Hino ao futebol encontrou primeiro finalista: show na Luz acabou em empate e apurou Sporting
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Edição 321 do dérbi de Lisboa, com o Benfica a precisar de reverter uma desvantagem de 2-1 conseguida pelos leões através dos golos de Pote, ausente esta noite, e Gyokeres, enquanto Aursnes descontou para os encarnados há cerca de um mês em Alvalade. Roger Schmidt surpreendeu com as escolhas de Neres e Tengstedt no onze inicial, já Rúben Amorim apostou em Nuno Santos e Daniel Bragança.
Avalanche ofensiva com causa, mas sem efeito
Não era fácil a tarefa das águias que não venciam o grande rival citadino por 2 golos de diferenteça há mais de 10 anos, complicada ainda mais pelo momento atravessado pelos leões, líderes do campeonato. Apesar de entrar com maior controlo, pertenceu ao Sporting a primeira oportunidade, no seguimento de um canto, com Hjulmand a desviar por cima um remate de Gyokeres.
O Benfica respondeu através do génio de Di Maria, mas Rafa falhou o alvo em zona promissora e logo a seguir viu o golo ser anulado por fora de jogo. Era o melhor momento dos encarnados, já que pouco depois o argentino voltou a entortar a defesa e Tengstedt apareceu, do nada, para levantar por cima de Israel e acertar na trave.
Numa sequência de lances de perigo, valeu o brilho e atenção do guarda-redes uruguaio para travar o remate de Di Maria, sozinho ao segundo poste, depois de um cruzamento milimétrico de Aursnes. O Sporting precisava de colocar água na fervura e não o conseguia, até porque Florentino recuperava muitas bolas, enquanto os criativos (Rafa, Di Maria e Neres) apareciam nos espaços que Amorim tanto alertou na conferência de imprensa.
Ainda assim, o nulo manteve-se até ao intervalo penalizando a falta de eficácia dos encarnados, visto que o Sporting raramente chegou à área contrária desde o lance inicial de Hjulmand. De forma algo incaracterística, a turma de Alvade somou muitas perdas de bola e sentia-se alguma falta de ligação entre setores. Por outro lado, João Neves e Florentino pareciam ocupar todo o miolo.
Xadrez de Amorim abriu comportas do golo
Descontente, o técnico leonino não teve meias medidas no regresso dos balneários com as entradas de Geny, St. Juste e Matheus Reis com resultado imediato: o neerlandês lançou Gyokeres na profundidade, o sueco descaído pela direita foi ganhando metros até colocar na entrada da área, onde apareceu Hjulmand a rematar de primeira, em arco, ao ângulo. Que grande golo do dinamarquês.
O Benfica respondeu de imediato com Tengstedt a ser travado à entrada da área, sendo que Di Maria acertou na barreira. Mas, na insistência e na sobra de um pontapé de canto, David Neres teve espaço e tempo para ativar o radar e encontrar Otamendi ao segundo poste, que só teve de dizer que sim em direção à baliza, empatando a partida.
No entanto, logo a seguir, Geny ganhou metros, entrou na área pela direita e cruzou de trivela, Trubin ainda afastou, mas Paulinho estava no sítio certo à hora certa para recolocar o Sporting em vantagem. Em 10 minutos, a segunda parte trouxe tudo aquilo que faltou no primeiro tempo ao jogo (os golos) e à turma de Amorim (clarividência e energia).
Numa inversão de papéis em relação à primeira parte, João Neves perdeu a bola para Paulinho, Gyokeres avançou contra o mundo e disparou contra o poste. Do outro lado, Neres e Bah combinaram muito bem, o dinamarquês cruzou rasteiro ao segundo poste e Rafa apareceu para encostar e restabelecer a igualdade.
O ritmo parecia ter acalmado, mas não por muito tempo... Num lance em que Rafa fica a pedir grande penalidade de Coates, Di Maria ganhou espaço à entrada da área, rematou em arco e Franco Israel voou para a segunda grande defesa contra o argentino. Morita rendeu Bragança, Marcos Leonardo ocupou o lugar de Tengstedt e na primeira vez que tocou na bola disparou perto da trave.
Depois de ferver, a Luz ficou em lume brando até despertar com uma grande defesa de Trubin a travar o bis de Paulinho, seguindo-se um excelente cruzamento de Di Maria ao qual o recém-entrado Tiago Gouveia não soube dar o melhor seguimento. Di Maria ainda tentou tirar uma coelho da cartola com um passe de letra, mas a sorte do destino não quis nada com a inspiração do argentino.
O Sporting agarrou-se com unhas e dentes à vantagem, afastando os últimos lances perto da sua área nos últimos instantes e garantiu a primeira vaga na final da Taça de Portugal.
Homem do jogo Flashscore: João Neves (Benfica).