O imponente avançado esteve ausente no início da campanha de qualificação do Quénia para a sétima participação na 35.ª edição do torneio bienal de futebol africano, que Marrocos acolherá pela segunda vez e pela primeira desde 1988.
O Quénia, que integra o Grupo J das eliminatórias, juntamente com os Camarões, o Zimbabué e a Namíbia, começou a sua campanha com um empate sem golos contra o Zimbabué no Estádio Nelson Mandela, no Uganda, a 6 de setembro, tendo depois recuperado para vencer a Namíbia por 2-1 no Estádio Orlando, na África do Sul, a 10 de setembro.
Olunga, que se lesionou enquanto jogava pelo Al Duhail SC na Qatar Stars League, fez muita falta nos dois jogos, especialmente no jogo contra o Zimbabué, onde o Quénia teve dificuldades em criar oportunidades de golo. Na ausência do jogador, o técnico Engin Firat optou por escalar os médios Erick Johanna e Duke Abuya como atacantes, o que acabou por sair pela culatra, já que a equipa não conseguiu fazer golos.
No entanto, contra a Namíbia, Firat escalou dois avançados, Jonah Ayunga e John Avire, e foi este último quem abriu o marcador e Abuya marcou o segundo golo.
Desde que voltou de lesão, Olunga, ex-atacante do Gor Mahia, disputou três partidas pelo Duhail e marcou dois gooss. O seu primeiro jogo após a lesão foi contra o Al Wakrah, no Estádio Al Janoub, a 14 de setembro, que o Duhail venceu por 2-0.
Em 21 de setembro, foi titular contra o Al Sadd, que o Duhail venceu por 5-1 no Estádio Jassim Bin Hamad. Nesse jogo, Olunga marcou um dos golos, abrindo o marcador aos 13 minutos. O último jogo do Duhail antes da pausa internacional da FIFA foi contra o Al Shahania, a 27 de setembro, que perdeu por 2-1, com Olunga a marcar aos 74 minutos.
Regresso de Olunga é um grande incentivo
Os Harambee Stars voltam à ação nas eliminatórias para a CAN com uma dupla jornada contra os Leões Indomáveis. O primeiro encontro será disputado a 11 de outubro no Estádio Japoma, um estádio multiusos com capacidade para 50.000 pessoas em Douala, nos Camarões, que acolheu alguns jogos da Taça das Nações Africanas de 2021.
As duas seleções voltam a defrontar-se no jogo da segunda mão, no Estádio Mandela, no Uganda, a 14 de outubro. Com o Quénia a liderar o grupo com quatro pontos, o mesmo número que os Camarões, um resultado positivo nos dois jogos aumentará as suas hipóteses de participar na fase final da CAN no país do Norte de África.
De acordo com o antigo diretor executivo do Gor Mahia, Omondi Aduda, o regresso de Olunga à forma física será um grande impulso para a nação da África Oriental e para o treinador Engin Firat.
"Com Olunga na equipa titular, o guarda-redes camaronês André (Onana) vai sentir o calor. O Olunga é um jogador muito poderoso, e vimos como a equipa teve dificuldades sem ele quando defrontou o Zimbabué e a Namíbia", disse Aduda ao Flashscore.
"Sem o Olunga, já sabíamos os resultados dos primeiros jogos. Embora tenha sido uma oportunidade para os outros (os avançados da equipa) mostrarem o que podem oferecer sem o Olunga, sentia-se a sua ausência, via-se a linguagem corporal dos jogadores antes dos dois jogos. Lembrem-se de que, para além de ser o nosso melhor avançado, é também o capitão da equipa, por isso podem imaginar o que ele traz à equipa, qualidades de liderança e golos. Ele é uma ameaça sempre que joga, e para Olunga marcar, ele não precisa de autorização de nenhum lugar, ele pode marcar a qualquer momento, e é por isso que seu regresso para a dupla de Camarões será um grande impulso para o Quênia", acrescentou o diretor.
Aduda apelou ainda ao treinador Firat para que tente utilizar Olunga e Ayunga, que joga no St. Mirren da Premier League escocesa, como avançados contra os Leões Indomáveis, dizendo que a sua combinação poderia ajudar a pressionar a defesa dos Camarões.
"O treinador deveria usar uma formação em que ele (Olunga) e o atacante Jonah, que joga na Premier League escocesa, pudessem jogar juntos para pressionar mais a defesa de Camarões. A combinação pode ser uma ameaça, porque jogam de forma quase semelhante e, como Olunga é uma ameaça em bolas aéreas, dará aos defesas camaroneses uma dor de cabeça sobre quem marcar. A agilidade de Olunga para enfrentar os defesas de frente pode dar a Ayunga a oportunidade e o espaço necessário para correr atrás dele em busca de bolas soltas, o que pode ajudar a dar ao Quénia o espaço para os atacar (Camarões). Gostaria de ver os dois juntos", explicou.
Aduda, no entanto, alertou os defesas quenianos para terem cuidado com as ameaças representadas pelo médio defensivo Carlos Baleba, que joga no Brighton, da Premier League.
"Os Camarões têm uma jovem sensação que joga no Brighton. Ele está em chamas e os defesas quenianos devem encontrar maneiras de pará-lo, caso contrário, ele é o motor da equipa, tudo de bom vem dele, ele é uma ameaça e é bom que os jogadores do Quênia fiquem alertas", disse.
Aduda concluiu: "O Quénia precisa de médios criativos para passar a bola da defesa para o ataque rapidamente e criar ocasiões claras para os atacantes finalizarem o trabalho."
Em entrevista recente, depois de perder as duas partidas de abertura, Olunga admitiu ter ficado frustrado por não fazer parte da seleção queniana.
"Foi definitivamente difícil para mim assistir de fora, porque quero sempre ajudar a minha equipa o máximo que puder", disse Olunga, citado pela Telecom AsiaSport.
"Trabalhámos arduamente com a equipa médica para tentar ver se eu conseguia jogar um jogo, mas era impossível. No entanto, estou feliz por termos tido alguns bons resultados que nos colocam numa boa posição para o próximo mês", acrescentou.
Sobre enfrentar Camarões, o ex-avançado do Girona disse: "Vai ser um grande desafio, mas acho que somos capazes de fazer algo especial. Vi o trabalho que os rapazes fizeram nos dois primeiros jogos e estamos em uma posição forte. Com a mentalidade certa, podemos lutar por resultados positivos."
Olunga fez a sua estreia pelo Harambee Stars durante um paricular contra as Seychelles no Stade Linite, em Victoria, no dia 28 de março de 2015. Marcou o seu primeiro golo pelo Quénia num amigável contra o Sudão do Sul, que resultou numa vitória por 2-0.
Em 27 de julho de 2019, durante o Campeonato Africano de Futebol de 2019, Olunga marcou dois golos na vitória por 3-2 sobre a Tanzânia.
Olunga, que jogou no Kashiwa Reysol do Japão, no Guizhou Zhicheng da China e no IF Djurgarden da Suécia, disputou 60 jogos pelo Quénia e marcou 29 golos.