"Jogadores preocupados com as famílias" após confrontos entre adeptos do Wolves e West Brom
Recorde aqui as incidências do encontro
O jogo foi interrompido pelo árbitro Thomas Bramall no final da segunda parte, no Hawthorns, quando a luta começou num canto do estádio e os adeptos invadiram o relvado. Um adepto foi escoltado para fora com sangue a escorrer de um ferimento na cabeça.
O jogo recomeçou após um atraso de 38 minutos e os últimos 12 minutos da vitória do Wolves por 2-0 terminaram sem mais incidentes. As cenas desagradáveis ocorreram no primeiro encontro entre os dois rivais com a presença de adeptos em 12 anos.
A violência estalou em grande escala pouco depois de Matheus Cunha ter dado ao Wolves uma vantagem de dois golos sobre os vizinhos de Black Country, aos 78 minutos do confronto da quarta ronda.
Os hooligans do West Brom atacaram os adeptos do Wolves que estavam sentados numa secção do Hawthorns reservada aos adeptos da casa. A polícia e os comissários correram para os distúrbios, enquanto eram lançados projéteis e socos em ambos os lados do campo.
As equipas abandonaram o relvado para regressarem aos balneários, com o defesa do West Brom, Kyle Bartley, a segurar o filho nos braços depois de o ter retirado de uma zona próxima dos distúrbios. Anteriormente, tinham-se registado focos de confusão noutras zonas do recinto.
Os adeptos atiraram pirotecnica para a bancada dos visitantes depois de o Wolves ter inaugurado o marcador na primeira parte. Foram também atirados objectos a Tommy Doyle, jogador do Wolves, quando este se preparava para cobrar um canto.
O capitão do West Brom, Jed Wallace, admitiu que as cenas chocantes afetaram a equipa.
"Concentraste no jogo e de repente começa a porrada. Muitos jogadores ficaram angustiados porque é ali que se sentam as suas famílias. Estavam preocupados com os seus filhos, por isso é que se viam alguns a correr. Ninguém quer ver isso no futebol. São dois grandes clubes com adeptos apaixonados. Espera-se que se mantenha sob controlo. O jogo foi disputado com bom espírito em campo. Os jogadores fazem entradas e depois apertam as mãos", contou.
Falando após a primeira vitória do clube no Hawthorns desde 1996, o avançado do Wolves, Cunha, insistiu que nunca se sentiu ameaçado pela violência.
"Sou da América do Sul, este tipo de coisas acontece, desde que toda a gente esteja em segurança. É mau quando se vêem crianças a chorar e coisas do género, mas o mais importante é que todos estão em segurança. Os dias de dérbi são sempre incríveis, o ambiente é fantástico. Depois do 0-2 estava tudo calmo. Voltámos a jogar nos últimos 10 minutos e conseguimos a vitória", referiu.
O West Brom vai certamente enfrentar uma investigação da Federação Inglesa (FA) sobre a forma como geriu os confrontos, com perguntas a pairarem sobre a forma como os adeptos do Wolves conseguiram obter bilhetes para aquela zona do estádio.