Exclusivo Flashscore: Montalegre e Dumiense querem festa da Taça contra FC Porto e Sporting
Paulo Reis (presidente do Montalegre):
- Quando foi sorteado o FC Porto como é que o presidente e a equipa reagiram?
- Desde já agradecer o convite para a entrevista. Quando foi o sorteio, não podemos ser hipócritas, gostávamos que nos saísse um dos grandes na sorte, até pela receita. Claramente que ficámos muito felizes por ser o FC Porto, gostávamos que o jogo pudesse ser em Montalegre, uma vez que seria um prémio para o município, para os nossos sócios e estrutura, mas o sorteio ditou que seria no Estádio do Dragão. Ficámos satisfeitos e orgulhosos por jogar num dos maiores palcos a nível mundial.
- É uma oportunidade excelente para os jogadores pisarem e desfrutaram do Estádio do Dragão, certamente com o topo nascente bem composto por adeptos do Montalegre.
- É um prémio para os jogadores, foram eles que conseguiram chegar à quarta eliminatória. É também extensível à equipa técnica, estrutura e a todos os transmontanos porque é um prémio mais do que merecido. Estamos a mobilizar-nos, esperamos que a bancada esteja bem composta por adeptos e o concelho de Montalegre se una e vá em grande número ao Dragão.
- O Montalegre afastou o Mondinense, Peniche (após g.p.) e o Pevidém. Jogar contra o FC Porto é um prémio para clube e jogadores, na teoria os dragões são favoritos, mas de que forma o Montalegre pode surpreender?
- Temos os pés na terra e sabemos que o jogo será difícil. mas também sabemos que ninguém entra a perder no jogo, nós vamos fazer tudo para honrar o nome do clube e termos uma boa prestação. Quem sabe se podemos fazer uma pequena surpresa e eliminar o FC Porto, sabendo de antemão que será extremamente difícil. Vamos lutar do primeiro ao último minuto por uma boa prestação.
- O clube disputa o Campeonato de Portugal, no terceiro lugar da Série A, a três pontos dos lugares de play-off de subida. Quais são os objetivos para esta época e para o futuro?
- O nosso grande objetivo é o campeonato, estamos felizes pela Taça, queremos aproveitar este jogo para nos valorizarmos, a equipa técnica, jogadores e clube, mas o nosso foco passa pelo campeonato. O objetivo é chegar ao fim nos primeiros dois lugares e lutar pela subida à Liga 3. Queremos regressar o mais rápido possível à Liga 3, da qual viemos nos últimos dois anos.
- Para terminar, Trás os Montes tem apenas uma equipa no grande palco do futebol português (Desportivo de Chaves), como vê o futebol atual da região?
- Só temos uma equipa no primeiro escalão, há muitas dificuldades para as equipas do interior. Também um pouco derivado a estarmos longe de tudo, é muito mais difícil uma equipa desta região ter o mesmo apoio de outras equipas, há menos gente no interior e em Trás os Montes, menos empresas... Torna-se mais difícil competir com equipas que têm outros apoios, a nível financeiro e não só. Claramente que isso é uma desvantagem, mas Trás os Montes tem sido bem representado a nível de campeonatos nacionais. Ainda há pouco tempo trouxemos o Benfica a Montalegre, o Desp. Chaves tem feito um trajeto muito bom, entre outras equipas que estão a fazer bons campeonatos nacionais. Com todas as dificuldades que temos tido, penso que a região se tem portado muito bem.
Diogo Ribeiro (jogador do Dumiense)
- O Diogo Ribeiro foi jogador da formação do Sporting, passou pela Académica... Como foi aquele dia do sorteio em que a equipa percebe que vai jogar contra o Sporting? - Boa tarde, obrigado pela oportunidade. Para mim é um sonho, sempre tive o objetivo, desde que saí muito novo do Sporting, jogar no Estádio de Alvalade. É um clube que me diz muito, é uma grande honra e oportunidade poder, não no final da carreira, mas numa idade avançada, poder cumprir este sonho. Para o Duminense é uma grande oportunidade, um desafio. Faltam as palavras para um clube como o Dumiense poder ir jogar a um estádio como o de Alvalade, diante do líder do campeonato. Queremos desfrutar ao máximo.
Naquele momento do sorteio, há uma grande festa quando sai o nome do Sporting, onde é que o Diogo estava?
- Fui dos que festejou mais efusivamente, também pela motivação e pelo sonho que achava que já não iria cumprir. É uma alegria para mim, para os meus pais e para a minha família que me acompanha desde o início, porque se trata de jogar num estádio que nos simboliza tanto. É um momento importante e muito especial para mim.
Campeonato não está a correr muito bem ao Dumiense, mas costuma-se dizer que "Taça é Taça"...
- Exatamente, agora vamos olhar para este jogo como uma oportunidade e desafio grande, desfrutarmos ao máximo deste momento. Temos jogadores jovens que se querem mostrar, outros como eu que cumprem um sonho. O Dumiense tem que aproveitar este momento para ganhar visibilidade, está a crescer, tem como objetivos organizar o clube e subir patamares. Ainda não é possível, mas com certeza absoluta que com este rigor e ambição trilha-se esse caminho.
- O Diogo tem uma experiência muito rica, passou várias temporadas na formação do Sporting, também a ligação à Académica que lhe dirá muito. Teve várias participações no Covilhã,Belenenses, Mafra, Santa Clara, Vizela, Alverca... Nesta altura, com 32 anos, o que é que ainda espera fazer da carreira?
- Neste momento é desfrutar ao máximo do futebol porque passa rápido, ser o maior profissional possível, dar o exemplo aos mais novos. quero continuar a marcar muitos golos, sinto-me capaz e estou bem fisicamente. Agora... já caminho para o fim e isso é inevitável. Tento ser o exemplo para os jovens do Dumiense, para perceberem o que é preciso fazer, porque também me licenciei em Coimbra a jogar como profissional. É preciso ter um plano B fora do futebol, dar estas ferramentas aos jovens.
- A passagem pelo Sporting faz toda a gente sonhar, depois faz aquela temporada no Vizela em que consegue passar a fronteira dos 20 golos... Houve alguma altura em que começou a pensar que poderia dar o salto para um patamar diferente?
- Claro, depois dessa época no Vizela em que fiz 22 golos aconteceu de tudo. Houve a paragem por causa da COVID-19.... Mas é de realçar que sou muito feliz, concretizei muitos sonhos, estreei-me na Liga Portugal pelo Belenenses, joguei nas camadas jovens da seleção, sou feliz com a minha carreira. Ninguém me deu nada, subi a pulso, sempre pelo meu trabalho e isso dá-me muito orgulho. O Sporting e a Académica são os clubes do meu coração, o primeiro por ser o clube da minha formação, o último por ser o clube da minha terra que sinto uma grande paixão e gosto muito das pessoas que lá estão. Foi um clube fundamental na minha vida, ser capitão da Académica era um sonho de criança. E lincenciar-me a jogar pelo clube, enche-me de orgulho. Há pessoas que foram exemplos para mim e certamente estarão orgulhosas do que consegui.
- O Diogo ainda tem 32 anos, no dia em que arrumar as chuteiras, o que vamos ouvir falar?
- Que fui um jogador resiliente, guerreiro e lutador que era extremamente profissional.
- E para ficar no futebol ou outra área?
- Espero continuar no futebol, foi por isso que me licenciei em Ciências do Desporto e Educação Física. Claro que, se não for possível, seguiremos outros caminhos, mas tenho a paixão do futebol e espero continuar.