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De Hugo Gatti a Romero: a estreia ligação do Boca com os penáltis na Taça Libertadores

Mateus Figueiredo
Sergio Romero é o grande responsável pela atual campanha do Boca Juniors na Taça Libertadores
Sergio Romero é o grande responsável pela atual campanha do Boca Juniors na Taça LibertadoresProfimedia
O Boca Juniors é o segundo maior campeão da história da Taça Libertadores, com seis títulos, e possui uma mística inigualável na competição. Mas há algo que coloca os Xeneizes numa posição ainda mais especial: é a equipa que mais venceu a competição em decisões nas grandes penalidades.

Nem sempre as grandes penalidades foram o desempate nos duelos na Taça Libertadores. Durante a primeira metade da segunda década da competição, havia um jogo extra em caso de igualdade na decisão. A primeira vez dos penáltis foi justamente no primeiro título do Boca Juniors, em 1977, diante do Cruzeiro.

Lado a lado com o Olimpia, o Boca é o único clube que venceu a Taça Libertadores por mais de uma vez nas grandes penalidades. Os Xeneizes, acima dos paraguaios, conseguiram-no em três ocasiões.

Hugo Gatti na primeira

Ao enfrentar o atual campeão Cruzeiro, em 1977, o Boca venceu a primeira partida por 1-0 na Bombonera. Na segunda mão, no Mineirão, perdeu por 0-1.

Hugo Gatti ao lado de sua estátua na Bombonera
Hugo Gatti ao lado de sua estátua na BomboneraProfimedia

Uma vitória para cada lado forçou uma partida de desempate em Montevidéu, no Uruguai, que terminou 0-0. O herói foi Hugo Gatti, que defendeu o penálti de Vanderlei e deu ao Boca o seu primeiro título da Taça Libertadores.

Córdoba no tri e no tetra

Bicampeões em 1978, os bosteros tiveram de esperar 22 anos para voltar a conquistar a América. A taça contra o Palmeiras, no Morumbi, foi novamente nos penáltis. Se o herói foi local em 1977, em 2000 a missão foi do colombiano Óscar Córdoba.

Depois de um empate 2-2 em Buenos Airres e um 0-0 em São Paulo, a Libertadores de 2000 foi para os penáltis. Córdoba defendeu os remates de Asprilla e Roque Júnior e deu ao Boca o tão sonhado tricampeonato.

No ano seguinte, o colombiano voltou a brilhar no maior palco do futebol sul-americano. Dessa vez em casa, na Bombonera, o Boca levou a final para os penáltis contra os mexicanos do Cruz Azul. Córdoba parou Pablo Galdames e viu outras dois remates dos adversários irem para fora. Os Xeneizes ainda decidiram outra Libertadores, nos penáltis, em 2004, mas perderam com o Once Caldas.

Romero em 2023

Além de toda a história em finais, que dá confiança a qualquer adepto do Boca para uma possível decisão por penáltis contra o Fluminense, há a trajetória desta campanha. A equipa argentina passou pelas três fases de qualificação com vitórias... nos penáltis.

O desempenho de Sergio Romero credencia-o para entrar no panteão dos grandes ídolos do Boca na competição. Foram seis defesas de penáltis nas eliminatórias, com duas em cada confronto, dos oitavos até a meia-final. Guarda-redes titular da Argentina no Mundial de 2014, Romero é a grande esperança dos adeptos do Boca para conquistar a sétima Taça Libertadores.

A grande decisão da Taça Libertadores está marcada para dia 4 de novembro, às 20:00, no Maracanã. O Boca Juniors quer tornar-se no maior campeão da competição, e o Fluminense busca um título inédito.

Todas as finais da Libertadores decididas nos penáltis (campeões a negrito):

1977 - Boca Juniors x Cruzeiro

1985 - Argentinos Juniors x América de Cali

1989 - Olimpia x Atlético Nacional

1992 - São Paulo x Newell’s Old Boys

1994 - Vélez Sarsfield x São Paulo

1999 - Palmeiras x Deportivo Cali

2000 - Boca Juniors x Palmeiras

2001 - Boca Juniors x Cruz Azul

2002 - Olimpia x São Caetano

2004 - Once Caldas x Boca Juniors

2008 - LDU x Fluminense

2013 - Atlético-MG x Olimpia