Anfitriã Costa do Marfim aguarda ansiosamente para ver se continua na competição

Reuters
A Costa do Marfim sofreu uma derrota esmagadora contra a Guiné Equatorial
A Costa do Marfim sofreu uma derrota esmagadora contra a Guiné EquatorialProfimedia
A Costa do Marfim vai passar terça-feira e quarta-feira à espera de saber se vai continuar na competição que organiza, depois de uma terrível goleada sofrida na terceira e última jornada do Grupo A da Taça das Nações Africanas (CAN), que pode ficar marcada como o maior choque da história da fase final.

A Guiné Equatorial, um país com apenas 1,6 milhões de habitantes e com uma equipa heterogénea composta principalmente por jogadores das ligas inferiores de Espanha, goleou a Costa do Marfim por 4-0 na segunda-feira, na derrota mais pesada alguma vez sofrida por um país anfitrião.

Foi uma derrota humilhante que deixou os marfinenses, gozados pelos próprios adeptos, em terceiro lugar no Grupo A e agora à espera de ver se conseguem chegar aos oitavos de final.

Os dois primeiros classificados de cada grupo passam à fase a eliminar, juntamente com os quatro melhores terceiros classificados.

Com os Grupos A e B concluídos na segunda-feira, a Costa do Marfim ainda está na luta, especialmente depois de o vizinho Gana ter sofrido dois golos nos descontos contra Moçambique e ter empatado 2-2 para terminar em terceiro lugar no Grupo B.

Enquanto a Costa do Marfim somou três pontos no trio de jogos da fase de grupos, o Gana conseguiu apenas dois e é provável que seja eliminado, uma vez que os Grupos C e D terminam na terça-feira e os Grupos E e F na quarta-feira.

A queda abrupta e inesperada do Gana foi uma luz num dia negro para a Costa do Marfim, cuja derrota desencadeou tumultos entre os adeptos, com veículos e autocarros apedrejados ao longo do percurso desde o Estádio Olímpico Alassane Ouattara.

O jogo foi uma série interminável de oportunidades perdidas pelos costa-marfinenses, enquanto os adversários estavam com toque de Midas e tudo se transformava em ouro.

"Na vida, às vezes há jogos que se transformam em pesadelos, jogos em que tudo parece ligado", disse o seleccionador da Costa do Marfim, Jean Louis Gasset.

"Chamamos a isso um cenário de catástrofe. Temos três pontos, porque vencemos um jogo", disse, referindo-se à vitória por 2-0 na abertura do torneio contra a Guiné-Bissau no dia 13 de janeiro.

"E esperamos ainda qualificar-nos como um dos quatro melhores terceiros classificados. Estamos à espera dos resultados dos outros", continuou.

Gasset, ex-adjunto de França, disse não entender o que deu errado.

"Esta é uma pergunta difícil. O que é que correu mal com os jogadores? Não me parece que seja o seu estado de espírito. Quando vejo jogadores a chorar no balneário, fico magoado. Os jogadores tentaram. Acho que tentámos tudo. Quando se tem um cenário como este, que raia o pesadelo, não há muito a dizer ou a fazer", finalizou.