Taça da Arábia Saudita: Al Hilal acaba época com triplete às custas do Al Nassr (1-1, 5-4 g.p)
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"As finais não são para jogar, são para ganhar". É uma das velhas máximas do futebol e, experiente como é, Jorge Jesus procurou aplicá-la ao máximo no frente a frente com Luís Castro.
Eficácia pro Bono
O Al Nassr já tinha conseguido uma vitória nas competições asiáticas, mas o Al Hilal estava invicto em provas da Arábia Saudita e queria juntar a Taça da Arábia Saudita ao campeonato e à Supertaça. E o jogo até começou na perfeição para a equipa de Jorge Jesus, que contou com dois fatores decisivos - a eficácia e o guarda-redes.
Comecemos pelo primeiro fator. Ainda estavam decorridos apenas sete minutos de jogo quando Malcom encontrou Mitrovic ao segundo poste para que o sérvio abrisse o marcador de cabeça à primeira oportunidade da partida.
Esse foi, de resto, o único remate à baliza de Ospina em toda a primeira parte. Depois disso, o Al Nassr participou num festival de desperdício, no qual Bono, guarda-redes do Al Hilal, foi cabeça de cartaz. Mérito para o marroquino, diga-se, mas também muito desperdício do Al Nassr, que podia ter empatado a partida logo a seguir, por Otávio (10').
O internacional português vacilou no cara a cara com o ex-Sevilha, assim como os restantes colegas, várias vezes apanhados em fora de jogo na boa organização defensiva do Al Hilal. Quando a linha não funcionava, era o marroquino a brilhar para evitar o 1-1 - Cristiano Ronaldo (43') teve uma boa oportunidade mas também foi travado por Bono.
10 contra 11... 10 contra 9
A segunda parte começou de forma ligeiramente diferente. Jorge Jesus já tinha dado instruções a Malcom na pausa para hidratação, mas a equipa refrescou verdadeiramente ao intervalo e voltou mais dinâmica para a segunda parte. A nota artística que o técnico tanto defende começou a aparecer, mas as oportunidades continuaram escassas.
A pouco mais de meia hora do final, o Al Nassr foi do céu ao inferno. Cristiano Ronaldo, em grande estilo, rematou ao poste da baliza de Bono, mas o foco foi para o guarda-redes contrário, que viria a ser expulso aos 56 minutos.
Ospina leu mal a saída da baliza e acabou por cometer uma infração que levou ao vermelho direto e deixou o Al Nassr a jogar com um a menos. Apesar da inferioridade numérica, a equipa de Luís Castro voltou a ser superior e foi novamente Bono a salvar Jorge Jesus com uma defesa após livre direto de Cristiano Ronaldo (76') e, mais tarde, já sem Otávio (saiu com queixas físicas), após remate de Yahya Aiman (84').
O Al Hilal limitou-se ao contra-ataque e Mitrovic teve tudo para sentenciar a partida (86'), mas rematou ao lado e deixou tudo em aberto para os minutos finais. O remate do sérvio foi o primeiro tiro nos pés da equipa de Jorge Jesus, que viu Al Bulayhi (87') equilibrar a balança depois de ver um vermelho por agressão. No lance seguinte... golo para o Al Nassr! De cabeça, na sequência de um lançamento de linha lateral (!) Yahya (88') empatou a partida e encaminhou o jogo para prolongamento.
Antes do fim do tempo regulamentar, Koulibaly completou o trio de tiros nos pés dos jogadores do Al Hilal e também foi expulso após joelhada na cabeça do guarda-redes do Al Nassr (90'+1), deixando a equipa de Jorge Jesus sem os centrais titulares e reduzida a nove para os 30 minutos extra.
Curiosamente, a jogar em superioridade numérica, o Al Nassr repetiu a fórmula do Al Hilal e não foi propriamente brilhante. Com a organização defensiva da equipa de Jorge Jesus, a equipa de Luís Castro continuou a somar vários lances de fora de jogo (Ronaldo foi dominante nesta estatística) e o jogo acabou mesmo por ir a penáltis.
Rúben Neves começou por acertar no poste, mas Alex Telles atirou para as bancadas, o que fez com que Cristiano Ronaldo fosse mesmo o primeiro a faturar desde os 11 metros. Abdullah defendeu depois de quatro penáltis consecutivos para cada lado, mas Bono voltou a ser herói com uma estirada espetacular para evitar o golo de Ali Al Hassan. Já com Cristiano Ronaldo em lágrimas, Bono voltou a ser o salvador de Jorge Jesus e entregou mais um título ao português ao defender o penálti de Meshari.