Capitão da Nigéria elogia: "Esta é a melhor equipa em que joguei"
Parte da equipa que perdeu para Lionel Messi e a Argentina no Campeonato do Mundo de 2018, Troost-Ekong está atualmente a participar na sua terceira Taça das Nações Africanas (CAN) e manteve uma cabeça notavelmente fria para marcar o penálti decisivo na vitória por 1-0 sobre a anfitriã Costa do Marfim na quinta-feira.
O resultado deixou a seleção tricampeã continental pronta para conquistar uma vaga nas oitavas-de-final ao enfrentar a Guiné-Bissau no último jogo da fase de grupos, em Abidjan, na segunda-feira.
"Ainda é muito cedo, mas a minha confiança na equipa continua a ser a mesma", disse à AFP o defesa-central, que se estreou na seleção em 2015: "Se eu olhar para os jogadores que temos agora, acho que pode ser a melhor equipa em que joguei na Nigéria. Com todo o respeito por algumas das lendas que por lá passaram"
No meio a toda a conversa sobre o temível ataque nigeriano, liderado pelo melhor jogador africano do ano, Victor Osimhen, foi a defesa da Nigéria que, talvez surpreendentemente, se destacou contra os marfinenses, com Troost-Ekong comandando uma linha defensiva de cinco homens.
"Acho que temos o ataque mais empolgante de África. Temos o melhor jogador de África, que é o nosso número nove. Mas não fiquei surpreso, acho que também sei o que os defesas podem fazer e acredito muito neste grupo. Acho que talvez tenhamos sido um pouco subestimados defensivamente."
Troost-Ekong, que está a usar na CAN chuteiras feitas de bambu e outros materiais sustentáveis, nasceu nos arredores de Amesterdão, filho de pai nigeriano e mãe neerlandesa, e foi convocado para as seleções de formação dos Países Baixos.
Admite que sonhava em representar a seleção principal da Laranja Mecânica antes de receber um telefonema de Stephen Keshi, então técnico das Super Águias, que o convenceu a vestir a camisa da Nigéria.
"Eu via muito futebol com o meu pai. Ele estava sempre a ver as Super Águias, mas, como cresci nos Países Baixos, também sonhava em jogar pela seleção neerlandesa", conta o defesa, que se mudou para o Reino Unido aos 12 anos para frequentar um colégio interno: "Mas quando recebi o telefonema de Stephen Keshi, que era um jogador e uma lenda que eu via quando era criança, especialmente como defesa-central, fiquei meio surpreso, e quando ele me pediu para jogar pela Nigéria, não precisei pensar duas vezes. Acho que disse que sim antes mesmo de ter de pensar em qualquer coisa ou perguntar a alguém, porque me pareceu correto, e nunca mais olhei para trás desde entã. "Há algo que me faz sentir bem em jogar pela Nigéria."
Troost-Ekong, que tem família na cidade de Uyo, no sul do país, e também em Lagos, passou vários meses de férias na Nigéria todos os anos enquanto crescia e diz que o país "parecia muito com a sua casa e ainda parece".
O jogador já atuou em clubes de toda a Europa, com destaque para a Udinese na Série A e o Watford na Premier League inglesa. No entanto, o jogador foi recentemente contratado pelo PAOK, um dos principais clubes gregos, e optou por compensar as emissões de carbono resultantes das viagens necessárias para completar a sua transferência, em mais uma homenagem ao meio ambiente.
Enquanto se instala em Salónica, espera este ano juntar algumas medalhas de campeão ao bronze olímpico que ganhou com a Nigéria em 2016.
"Já joguei na Serie A e em Inglaterra, que são consideradas provavelmente as melhores ligas, mas em equipas que estão a tentar manter-se na liga ou sobreviver", disse o jogador que tem tantas tatuagens que diz ter perdido a conta a quantas tem: "Agora, no PAOK, é diferente, porque a ambição é ganhar o campeonato, a taça e a Liga Europa. Estou a gostar muito e tenho esperança de poder acrescentar alguns troféus à minha carreira, tanto aqui como no meu país."