Reportagem: Jamor em festa à espera da dobradinha ou do título que salva a época
Fora do estádio, que encheu para o jogo com início marcado para as 17:15, milhares fazem a festa, que começou bem cedo com os tradicionais comes e bebes e muita música.
Com os adeptos divididos em duas zonas, a parte sul da mata do Jamor parece ter sido tomada de assalto por uma onda verde, ainda impulsionada pelo título de campeão nacional, mas onde é seguro passar com uma camisola azul e branca.
Miguel Coelho, que vive no Porto e é adepto do clube orientado por Sérgio Conceição, é exemplo da sã convivência que reina, quando, juntamente com as amigas sportinguistas Rita, Sissi e Tatiana, se refresca com uma bebida e vaticina uma vitória do seu clube, terceiro classificado da Liga.
“Os golos vão ser do Evanilson e do Taremi. Ganhamos 2-0”, aposta Miguel Coelho, garantindo que foi “fácil arranjar bilhetes” e que “se fosse preciso arranjava mais”.
Conseguir um ingresso para o estádio foi uma luta perdida para milhares de adeptos do Sporting, que terão de se conformar e assistir ao jogo em écrans improvisados juntos aos assadores e às bicas de imperial, a menos que estejam dispostos a pagar quantias exorbitantes a quem conseguiu, e está agora disposto a vender.
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Ao lado de Miguel Coelho, a amiga Rita, de cachecol verde e branco ao peito, aposta num 2-1 para a equipa de Ruben Amorim, que procura repetir a ‘dobradinha” da época 2001/02, conseguida por Laszlo Boloni.
Num stand de uma casa de apostas, a convivência também é pacífica, os humoristas Guilherme Geirinhas e Diogo Batáguas, adeptos de Sporting e FC Porto, respetivamente, conversam calmamente, enquanto o também famoso Tino de Rans, fundador do partido RIR, pousa para as fotos, e elege a Taça como um momento único.
“Este é um dia mágico, não é todos os dias que se vê uma festa como esta. Portistas e sportinguistas já ganharam com este ambiente maravilhoso”, afirmou Vitorino Silva à agência Lusa, deixando um desafio aos políticos: “Tragam para aqui (estádio Nacional) a Feira Popular”.
De camisola azul e branca vestida, Tino, que se define como “um político amado, que fala a linguagem do povo”, aposta numa vitória do seu clube, “nem que seja por meio a zero”, e diz que a final vai ser histórica, “com a Taça a ser levantada por dois presidentes, Pinto da Costa e André Villas-Boas”.
Após o apito inicial do árbitro Fábio Veríssimo, a mata continuará em festa, transformando-se num imenso estádio, ao lado do “velhinho” estádio Nacional, que ano após ano continua a ser o palco da “Festa da Taça”, prova que o FC Porto ganhou nos últimos dois anos.