CAN: Antevisão dos quartos de final apontam Nigéria e África do Sul como favoritos
Mas, num torneio em que sete das 10 equipas mais bem classificadas, lideradas por Marrocos, semifinalista do Campeonato do Mundo de 2022, foram eliminadas, esse rótulo pode revelar-se uma maldição.
A AFP Sport faz a antevisão dos jogos, com a Guiné e o Mali a quererem dar um passo em frente depois de terem sido vice-campeões, enquanto Angola e Cabo Verde procuram a primeira presença nas meias-finais.
Nigéria-Angola
Victor Osimhen, estrela do Nápoles, chegou ao torneio como um goleador aclamado, mas é o seu incrível índice de trabalho sob um calor escaldante que resume perfeitamente a candidatura nigeriana, orientada por José Peseiro, ao título.
As preocupações com a defesa comandada por William Troost-Ekong provaram ser infundadas, com apenas um golo sofrido em quatro jogos e, especialmente contra os Camarões, as Super Águias foram impressionantes ao não permitir oportunidades.
Por seu lado, Angola é uma das seleções em maior forma na Costa do Marfim, vencendo três jogos consecutivos arrasando totalmente o registo na competição, onde só tinha triunfado por uma vez em oito jogos na fase final.
Gelson Dala é o segundo melhor marcador do torneio, com quatro golos, e Mabululu apontou três, ao lado do capitão Freddy que é também um dos destaques da equipa.
RD Congo-Guiné
O treinador da República Democrática do Congo, Sebastien Desabre, disse antes do torneio que o objetivo era chegar aos quartos de final, isto para um país que venceu o torneio duas vezes há décadas, quando era conhecido como Zaire.
Depois de ter alcançado a meta principal, Desabre acredita que é possível alcançar a primeira meia-final desde 2015, onde o adversário poderá vir a ser novamente a Costa do Marfim.
Enquanto os congoleses derrotaram o favorito Egito, sete vezes campeão do mundo, no desempate por grandes penalidades, Mohamed Bayo garantiu a vitória da Guiné em tempo de descontos sobre a surpresa da fase de grupos, a Guiné Equatorial.
"Não é uma dádiva enfrentar-nos", avisou o treinador da Guiné, Kaba Diawara, que manteve o goleador Serhou Guirassy no banco durante a maior parte do encontro dos oitavos de final.
Mali-Costa do Marfim
Depois de ter passado à fase a eliminar como o pior dos melhores terceiros classificados, a anfitriã Costa do Marfim surpreendeu o detentor do título e grande favorito Senegal, roubando o estatuto de candidato.
"Não nos vamos entusiasmar", sublinhou Emerse Fae, que tem pela primeira vez a missão de treinar uma equipa sénior, depois de Jean-Louis Gasset ter sido demitido no final da fase de grupos.
O regresso à forma física de Sebastien Haller, avançado do Borussia Dortmund, e de Simon Adingra, extremo do Brighton, aumenta as opções de ataque, enquanto o Mali conta sobretudo com Lassine Sinayoko para marcar golos.
A equipa do Mali, treinada por Eric Chelle, nascido em Abidjan, procura a primeira vitória sobre a Costa do Marfim na competição, depois de ter empatado um e perdido quatro duelos anteriores na CAN.
Cabo Verde-África do Sul
Cabo Verde pode ser o 73.º do ranking mundial, mas o treinador Pedro Bubista Brito disse aos seus jogadores antes da competição que esperava chegar pelo menos às meias-finais.
Parecia uma tarefa difícil para um conjunto de futebolistas que jogam em clubes modestos de toda a Europa e que ali nasceram, filhos de pais cabo-verdianos ou com avós oriundos do territõrio insular.
Mas, depois de ter vencido o Gana e o recordista do Egito, sete vezes campeão, apesar de ter feito descansar vários jogadores titulares, a África do Sul está sob aviso para não subestimar os Tubarões Azuis.
"A nossa vitória sobre Marrocos é história. Cabo Verde está tão determinado como nós a chegar às meias-finais e não nos atrevemos a subestimá-los", disse o seleccionador dos sul-africanos Hugo Broos, vencedor da CAN-2017 com os Camarões.