“Uma carreira e um legado que serão sempre um exemplo para qualquer portista. Só há duas palavras possíveis: parabéns e obrigado”, reagiram os ‘dragões’, nas redes sociais.
Képler Laveran de Lima Ferreira, mais conhecido por Pepe, comunicou hoje a despedida dos relvados, num vídeo publicado nas redes sociais, deixando para trás mais de duas décadas ao mais alto nível, nas quais representou o FC Porto (2004-2007 e 2019-2024).
O defesa central continuou a vencer troféus e quebrou recordes de longevidade desde o regresso ao clube, sendo mesmo a principal referência do balneário nas últimas épocas, mas não fazia parte dos planos da recém-eleita direção liderada por André Villas-Boas e finalizou contrato em 30 de junho, numa fase em que era titular por Portugal no Europeu.
Em 17 de junho, em entrevista à estação televisiva Now, o presidente portista admitiu ter comunicado essa decisão em privado a Pepe, que “vai ter as portas sempre abertas” e o futuro “intimamente ligado ao clube, seja só do ponto de vista emocional ou profissional”.
“A sua continuidade como jogador do FC Porto não acontecerá. Nós temos o máximo de respeito pela sua carreira, mas há um caminhar diferente e uma preocupação deste novo FC Porto em reduzir massa salarial e custos. Isto foi claramente explicado ao Pepe. Ele entendeu assim e irá tomar a decisão que entender relativamente à sua carreira”, referiu.
Pepe alinhou pela última vez em 05 de julho, em Hamburgo, na Alemanha, na derrota de Portugal com a França no desempate por penáltis (5-3, após 0-0 nos 120 minutos), nos ‘quartos’ do Euro2024, prova na qual cumpriu quatro dos cinco jogos da caminhada lusa.
O defesa central chegou à fase final recuperado de uma das múltiplas lesões que sofreu nos últimos anos e vinham a limitar a sua utilização pelo FC Porto, no qual totalizou três golos e duas assistências em 34 partidas em 2023/24, conquistando a Taça de Portugal.
“Queria muito ganhar essa final (da qual esteve ausente, devido a lesão). Nas conversas em privado com o técnico (Sérgio Conceição) dizia-lhe que era muito importante ganhar aquela Taça de Portugal. Eu sabia que seria o meu último jogo e o meu último título pelo clube. Acho que foi merecido”, notou, em declarações prestadas no vídeo de despedida.
Pepe despediu-se com 290 jogos e 17 tentos em oito temporadas e meia ao serviço dos ‘dragões’, conquistando quatro campeonatos, cinco Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga - fez ainda parte da equipa que ganhou a Taça Intercontinental em 2004, mas não chegou a alinhar na decisão perante o Once Caldas.
“Não vou escolher um título (que lhe tenha dado mais prazer), mas sim um momento que me marcou muito. Quando decidi voltar ao FC Porto, muita gente dizia que estava louco. Diziam-me para ficar mais dois anos fora de Portugal, mas eu queria sentir novamente a atmosfera do Estádio do Dragão e poder estar numa cidade que me deu muito”, lembrou.
Entre essas duas fases no FC Porto, o defesa conquistou 13 troféus pelo atual campeão europeu e espanhol Real Madrid (2007-2017), incluindo três Ligas dos Campeões e três campeonatos domésticos, antes de rumar sem êxito aos turcos do Besiktas (2017-2019).
Nascido em Maceió, no Brasil, Pepe já alinhava pela seleção principal de Portugal desde 2007 e tornou-se o terceiro mais internacional de sempre, com 141 partidas e oito tentos, ficando apenas atrás do atual capitão Cristiano Ronaldo (212) e de João Moutinho (146), num trajeto marcado pela conquista do Europeu de 2016 e da Liga das Nações de 2019.