Recorde as principais incidências
O futebol é assim. Para um grande, um jogo de Taça de Portugal é, na maioria das hipóteses, uma mera formalidade, mas pode ser também uma marca negativa na temporada, caso exista uma eliminação inesperada. Para a equipa mais modesta, este é, muitas vezes, o jogo de uma vida.
Claro que tudo seria mais bonito se a festa da Taça fosse mais autêntica. Com isto referimo-nos, claro, à verdadeira casa do Sintrense, que recebeu o FC Porto no Estádio José Gomes, do Estrela da Amadora. Claro que os jogadores do conjunto do Campeonato de Portugal não vão esquecer este dia, mas podia ter sido ainda mais especial. No entanto, os cofres do clube certamente agradecem a maior adesão de público na Amadora. Finanças são finanças.
Olhando para o jogo, o Sintrense tentou trazer os princípios que têm dado bons resultados no arranque do Campeonato de Portugal. Com pressão alta e intensidade, a equipa da casa conseguiu incomodar o FC Porto nos primeiros instantes, mas quando as armas são tão diferentes não há muito a fazer.
Ainda à procura de um verdadeiro tanque defensivo para juntar a Nehuén Pérez, Vítor Bruno deu a primeira oportunidade a Tiago Djaló. Nas redes sociais, o central portista tinha dito que tinha sido o melhor a treinar. Terá sido isso (e a necessidade de encontrar estabilidade no eixo defensivo) a convencer o técnico do FC Porto a dar-lhe uma oportunidade para se estrear. E logo na Amadora, de onde é natural. Curiosidades da vida.
A presença do defesa foi a principal novidade num onze que não sofreu grandes mexidas, à semelhança do que fizeram Sporting e Benfica nos dias anteriores. Fran Navarro, titular no lugar de Samu, ainda abriu o ativo, mas estava em posição irregular. O espanhol continua com azar em jogos oficiais...
Mais sorte continua a ter Galeno. O papa-taças quer conquistar a quinta consecutiva e transmitiu essa mensagem com uma acrobacia a cruzamento de Gonçalo Borges (25') que quase estragou o novo penteado do internacional brasileiro.
Quem também tentou aproveitar a oportunidade para dar nas vistas foi Ivan Jaime. O penteado do espanhol era o mesmo, mas talvez houvesse quem já não se recordasse sequer da cor do cabelo do jogador, que até começou a época em plano evidência. Na Amadora, não foi por falta de tentativas, pelo contrário. O espanhol terá sido mesmo dos melhores em campo.
O Sintrense tentou dar luta e o 0-1 ao intervalo era uma vitória moral para o conjunto do Campeonato de Portugal, que viria a passar por mais dificuldades na segunda parte. As pernas pesaram e, lá está, havia quem precisasse de ganhar espaço na equipa portista. Ivan Jaime deixou-se de ameaças e fez o 0-2 com um belo lance individual. A qualidade está lá. Faltará algo que só Vítor Bruno sabe, pois claro.
Com adeptos especiais na bancada, Tiago Djaló estava cada vez mais confiante. Ganhou em velocidade, não passou por dificuldades na defesa e ainda foi ao ataque para mostrar alguns dotes técnicos. E foi com técnica que fez o 0-3, aos 59 minutos, de cabeça, na sequência de um canto cobrado por Alan Varela que motivou uma celebração na direção dos familiares, coroando da melhor maneira a estreia e a passagem portista na Taça de Portugal, algo que nunca esteve em causa durante os 90 minutos.
Homem do jogo Flashscore: Ivan Jaime (FC Porto)