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Da Liga ao Campeonato de Portugal são três divisões de distância, mas houve momentos em que a diferença entre Benfica e Lusitânia foi bem mais reduzida. Após a paragem internacional, o Benfica apresentou-se nos Açores com várias alterações no onze, nomeadamente no ataque, onde Roger Schmidt decidiu testar Arthur Cabral e Tengstedt em simultâneo, com o dinamarquês a surgir encostado ao corredor esquerdo, e ultrapassou o adversário do 4.º escalão numa viagem de altos e baixos.
Como seria de esperar, os campeões nacionais assumiram as rédeas do encontro desde muito cedo e o primeiro aviso foi deixado logo aos dois minutos. O velocista Rafa Silva combinou com Juan Bernat pelo corredor esquerdo e rematou para defesa de Diogo Sá. Não marcaram aos dois, marcaram aos nove. O canivete norueguês Aursnes, esta tarde no papel de lateral-direito, serviu o capitão João Mário para uma finalização sublime, de calcanhar, do camisola 20, para o 0-1.
Dominadores e sem darem espaço para grandes manobras ao adversário, os homens de Roger Schmidt continuaram a empurrar o adversário para o seu reduto defensivo e, não fosse o desacerto inicial de Arthur Cabral, o resultado podia ser mais dilatado antes da meia hora de jogo. No lado contrário, Gonçalo Cabral, avançado com passado na formação do Sporting, foi o mais inconformado e obrigou Samuel Soares a duas defesas (24 e 42).
No entanto, no meio das duas únicas oportunidades do Lusitânia na primeira parte, Rafa Silva soltou-se da marcação no tempo certo e aproveitou o passe de Chiquinho para marcar o 0-2, aos 36 minutos. Sinal de tranquilidade? Nem por isso.
Aursnes complicou a missão do Benfica em cima do apito para o intervalo, ao acertar com o cotovelo na cara de Gonçalo Cabral, com o árbitro a entender haver motivo para assinalar grande penalidade a favor do Lusitânia, que viria a ser convertida por Ferrara.
O golo da equipa da casa causou natural apreensão ao treinador do Benfica, que deixou Tengstedt e Bernat no balneário por troca com Gonçalo Guedes e Jurásek. As mudanças para o segundo tempo melhoraram significativamente o jogo dos encarnados, num terreno nada propício para o espetáculo, e os açorianos sentiram ainda mais dificuldades para entrar no meio campo do adversário.
As várias transições ofensivas dos visitantes resultaram em inúmeras aproximações à área contrária e as oportunidades foram aparecendo com relativa naturalidade - Arthur Cabral (52) e João Neves (60) estiveram perto do terceiro -, mas algum desperdício adiou aquilo que parecia inevitável até ao minuto 68.
Aí, finalmente, Arthur Cabral pôde respirar de alívio depois de conseguir marcar o primeiro golo de águia ao peito. O avançado recebeu de Guedes e picou a bola sobre Diogo Sá, para um golo que foi muito celebrado pelo avançado brasileiro, que afastou, assim, todos os fantasmas.
Depois de assistir Arthur, Gonçalo Guedes ainda colocou a bola no fundo da baliza contrária em duas ocasiões, aos 72 e 84 minutos, mas a festa foi sempre interrompida pelo árbitro assistente, que não teve motivos para anular o 1-4 final a Tiago Gouveia.
O jovem extremo aproveitou da melhor forma os 15 minutos em campo e deixou o seu nome inscrito na lista de marcadores, aos 87 minutos, quanto tirou um adversário do caminho e picou a bola sobre Diogo Sá, para fechar com chave de ouro a vitória do Benfica nos Açores.
Melhor em campo Flashscore: João Neves (Benfica)