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Entrevista Flashscore a Zazu, capitão do Arandina, tomba-gigantes em Espanha: "Todos nos param na rua"

David Olivares
Zazu, durante o jogo Arandina-Cádiz
Zazu, durante o jogo Arandina-CádizChristian Monzón/Arandina CF
Zazu (35 anos) é o capitão do Arandina, a equipa mais falada de Espanha neste momento, depois de ter eliminado o Cádiz na Taça do Rei. A alcunha de Carlos Alonso homenageia a sua aldeia, Zazuar, localizada na região de Ribera del Duero, em Burgos. Depois de uma longa carreira em clubes como Burgos, Palencia, Almazán e Izarra, está no clube da sua cidade natal, ininterruptamente, desde 2017. Zazu fala ao Flashscore para explicar como viveu a noite mágica de quinta-feira e o que espera do sorteio da próxima terça-feira.

Aranda de Duero é conhecida pelo seu borrego assado, o vinho Ribera del Duero (um dos mais prestigiados do mundo), o Sonorama e uma indústria poderosa com fábricas como a Pascual, Michelin ou GlaxoSmithKline.

A nível desportivo, vale a pena mencionar o atleta Juan Carlos Higuero, que desde março deu o seu nome ao Complexo Desportivo onde joga o Arandina, anteriormente conhecido como El Montecillo, Villa de Aranda, que jogou seis temporadas na Liga ASOBAL, e Carmelo Miranda, um jogador gregário de primeira classe do Banesto na era de Miguel Indurain.

Mas desde quinta-feira, o seu clube de futebol, já conhecido em todo o país, é o mais falado. Graças a Zazu, vamos descobrir como é que Arandina viveu tudo o que se passou nas últimas horas.

Os últimos resultados do Arandina
Os últimos resultados do ArandinaFlashscore

- Como está Aranda neste momento e como estão os jogadores depois da vitória contra o Cádiz?

- Bem, imaginem só, toda a gente nos pára na rua para nos dar os parabéns, as pessoas estão eufóricas. Tivemos a melhor entrada da história e as bancadas estavam hiperativas. Foi muito bonito porque o estádio estava cheio desde o momento em que saímos para aquecer. Correu tudo na perfeição e tudo o que aconteceu foi super épico.

Zazu conduz a bola contra o Cádiz
Zazu conduz a bola contra o CádizChristian Monzón/ Arandina CF

- O que é que os jogadores do Cádiz lhe disseram?

- Os jogadores do Cádiz deram-nos os parabéns e pouco mais porque, como é óbvio, não estavam muito contentes. Em geral, são pessoas muito simpáticas, respondem-nos, falam bem connosco... No final do jogo, trocámos as camisolas, pedi uma ao Brian Ocampo.

- Qual é a sensação de defrontar jogadores de renome nacional e internacional, como Álvaro Negredo, ou outros com uma certa trajetória na elite, como Sergi Guardiola ou Víctor Chust?

- É incrível medirmo-nos com jogadores que estamos habituados a ver na televisão. Negredo tem estado muito em cima, jogou no Manchester City e na seleção espanhola e impõe-se. Em geral, os jogadores do Cádiz são fortes e grandes, muito bons nos duelos. Com o respeito que se deve ter por qualquer jogador, é verdade que é muito importante jogar com este tipo de jogador que se vê na televisão.

- O que pensa do estado do relvado e das críticas que lhe têm sido feitas?

- Penso que há um ponto-chave, que é o momento em que se decide jogar. A partir desse momento, para mim, as desculpas não valem nada. Se se joga, o campo é o mesmo para uns e para outros. É certo que o estado do relvado era vantajoso para nós, não nos iludamos. Mas isto é futebol e as desculpas no final do jogo não servem. No dia do jogo choveu durante cinco ou seis horas, sem parar, pelo que o relvado, tendo em conta a quantidade de água que caiu, aguentou muito bem.

"Gostaria de jogar contra o Real Madrid e trocar de camisola com Modric"

- A pergunta de um milhão - quem é que quer no sorteio de terça-feira?

- A título individual, gostaria que o adversário fosse o Real Madrid. Sou adepto do Real Madrid desde miúdo e seria um sonho para mim jogar contra eles. Depois disso, jogar contra o Barça seria outro sonho e jogar contra o Atlético Madrid também, basta ver os plantéis que têm. Também se diz que se jogarmos contra o Osasuna temos mais hipóteses de passar, mas no final é muito complicado jogar contra qualquer um dos quatro. Mas, no final, nunca se sabe. Contra o Cádiz também foi muito difícil e conseguimos ganhar. Se jogássemos contra o Madrid, se possível, pedia a camisola do Modric. Penso que é um jogador de topo e todos os anos o prova, visto o nível a que chegou aos 38 anos. Também olho muito para o Toni Kroos e o que posso dizer do Bellingham...

Zazu controla a bola na companhia de Haji
Zazu controla a bola na companhia de HajiChristian Monzón/ Arandina CF

- Este domingo, voltamos à realidade. Vocês são recém-promovidos à Segunda RFEF e, embora estejam em último lugar, estão a duas vitórias do décimo segundo lugar.

- Sem dúvida. Já falámos sobre isso no balneário. Vimos de um jogo eufórico em que estiveram 4.000 pessoas no estádio e agora vem o campeonato, em que estarão novamente 600 ou 700 pessoas a assistir. Para um jogador de futebol, é preciso voltar à realidade. Temos de pensar que a chave para nós é começar a ganhar jogos em casa para somar pontos e sair da armadilha da despromoção. Se conseguirmos os três pontos no domingo, será um golpe importante.

Arandina é o lanterna vermelha do campeonato
Arandina é o lanterna vermelha do campeonatoFlashscore

- Antes do jogo contra o Múrcia, fez um protesto, renunciando a jogar no primeiro minuto, por causa da dívida de dois meses e meio de ordenados que o clube tinha consigo. Parece que esses problemas já foram resolvidos, não é verdade?

- Sim, depois de eliminarmos o Múrcia e passarmos contra o Cádiz, está resolvido. Além disso, temos de somar a venda de bilhetes de ontem (quinta-feira) e da próxima ronda, pelo que não deverá haver problemas de pagamentos de qualquer tipo.